Estado espera manter a liderança na aplicação de vacinas no próximo ano

Foto: Valentin Manieri/O Estado Play
Foto: Valentin Manieri/O Estado Play

Imunização de crianças deve ser autorizada ainda neste mês pela Anvisa

Após o Ministério da Saúde apresentar, na última sexta-feira (8), o planejamento da campanha de vacinação contra a COVID-19 do próximo ano, com a expectativa de disponibilizar à população brasileira mais de 354 milhões de imunizantes em 2022, representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde de Mato Grosso do Sul afirmam que o Estado deve seguir na liderança em aplicação de doses no próximo ano e com um ritmo de vacinação ainda maior. Contudo, pontuam que o momento ainda é de luta para terminar a aplicação das doses de reforço e conseguir a liberação para a vacinação de crianças.

Entre as aplicações previstas para o próximo ano estão mais duas doses na população acima de 60 anos, com intervalo de seis meses; mais uma dose de reforço na população até 59 anos; e a possibilidade de ampliar o público-alvo da campanha. A lógica da vacinação em 2022 deixará de seguir o critério de grupos prioritários para considerar a imunização por faixa etária decrescente.

Segundo Crhistinne Maymone, secretária estadual adjunta de Saúde, Mato Grosso do Sul ainda não definiu o cronograma de aplicação de vacinas contra o novo coronavírus para o próximo ano. Mas afirmou que a prioridade será o público com mais disposição aos riscos.

“Nós da SES nos baseamos em evidências científicas, estamos colados na ciência. O ministério da saúde olha para os 27 estados igualmente, mas a SES olha para Mato Grosso do Sul, e nós estamos muito avançados na vacinação. A intenção é que para o próximo ano o Estado se mantenha em primeiro lugar, junto com as melhorias que a ciência nos apresentar. Por exemplo, pode ser que a gente tenha a ciência de que apresente o resultado de uma resposta para a população de risco em oito meses, porque vamos aplicar a vacina que apresenta uma menor durabilidade? Vamos seguindo a ciência”, destacou.

Além disso, Maymone fez um apelo para que a população se torne agente de estímulo à vacinação, principalmente para aqueles que deixaram de receber a dose de reforço e a segunda dose do imunizante.

“O grande desafio é a população ir se vacinar, principalmente em relação à segunda dose. Então o que a gente está pedindo: para que todas as pessoas sejam agentes nesse processo de vacinação. Chamem amigos, família, colegas de trabalho. A gente está pedindo que as empresas se envolvam, estimulem seus funcionários. Pedimos que os cidadãos se envolvam, que estimulem toda a sua rede de contatos. Que todos nós possamos ser agentes das pessoas, de estimular as pessoas a irem se vacinar, as que ainda não se vacinaram”, contou.

Na última semana, o governador Reinaldo Azambuja contou, na entrevista da semana do jornal O Estado, que, mesmo respeitando quem tomou a decisão de não receber o imunizante, é preciso pensar e defender a vida de si próprio e da sociedade como um todo.

“Respeitamos as pessoas que não querem tomar a vacina, mas, quando você olha os hospitais, a maioria das pessoas internadas e das que acabam morrendo é justamente das que não seguiram a ciência e não quiseram se imunizar. Por isso estamos fazendo sempre um apelo, para que elas reflitam e mudem essa posição, em defesa da vida de cada um e das nossas famílias”, relatou.

Segundo José Mauro Filho, secretário de Saúde de Campo Grande, mesmo com as tratativas sobre a vacinação para o próximo ano, a expectativa é de que, se houver doses suficientes, a Capital consiga imunizar a sua população com celeridade.

“A Capital tem uma capacidade de vacinar rapidamente, a gente deixou bem claro isso, a capacidade de 20 mil doses por dia se precisar. Com esse ritmo a gente vacina a população em dois ou três meses. Agora, tem de ver o fluxo disso, para ver se é necessário toda essa logística, o que em algo de uma semana a gente consegue organizar, mas não é a nossa preocupação nesse momento. Agora, nós estamos preocupados em fazer todo mundo tomar a segunda dose, a dose de reforço acima de 60 anos”, pontuou.

Questionado sobre a vacinação de crianças, ele afirma que a expectativa é de que nas próximas semanas a Anvisa divulgue alguma decisão e que, até o fim deste ano, seja possível imunizar todo esse público, estimado em 80 mil pessoas.

“Eu acredito que, neste ano ainda, a gente deva vacinar abaixo de 12 anos, se a Anvisa liberar a vacinação de 5 a 12 anos, eu acredito que vai ser uma outra logística. A vacinação é diferente, para as crianças temos que disponibilizar uma nova abordagem, precisa de mais tempo, mais diálogo, aceitação da criança, então talvez os modelos de vacinação nas unidades de saúde sejam os mais indicado. Acredito que, bem em breve, os EUA liberando a vacinação acima de 5 anos, isso é coisa para este mês ainda. Uma vez existindo a liberação, consequentemente o Brasil adere”, revelou.

Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que a definição do público-alvo ocorre pelo Ministério da Saúde, portanto o Estado apenas amplia e/ou insere novos grupos quando já se tem uma definição e/ ou pactuação. Quanto à vacinação decrescente, a SES reitera que há estudos científicos que mostram que a população mais idosa tem maior propensão a adquirir formas graves da doença, mas afirma que o maior desafio ainda está em conscientizar os negacionistas.

“Com relação à vacinação, a estratégia é realizada pelo Ministério da Saúde, no entanto, por ser tratar de um vírus respiratório, o Ministério da Saúde pode manter uma campanha anual de vacinação contra a COVID19. No entanto, a população deve ter consciência sobre a importância em se vacinar. A SES reforça que entre os principais desafios, a conscientização de uma minoria que ainda não quer se vacinar é um desafio. A decisão impacta diretamente nas ações que visam à eliminação rápida do vírus no Estado”, finalizou. (Da redação)

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