“Esse é um governo de continuidade, mas que tem nova modelagem”

caravina ok

Missão, segundo secretário de Governo, será tornar o Estado mais moderno e mais enxuto, além de investimentos, para que melhorias cheguem à ponta

O novo governo de Mato Grosso do Sul tem como secretário de Governo e Gestão Estratégica o deputado eleito Pedro Arlei Caravina (PSDB). A pasta se tornou ainda mais emblemática, com a inclusão de mais três secretarias executivas.

Em entrevista ao jornal O Estado, Caravina deixa claro que este será um governo de continuidade, porém com nova modelagem. Tanto é assim que uma das propostas da Segov será a implementação digital, para agilizar os serviços públicos e garantir o acesso do cidadão à internet. Outro fator é que será um Governo Verde, ou seja, um governo voltado à sustentabilidade. O projeto municipalista terá continuidade, com algumas diferenças. Caravina explicou que o Estado vai atender e levar as demandas aos municípios,
mas, para tanto, terá de haver a contrapartida da gestão municipal, em prol da população das cidades.

“Eduardo Riedel é um governador mais técnico ainda e, eu acho que o caminho é o mesmo, trabalhar com os municípios, atender as pessoas, trazer investimentos e aí tentar modernizar ainda mais o Estado. Transformar em um Estado mais moderno, mais enxuto, manter a transparência, focar muito nesse aspecto, no respeito com o dinheiro público, investir bem esse recurso, para que a melhoria chegue na ponta”, garante Na questão de relacionamento e do desenvolvimento, o titular da Segov explica que existem negociações com o governo federal, no que diz respeito à infraestrutura e logística, fazendo que rodovias sejam terceirizadas ou administradas pelo Estado, para dar mais volume de atendimento ao produtor e contribuir para o escoamento da produção, gerando desenvolvimento. Para tanto, garante que Mato Grosso do Sul está em contato direto com a União e principalmente no aspecto de logística, com os Estados vizinhos, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Mesmo porque, a partir da implantação da Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul passará a ser o protagonista na logística produtiva de todo o Brasil.

No aspecto político, o secretário, que foi eleito deputado estadual, disse que, como político, sempre há o almejo de voos mais altos, mas para isso ocorrer, o resultado vem do trabalho e das entregas feitas.

O Estado: Secretário, o senhor assumiu, nessa nova gestão, a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica. Quais os projetos que estão andamento agora, nesse início de governo?

Pedro Caravina: A Secretaria de Governo, especificamente, veio com uma modelagem diferente, foi criada dentro dela três secretarias executivas e dentro dos quatro eixos que o governo traz como principais, que é o governo moderno, inclusivo, verde e digital. Dentro da Secretaria de Governo foi criada a Secretaria de Transformação Digital, que vai trazer modernidade. Isso carrega no seu bojo a desburocratização. A ideia é criar uma plataforma de serviços mais simples, mais acessível para que os serviços disponibilizados pelo Estado sejam feitos de forma digital. Estamos também trazendo o modelo do ‘e-processo’, acabar com o papel, transformar todos os processos em digitais. Esse é um foco que deve ser iniciado este ano, e já está no início, que é a transformação digital do Estado. Também na Secretaria de Governo, tem a Secretaria de Gestão Estratégica e Municipalismo, que segue aquele mesmo viés municipalista, implantado no governo Reinaldo Azambuja, que é trabalhar com os municípios. Só que agora com uma nova modelagem, onde o Estado vai fazer contratos voluntários com os municípios, contratos de gestão, em que o Estado faz os investimentos nos municípios, mas vai cobrar, como contrapartida, melhorias de indicadores, tanto na educação como na saúde. É uma forma de o governo fazer as entregas ao município e receber, em troca, melhoria para a população que mora no município. Esses são modelos diferentes de gestão, mas nós temos muitas coisas em andamento . Temos um residual de investimentos do Estado nos municípios.

O governador tem várias ordens de serviço para dar a todos os municípios do Estado, na área de infraestrutura. Estamos trabalhando fortemente a questão do escritório de parcerias estratégicas, a EPE, que também é vinculada à Segov e está trabalhando a questão das parcerias público-privadas. Tivemos uma reunião para tratar da Infovia Digital, que já está em andamento, o contrato já está assinado; nos reunimos com a empresa Sonda, que ganhou a PPP e que começa a fazer a instalação dessa Infovia por
Campo Grande. Depois, em todo o Estado, será levada a internet mais rápida aos municípios, para os prédios públicos, para praças públicas. Então, isso acho que é primordial para modernizar o Estado.

