Com a diminuição da verba, MS pode sofrer prejuízos em áreas como aprendizagem profissional e cursos gratuitos
Na tarde de ontem (16), funcionários do Sesc e Senac de Campo Grande se reuniram, em frente ao prédio da sede, na Capital, para protestarem contra o corte milionário de recursos, previsto nos artigos 11 e 12 do PLV (Projeto de Lei de Conversão) nº 9/2023, que visa reduzir os serviços prestados pelo Sistema de Comércio. Se aprovada, a proposta prevê desvios de 5% dos recursos de contribuições sociais destinadas pelas empresas do setor terciário ao Sesc (Serviço Social do Comércio) e ao Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) para a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo).
A manifestação, que levou o nome de “Dia S”, faz parte de um movimento nacional, em defesa do Sesc e do Senac.
Na ocasião, também foram coletadas assinaturas para o abaixo-assinado contra o desvio de 5%, que, conforme as informações do Portal do Comércio, já conta com 700 mil adesões. Durante o protesto, a diretora de educação profissional do Senac MS, Jordana Duenha, afirmou que o objetivo maior da categoria é impedir que os recursos sejam retirados do Sesce Senac, para serem enviados a outras instituições, tendo em vista que esse corte pode acarretar diversos problemas no serviço prestado.
“Nós temos, em todo o Brasil, uma série de recursos gratuitos disponíveis para a sociedade e, se nós tivermos um comprometimento de recursos, é provável que tenhamos que diminuir os serviços e, ainda, oferecer menos cursos gratuitos. Nós precisamos desses recursos, para manter a oferta como ela está”, disse.
Além disso, Jordana ressaltou a importância de as pessoas que querem contribuir com o movimento do Sesc e do Senac assinarem o abaixo-assinado disponível. “Precisamos de um milhão de assinaturas, até quarta-feira (17), para evitar que o projeto de lei seja votado no Senado, por isso, nós estamos mobilizados em todo o Brasil, para que a população entenda a nossa luta e queira nos ajudar”, finaliza.
IMPACTOS
Com a diminuição da verba, Mato Grosso do Sul pode sofrer alguns prejuízos em áreas como aprendizagem profissional, cultura, cursos gratuitos e turismo. De acordo com o estudo de impacto, realizado pela instituição, no Sesc, com o fechamento de atividades em oito municípios, serão menos R$ 8 milhões aplicados em atendimentos gratuitos, uma redução de 207 mil de quilos de alimentos distribuídos, menos 208 exames clínicos, redução de 2.965 atendimentos em atividades físicas e recreativas, menos 160 apresentações e eventos culturais.
“Atualmente, o Programa de Aprendizagem Comercial, por exemplo, atende a mais de 3 mil jovens, apenas no Mato Grosso do Sul, gratuitamente, e ele só é possível porque nós temos recursos suficientes para fazer as ofertas gratuitas, o que seria, para nós, um dos maiores impactos negativos, caso a proposta seja aprovada e a redução concluída”, explicou a diretora de educação profissional do Senac MS.
Já no Senac, serão menos R$ 12 milhões aplicados em atendimentos, uma queda de 615 mil horas-aulas gratuitas, fechamento de 4 centros de formação profissional, fechamento de 2 laboratórios em turismo, corte de 138 postos de trabalho e o encerramento de atividades em 10 municípios.
A instituição citou, também, que o sistema impacta centenas de milhares de pessoas no Estado, desde capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho, à qualidade de vida.
Atuação essa que ajuda a mitigar diferenças regionais, seja por meio de ações de assistência social, que levaram de mais de mil toneladas de alimentos às mesas de famílias menos favorecidas; atendimentos na área de saúde e a forte propulsão cultural.
Por Tamires Santana – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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