A concessão consiste em atrair investimentos e promover o turismo
Localizado nos altos da Avenida Afonso Pena, o Parque das Nações Indígenas atualmente, além de ser usado como pista de caminhada, skate e corrida, como ponto turístico também abriga a Fundação de Cultura, o Marco (Museu de Arte Contemporânea), o Bioparque Pantanal, o Yotedy Buffet e diversos parquinhos para a diversão das crianças.
Na última semana, a secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas, Eliane Detoni, afirmou em entrevista que o governador Eduardo Riedel estuda novas concessões, principalmente no setor rodoviário, envolvendo também o Parque das Nações Indígenas. A decisão se deu após experiências bem-sucedidas de parcerias público-privadas e concessões, que são estratégias usadas pelos governantes para ampliar os investimentos e fazer mais entregas à população.
Na ocasião, Eliane ressaltou que, caso a possibilidade de concessão do parque se concretize, o acesso ao ponto turístico de Campo Grande continuará livre e gratuito. “Se isso resultar em um projeto de concessão, não haverá cobrança de entrada para o Parque das Nações Indígenas assim como já vem sendo executado e desenvolvido em outras cidades brasileiras, por exemplo no caso de São Paulo, o Ibirapuera. A entrada é gratuita e a utilização do parque também”, disse.
A secretária afirmou ainda que, nos últimos oito anos, o Governo de MS viabilizou R$ 10,9 bilhões de investimentos privados por meio das parcerias público-privadas, e que, desta vez, o governador Eduardo Riedel já manifestou interesse do Estado, levando em consideração que vantagem bastante significativa nesse modelo de negócio é a antecipação dos investimentos. “Quando isso acontece, permitimos que o Estado consiga ter maior orçamento e recursos maiores para investir em áreas onde não conseguimos viabilizar se não por meio de uma PPP ou de uma concessão. Precisamos aperfeiçoar e acredito que ainda no primeiro semestre teremos uma definição de que modelo vamos seguir.”
Conforme Eliane, a concessão passará por uma etapa de estudo que deverá se iniciar nos próximos meses, e que agora foi firmado um novo acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Além disso, o Estado de Mato Grosso do Sul reuniu importantes elementos e informações durante essa fase de operação. “Isso foi importante para que hoje nós pudéssemos ter números, informações e dados bastante seguros para podermos desenvolver e estruturar um novo projeto e, a partir desses estudos, vamos poder apresentar para sociedade qual seria o melhor modelo de operação para o Bioparque e para o Parque das Nações Indígenas.”
Cabe ressaltar que a concessão de parques consiste em uma estratégia para atrair investimentos aos parques, ao mesmo tempo que promove o turismo e o desenvolvimento socioeconômico das regiões. Em contrapartida, é preciso garantir a preservação das áreas e avaliar os seus impactos, e para o Parque das Nações, a ideia inicial será conceder o espaço para a realização de shows e eventos culturais que serão cobrados, e o dinheiro arrecadado, investido em benfeitorias para o local.
A estratégia divide opiniões de quem frequenta o local
A reportagem do jornal O Estado foi até o parque para conversar com as pessoas que estavam por lá sobre quais melhorias e manutenções deverão ser tratadas como prioridade, caso a concessão aconteça. A fisioterapeuta Patricia Vieira afirmou que tudo o que pode acarretar melhorias para a população de Campo Grande é válido. “Nesse caso, ainda valorizando a cultura é ainda mais importante”, disse.
O casal Vitória Néris e Alan Davis também estava aproveitando a manhã de sábado no parque, com a filha Aurora, de 6 meses, e para eles a manutenção dos banheiros e a instalação de mais bebedouros deve ser uma atitude primordial. “A situação dos banheiros é bem precária e, às vezes, nós vamos utilizar e eles ficam fechados”, acrescentou Vitória.
Em contrapartida, para o gerente comercial Júnior Leão, de 38 anos, levar eventos grandes para o parque pode acarretar a destruição do local, tendo em vista que as pessoas podem depredar o patrimônio. “Na minha opinião, traria mais prejuízos do que benefícios”, salientou o rapaz que estava ali acompanhado da família e de amigos.
Para Leandra Ávila, que estava ali com a filha Eloá, aproveitando a estrutura de um dos parquinhos, o dinheiro arrecadado poderia ser investido na manutenção dos brinquedos. “A maioria deles encontra-se depredada, enferrujada, com pouca área e até formigueiros prejudicando as crianças”, disse a nutricionista.
Essa também foi uma reclamação da mãe Clenir Paez, que costuma frequentar o parque principalmente na época das férias das crianças. “Além da estrutura do parquinho, nós nos preocupamos também com a água, porque, principalmente com as crianças, não tem um bebedouro, o que tem são torneiras, mas nas quais nós não sabemos a qualidade da água, então acabamos trazendo de casa, mas, quanto aos banheiros, não tem o que fazer.”
Por Tamires Santana – Jornal O Estado do MS.
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