Tivemos, recentemente, a assinatura do contrato da energia fotovoltaica, que é outro foco que está sendo tocado pela EPE e que vai trazer energia limpa, renovável e mais barata. O Estado vai ter de 35 a 40% de economia no gasto de energia, em vários prédios públicos. Esse é o governo de continuidade, mas que tem uma nova modelagem. Tem uma nova forma de se apresentar, mas o viés continua sendo esse. Atender aos municípios, modernizar o Estado com o desenvolvimento sustentável. As atrações de investimentos continuam com incentivos fiscais. Há empresas se preparando para se instalar no Estado. Temos a Arauco, que vai para Inocência, também outra grande gigante da celulose. Temos a JeFF, que vai assumir a extração de minério em Corumbá e que vai aumentar, e muito, a produção e o transporte de minérioTivemos, recentemente, a assinatura do contrato da energia fotovoltaica, que é outro foco que está sendo tocado pela EPE e que vai trazer energia limpa, renovável e mais barata. O Estado vai ter de 35 a 40% de economia no gasto de energia, em vários prédios públicos. Esse é o governo de continuidade, mas que tem uma nova modelagem. Tem uma nova forma de se apresentar, mas o viés continua sendo esse. Atender aos municípios, modernizar o Estado com o desenvolvimento sustentável. As atrações de investimentos continuam com incentivos fiscais. Há empresas se preparando para se instalar no Estado. Temos a Arauco, que vai para Inocência, também outra grande gigante da celulose. Temos a JeFF, que vai assumir a extração de minério em Corumbá e que vai aumentar, e muito, a produção e o transporte de minério.

Estamos trabalhando junto ao governo federal os eixos prioritários com as rodovias do Mato Grosso do Sul, para que possamos escoar a produção. Há um pedido para o governo federal de conservação dessas rodovias, a concessão, a conservação por parte do governo federal da BR-163, da BR-262. A 163, inclusive, vai para a relicitação. Fizemos o pedido do acesso à Rota Bioceânica, para fazer alfândega e o acesso à ponte, que está sendo construída, ligando Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, dentro da rota.

Outro projeto estruturante importantíssimo para Mato Grosso do Sul, e o governador teve uma reunião com o governo federal, são as ferrovias. Tanto a ferrovia de Maracaju, que passa por Dourados no sentido até Paranaguá, uma parceria com governo do Paraná, como também a ferrovia que vem do Estado de São Paulo, que passa por Três Lagoas, com destino a Corumbá. São obras importantíssimas, que estão sendo discutidas, pois a melhoria logística trará o desenvolvimento do nosso Estado.

O Estado: Quando prefeito de Bataguassu, o senhor reconheceu a questão estratégica da BR262. A possibilidade de ela ser duplicada e até mesmo passar a concessão ao governo do Estado, já que no governo Dilma não foi possível terceirizar a rodovia, existe?

Pedro Caravina: A 262, como ela recebe todo esse fluxo da celulose e também o fluxo do minério, é uma das principais que precisam ser totalmente remodeladas. Já está sendo executado, mas bem devagar, por isso a cobrança que fizemos também ao governo federal, o contorno rodoviário de Três Lagoas, em que começou a obra, mas ela está muito lenta é uma obra importante e, depois, a restauração, a terceira faixa ou até a duplicação, no trecho que passa por Água Clara, Ribas do Rio Pardo, depois sentido Corumbá. Esse é um dos eixos prioritários.

O governo federal manifestou que já tem recurso para fazer a revitalização e restauração dessa rodovia. O governo do Estado vem fazendo proposta, se o governo federal decidir que não vai fazer a concessão, nós queremos receber essa delegação, para poder conceber a rodovia, assim como foi feito na BR-158, lá em Aparecida do Taboado, que já foi concebida ao Estado e vai começar a intervenção.

O consórcio já ganhou essa PPP e começará a fazer os investimentos na 158, que é a rodovia federal que passou a delegação para o Estado e incluiu também a MS-112, que também faz a ligação daquela região até Três Lagoas. É o modelo que a gente ofereceu ao governo federal, de passar para o Estado e podermos administrar e aí incluir não só a 262, a 267 e também incluir, nesse trecho, a rodovia estadual MS-040. Porque se é feita a concessão dessas rodovias e tanto a 267 quanto a 262, e a 040 não é trabalhada, o que vai acontecer? Vai ser uma rota de fuga e vai arrebentar.

O Estado: Falando sobre a MS-040, ela é praticamente isolada. Como desenvolver mais essa rodovia?

Pedro Caravina: Essa concessão vai trazer, claro, estrutura melhor de acompanhamento. A tendência é que o modelo de concessão venha com pedágio, mas ela traz também a estrutura de socorro, de atendimento. Ela começa a ter movimentação, a ter comércios, postos de gasolina, muda a cara da rodovia.

Temos aí 220 quilômetros de Campo Grande até Santa Rita do Pardo em que não há pontos de acesso à internet, não tem pontos de telefonia, assim, ela se torna uma rodovia perigosa. Além de tudo, como ela se tornou uma rodovia de eixo, também de escoamento de produção, precisa ter terceira faixa na pista de isolamento e ela está com problemas nessa parte, pois tem manutenção, mas não é suficiente para aguentar o tráfego.

