Após a prisão do ex-vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), realizada na manhã de quinta-feira (5) durante a 4ª fase da Operação Tromper, o advogado do político, Tiago Bunning, concedeu entrevista exclusiva ao jornal O Estado de MS nesta sexta-feira (6), após a audiência de custódia. Claudinho é investigado por envolvimento em um esquema de fraudes em valores de contratos da Prefeitura de Sidrolândia.
A operação que levou à nova prisão do ex-parlamentar foi coordenada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado).

Tiago Bunning, advogado de Claudinho Serra- Foto: Roberta Martins
Na entrevista, o advogado destacou que a audiência de custódia serviu apenas para verificar se houve abuso no cumprimento do mandado, o que, segundo ele, não ocorreu. “A audiência de custódia só serve para saber se teve algum tipo de abuso no cumprimento do mandado de prisão e, de fato, não teve. Eu acompanhei todo o procedimento”, afirmou.
Bunning criticou a justificativa para a nova prisão preventiva e disse estar surpreso com os fundamentos usados. Segundo ele, não há fatos novos que justifiquem a medida cautelar. “Todos os fatos narrados ali são de 2022 e 2023. Me causou muita surpresa a prisão em 2025 por uma alegação de lavagem e ocultação de valores relacionados a transações antigas”, declarou.
Ele também afirmou que os novos contratos apontados na investigação não existiriam, conforme análise inicial dos autos. “Não me parece que houve continuidade de contrato ou novos contratos após a terceira fase da operação. E os atos de ocultação apontados como lavagem também não estão configurados depois da prisão anterior.”
A defesa ainda avalia quais medidas legais serão adotadas. Segundo o advogado, o inquérito possui mais de 7 mil páginas, e a equipe jurídica está analisando o material. “Estamos avaliando se vamos entrar com um pedido de revogação da prisão ou um habeas corpus no Tribunal de Justiça. Mas certamente vamos tomar alguma medida, porque entendo que a prisão preventiva foi decretada sem necessidade”, afirmou.

Fórum Heitor Medeiros, em Campo Grande – Foto: Roberta Martins
A Operação Tromper investiga um esquema de desvio de recursos públicos por meio de licitações fraudulentas e superfaturadas. Claudinho Serra já havia sido preso anteriormente durante a terceira fase da operação, que expôs supostos vínculos entre empresas contratadas e agentes públicos. A nova fase busca aprofundar a análise de movimentações financeiras e eventuais tentativas de ocultar valores obtidos de forma ilícita. As investigações seguem em andamento.
Com informações da repórter Brunna Paula
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