Gaeco realiza operação em Sidrolândia e Campo Grande dois anos após escândalo de corrupção envolvendo ex-secretário e ex-prefeita

Gaeco
Crédito: Arquivo/Divulgação

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) amanheceu nesta quinta-feira (5) em Sidrolândia para cumprir mandado de busca e apreensão em uma residência localizada no bairro São Bento. A ação teve início por volta das 6h da manhã e surpreendeu moradores da região, segundo informações do site SidroNews.

Apesar da movimentação intensa de viaturas e agentes chamando a atenção de quem passava pelo bairro, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ainda não divulgou oficialmente o alvo da operação, tampouco se há ligação direta com investigações em andamento ou novas apurações.

Foto: reprodução/SidroNews

A presença do Gaeco em Sidrolândia acontece dois anos após o início da Operação Tromper, deflagrada para investigar um esquema milionário de corrupção em contratos públicos da prefeitura do município. O principal nome envolvido na operação é o do ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), que ocupou o cargo de secretário de Fazenda de Sidrolândia durante a gestão da sogra, a ex-prefeita Vanda Camilo.

As investigações apontaram um complexo esquema de desvio de verbas públicas envolvendo empresários, servidores e políticos. Até o momento, o processo já acumula mais de 7 mil páginas, 27 réus e pelo menos 12 crimes distintos, com duas delações premiadas homologadas.

O caso, que teve três fases distintas de operação, ainda não tem previsão de desfecho judicial. O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, que assumiu recentemente a Vara Criminal de Sidrolândia, reconheceu a complexidade do processo e a grande quantidade de documentos como fatores que impedem uma sentença no curto prazo.

Gaeco volta à casa de Claudinho Serra dois anos após escândalo de corrupção em Sidrolândia

O Gaeco também cumpriu nesta quinta-feira mandado de busca e apreensão na residência do ex-vereador Claudinho Serra (PSDB), no bairro Jardim dos Estados, em Campo Grande. A ação faz parte de novos desdobramentos da Operação Tromper.

O processo que apura os crimes já reuniu mais de 7 mil páginas e tem 27 réus denunciados por pelo menos 12 crimes diferentes. A investigação conta com duas delações premiadas, incluindo a do ex-servidor Tiago Basso da Silva, que detalhou o funcionamento do suposto esquema, apontando fraudes no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, no abastecimento da frota e em contratos com empresas que repassavam valores mensais, entre 10% e 30% dos contratos, a integrantes do grupo.

O atual juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, assumiu o caso há menos de dois meses e já reconheceu a complexidade da ação, informando que ainda não há previsão para uma sentença final.

Em meio aos novos desdobramentos, Claudinho Serra e outros cinco réus continuam monitorados por tornozeleira eletrônica. A medida foi prorrogada até 16 de novembro, por decisão da Justiça. Além de Serra, seguem monitorados:

Carmo Name Júnior – assessor político;

Ricardo José Rocamora Alves – empresário acusado de emitir notas fiscais frias;

Ana Cláudia Alves Flores – ex-pregoeira da prefeitura;

Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa – ex-servidor municipal;

Thiago Rodrigues Alves – ex-servidor.

A juíza substituta Larissa Ribeiro Fiuza, que analisou pedido de Serra para revogar o monitoramento ou permitir que passasse a residir em uma fazenda, negou os dois pedidos. Ela argumentou que não há fatos novos que justifiquem a suspensão das medidas, e que o uso da tornozeleira não impede sua locomoção durante o dia.

Serra também alegou que o equipamento estaria causando irritações na pele, mas o argumento foi descartado. A juíza ressaltou que “o desconforto pessoal ou social não pode se sobrepor às determinações judiciais”.

Em abril deste ano, Claudinho Serra e outros 22 acusados viraram réus oficialmente, após o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva aceitar a denúncia do Ministério Público. As investigações são conduzidas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco.

Apesar da nova operação, o MPMS ainda não divulgou detalhes sobre os mandados cumpridos hoje nem confirmou se há ligação direta com novas frentes de investigação.

 

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