O Estado:Outra rodovia nesse sentido, que liga a Rota Bioceânica, é de Jardim até Porto Murtinho, que tem até uma placa avisando, que “não tem posto de gasolina nos próximos duzentos e poucos quilômetros”. Quer dizer, ali também vai ter desenvolvimento?

Pedro Caravina: Esse trecho mencionado, naturalmente, vai se desenvolver com a Rota Bioceânica. Por isso, a preocupação do governo do Estado em pedi-la ao governo federal e já houve a sinalização que vai acontecer, que é o acesso à ponte de Porto Murtinho.

Assim, com a Rota Bioceânica, a tendência é que essa rodovia, ao longo do seu trecho, tenha investimentos, porque haverá um grande fluxo de veículos, que vão levar e trazer cargas, sentido porto de Antofagasta, no Chile. É uma rodovia que precisa de atenção especial, o governo está se antecipando, porque com certeza vai precisar de investimento

O Estado: O Estado tem praticamente 80 mil servidores, o governador sempre buscou diálogo. Hoje, o senhor está exatamente nessa cadeira. Como será a interação com o servidor?

Pedro Caravina: Essa interação passa pela SAD, que é a Secretaria de Administração, ela faz o primeiro contato e a Segov vai participar também das discussões, do contato com sindicatos, com os representantes de categoria. O governo fez o compromisso de estar sempre muito próximo do servidor, é o governo de diálogo, pois se faz política e gestão com diálogo. Nós temos que acompanhar a questão da arrecadação, estamos acompanhando essa mudança tributária que se avizinha. Já está em andamento uma discussão com relação à reforma tributária, que é necessária.

A primeira coisa, os governos estaduais têm que acompanhar como isso será feito, fazer parte dessa discussão, para que os Estados não percam arrecadação. Não perdendo arrecadação há condições de fazer também os ajustes necessários na questão salarial, na questão das condições de trabalho dos servidores…

O Estado: Falando sobre a reforma tributária, na questão do ICMS. Como fica a situação? Vai voltar? Continua em 17%?

Pedro Caravina: Na verdade o governador já deu uma declaração de que ele vai manter os 17%. Com as mudanças em nível federal, em que o governo federal voltou a cobrar PIS e COFINS, o governo do Estado vai manter a alíquota, mas segue acompanhando a discussão. Os governadores estão se reunindo e estão participando da discussão, com o governo federal.

O Estado: O senhor, na última eleição, foi candidato a deputado estadual e teve até uma votação expressiva. Isso pode indicar, no futuro, voos mais altos?

Pedro Caravina: Olha, a política é dinâmica e eu acredito muito na política do resultado. Eu acho que o que levou o governador a ser eleito foi o que ele poderia dar de resultado para o Estado. O currículo dele foi analisado e a gente tem visto isso em vários Estados e em municípios.

A população, hoje, busca aquele político que, quando está na gestão, entrega resultado, entrega melhoria. Então, meu foco agora é trabalhar, e ajudar o Estado de Mato Grosso do Sul. Lógico que sou político, e o político sempre está disposto a disputar cargos que venham a surgir, mas acho que isso vai ser fruto do trabalho que iremos fazer

O Estado: O governo anterior a Eduardo Ridel foi um governo bem aprovado pela sociedade sul-mato-grossense. Como melhorar, nessa gestão, o interesse em voltar, exatamente para a população e para que essa gestão seja ainda melhor?

Pedro Caravina: O governo Reinaldo foi um grande governo, bem avaliado, fez várias entregas, é um governo de continuidade, mas com uma nova roupagem, um governo novo. Eduardo Riedel é um governador mais técnico ainda e, eu acho que o caminho é o mesmo, trabalhar com os municípios, atender as pessoas, trazer investimentos e tentar modernizar ainda mais o Estado. Transformá-lo num Estado mais moderno, mais enxuto, manter a transparência, focar muito nesse aspecto, no respeito com o dinheiro público, investir bem o recurso, para que a melhoria chegue na ponta. E o governador elencou esses quatro eixos, que são importantes e que todo o país deve seguir.

Queremos transformar o nosso governo o máximo possível num governo mais verde. Quando falamos em governo verde, é governo sustentável, que se preocupa com a sustentabilidade. Então, o desenvolvimento tem que seguir junto com a sustentabilidade, pois é daí que vem os projetos de energia limpa, os projetos de carbono neutro, que estamos acompanhando. A um governo moderno você traz modernidade, e vem junto a digitalização, governo digital, em que você entregue serviços mais acessíveis, com mais facilidade para a população.

Um governo inclusivo traz junto o mote social, de não deixar ninguém de fora, incluir as pessoas no modelo de governo, os indígenas, os negros, todas as etnias, raças, não deixar ninguém de fora, os mais humildes, trabalhar para os mais pobres, fazer políticas públicas que melhorem a vida e resgate as pessoas da condição de pobreza. Esse, eu acho, que é o foco de trabalhar em prol de um governo ainda melhor que o do ex-governador Reinaldo.

Por: Alberto Gonçalves  – Jornal O Estado do MS.

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