Fenômeno da motocicletização pode resultar em um aumento de vítimas

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Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS

Especialistas em mobilidade destacam que a meta é reduzir em 50% as cifras de óbitos, até 2030

De 2022 para 2023, Campo Grande enfrenta um aumento de acidentes de trânsito com vítimas, mas os registros de óbitos estão diminuindo. De janeiro a novembro de 2022, foram 3,9 mil sinistros com feridos e 72 com morte; já no mesmo período deste ano, os casos com feridos ultrapassam 4 mil e os registros de óbitos estão em 52, segundo dados da Divisão de Estatística da Agetran (Agência Municipal de Trânsito).

O psicólogo do trânsito e chefe da Divisão de Estatística da Agetran, Renan da Cunha Junior, diz que são 46 entidades, governamentais e não governamentais, atentas a esses números, pois querem renovar a meta da OMS (Organização Mundial de Saúde) de diminuir em 50% os óbitos no trânsito, até 2030.

“Campo Grande está, desde 2011, no programa ‘Vida no Trânsito’, sendo uma das cinco primeiras Capitais do Brasil. Na primeira década, tivemos uma redução de quase 41,6% no número de óbitos, que renovamos na nova década”, compartilha Renan.

Pensando em uma análise do contingente de veículos da Capital neste ano, existem, aproximadamente, 648.681 veículos ocupando as ruas, o que representa 35,8% da frota de todo o Mato Grosso do Sul e apenas 470.230 pessoas possuem autorização para dirigir, 60% são do sexo masculino e a maioria tem mais de 30 anos. Para Renan, estamos vivendo o fenômeno da motocicletização da frota.

“Boa parte da frota campo-grandense é formada por motos e motocicletas. Isso faz com que haja impacto neste número, pois um dos fatores de óbitos no trânsito da Capital é o transportar-se em motocicleta. Não que isso represente que os motoristas estão corretos e os motociclistas, errados. Não é isso! A questão é que a velocidade que se agrega no transporte da motocicleta, junto com a vulnerabilidade, que é quase a mesma de um pedestre”, explica o especialista.

Com uma meta a ser alcançada, o Gabinete de Gestão Integrada faz todo o planejamento e programação das ações que serão executadas para conquistar queda nos casos fatais.

“Trabalhamos para que haja um comportamento mais seguro a todas as pessoas. Vivemos no país que mais tem mortes no trânsito no mundo, sendo nossa preocupação frequente, o que nos faz trabalhar todos os dias de forma intersetorial. As coisas só vão mudar quando tivermos uma sensibilização da população em relação à mudança de comportamento no trânsito”, concluiu o psicólogo, ao jornal O Estado.

Processo de ex-servidor é transferido ao Tribunal do Júri

Neste sábado (16), completa uma semana do acidente ocorrido na rua Antônio Maria Coelho com a rua Bahia, que ganhou repercussão, envolvendo um ex-servidor do Estado e culminou com a morte da cozinheira Belquis Maidame, 51.

Conforme noticiado pelo jornal O Estado, a polícia está analisando imagens das câmeras de segurança para apurar as circunstâncias do acidente. Enquanto isso, o juiz Márcio Alexandre, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, encaminhou para a Vara do Tribunal do Júri, sob alegação de que a 6ª Vara seria incompetente para julgar os crimes de homicídio, embriaguez e lesão corporal grave.

O ex-servidor foi preso em flagrante por homicídio doloso e foi solto após pagamento de fiança, no valor de R$ 66 mil, realizado em espécie. Nas redes sociais, familiares das vítimas questionam a rapidez no processo de soltura do motorista. Cabe destacar que o piloto da motocicleta se recupera na enfermaria da Santa Casa e também deve prestar depoimentos. O caso está sendo investigado pelas equipes da 1ª DP.

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