Ex-diretor da Saúde, Roberto Dias paga fiança de R$ 1.100 e deixa prisão

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Cerca de cinco horas depois de receber a ordem de prisão, efetuada pelo presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias pagou a fiança de R$ 1.100 e foi liberado na noite de quarta-feira. Ele deixou o local acompanhado de sua advogada, Maria Jamille José. Dias vai responder por perjúrio em liberdade.

Aziz mandou prender o ex-diretor sob a acusação de mentir à comissão. Dias foi o primeiro depoente a ser detido pela Comissão Parlamentar de Inquérito, após várias ameaças a convocados passados. Aziz já havia alertado o depoente sobre suas declarações à CPI.

“Estou tentando ajudá-lo, estou sendo sincero com você. Agora, chegar aqui e dizer que saiu [do Ministério da Saúde], não sabe por quê; que lhe tiraram poderes no seu departamento não sabe por quê; demitiram duas pessoas que trabalhavam diretamente com o senhor, o senhor não sabe por quê. […] Nós queremos só a verdade!”, disse Aziz mais cedo.

A decisão gerou bate-boca e nem todos os senadores, inclusive da oposição, concordaram com a prisão de Dias determinada por Aziz. Para eles, Dias é uma espécie de “peixe pequeno” no suposto esquema de corrupção na pasta da Saúde.

Prisão ocorreu após divulgação de áudios

Áudios e mensagens encontrados no celular do cabo da Polícia Militar de MG e suposto representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominghetti Pereira desmentiram a versão dada hoje à CPI da Covid por Roberto Ferreira Dias. Segundo Dias, o encontro em que um pedido de propina teria ocorrido foi acidental. O celular de Dominghetti está em poder da comissão e foi periciado.

O conteúdo dos áudios foi revelado pela jornalista da CNN Brasil Daniela Lima enquanto ocorria a sessão da comissão no Senado. Momentos depois, as mensagens foram exibidas na CPI. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), já havia dado ordem de prisão a Dias, sob a acusação de ele mentir à comissão, e senadores tentavam fazê-lo mudar de ideia.

Encontro “incidental”

À CPI, o ex-diretor da Saúde havia dito que o encontro com Dominghetti ocorrera “incidentalmente” em um restaurante dentro de um shopping em Brasília. No entanto, um dos áudios, enviado por Dominghetti em 23 de fevereiro —portanto, dois dias antes do encontro— mostra que ele já mencionada a “reunião”, que aconteceria em 25 de fevereiro, uma quinta-feira, a um interlocutor, chamado apenas de “Rafael”.

(Com informações Uol Notícias)

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