Ficar em casa ou prestigiar o desfile do dia 7 de setembro?

7 de setembro_desfile
Foto: Reprodução

Desafio do atual governo é o de retomar o sentimento de nacionalidade

O dia 7 de setembro é uma data comemorativa que relembra a declaração de independência do Brasil, realizada em 1822. Neste ano, o evento vai contar com 4 mil pessoas que desfilarão em Campo Grande. Os participantes incluem alunos da rede pública, forças de Segurança Pública, militares das Forças Armadas e entidades assistenciais.

A equipe do jornal O Estado esteve, na tarde de ontem (5), no centro da Capital e identificou que a rotina de trabalho deve ser um dos principais impedimentos dos moradores em prestigiar o evento. Por outro lado, especialista ressalta que, com o passar dos anos, a celebração da data foi adquirindo novos significados e que agora, o governo do presidente Lula tem o desafio de retomar o sentimento de nacionalidade.

Segundo Daniel Estevão Ramos de Miranda, doutor em ciência política e docente na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o desafio do governo atual é, justamente, o de retomar ou retornar ao significado do evento, como um evento que une os brasileiros, a partir de um sentido coletivo de nacionalidade, e não dividi-los, em termos partidários.

“Historicamente, sempre foi um evento predominantemente institucional. Embora celebre a Independência do Brasil, que não foi feita por meio de uma guerra e sim por acordos diplomáticos, os militares se apropriaram da data como vitrine, para aumentar sua visibilidade e prestígio na sociedade, principalmente antigamente, quando se tratava de despertar nos jovens a vocação para as Forças Armadas. Contudo, ao longo dos anos, a participação delesse tornou uma tradição. Então, veio o governo Bolsonaro recentemente, intimamente associado com alas das Forças Armadas, e se apropriou da data e da comemoração, para fins não apenas partidários”, explicou.

Ainda ontem (5), o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que os militares se apoderaram da data comemorativa do 7 de setembro, mas que essa é uma celebração de toda a sociedade brasileira. Neste ano, as comemorações do governo federal têm como slogan “Democracia, Soberania e União”. Por outro lado, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro destacam o lema “Fique em Casa”, como forma de protesto. Vale lembrar que, nos anos anteriores, a data foi adotada pela oposição como um “Dia D” e contou com manifestações em diversas partes do país, com bandeiras hasteadas. Cenário que ainda é possível de ser visto em lojas e residências.

Em nota, a Polícia Militar informou que as medidas de segurança serão mantidas. “De acordo com a natureza do evento e com base na experiência acumulada nos anos anteriores, não haverá nenhum esquema de policiamento diferenciado, mantendo-se o policiamento ordinário destinado à região do desfile”, pontuou.

Neste ano, a programação do desfile prevê que ele comece às 8h10, na rua 14 de Julho, com destaque para a presença do governador Eduardo Riedel e de autoridades. O palanque oficial estará localizado na rua 13 de Maio, onde acontecerá o desfile. Haverá também desfile aéreo com aeronaves do Exército e da Força Aérea Brasileira, que sobrevoarão a rua 13 de Maio. A expectativa é de que mais de 15 mil pessoas acompanhem o desfile, na Capital.

Interdições no trânsito 

A avenida Afonso Pena será interditada em ambos sentidos, a partir das 20h do dia 6 de setembro, entre as ruas Rui Barbosa e a avenida Calógeras. As ruas 13 de Maio (entre a Dom Aquino e a 15 de Novembro) e a 14 de Julho também serão bloqueadas, a partir deste horário.

No dia 7 de setembro, a partir das 5h, a rua 13 de Maio, onde ocorre o desfile, será totalmente interditada, entre as avenidas Mato Grosso e Fernando Corrêa da Costa, assim como a rua 14 de Julho, entre a Fernando Corrêa da Costa e a Eça de Queiroz. A previsão de liberação das vias, após o desfile de 7 de setembro, deve ocorrer por volta das 13h.

Por Thays Schneider e Daniela Lacerda – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *