“Ensino fundamental e médio não são atrativos para alunos”, lamenta Doutora em educação

Especialista pontua
que falhas no modelo
de ensino começam no ensino fundamental          (Foto: Marcos Maluf)
Especialista pontua que falhas no modelo de ensino começam no ensino fundamental (Foto: Marcos Maluf)

Em Mato Grosso do Sul, proporção de alunos entre 6 e 14 anos no Ensino Médio cai pelo segundo ano.

 

Em Mato Grosso do Sul a proporção de alunos de 6 e 14 anos no ensino médio caiu pelo segundo ano. No Estado 95% das pessoas de 6 a 14 anos estavam frequentando o ensino fundamental, etapa escolar adequada para esta faixa etária, ficando na 10ª posição no ranking.

Frente a 2022, houve retração de 0,5 pontos percentuais, atingindo o menor nível da série. Com isso, o indicador do estado passou a ficar no limite da Meta 2 preconizada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), de 95%.

Dados positivos mostram que 54,6% da população de Mato Grosso do Sul completaram a educação básica. Em Mato Grosso do sul, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória – ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio – manteve uma trajetória de crescimento e alcançou 54,6% em 2023. Entre aqueles que não completaram a educação básica, 4,3% eram sem instrução, 28,7% tinham o ensino fundamental incompleto, 7,1% tinham o ensino fundamental completo e 5,3%, o ensino médio incompleto. Na série temporal, os números de pessoas sem instrução (77 mil) apresentaram queda de 7,3% em relação a 2022 (83 mil) e de 18,1% na comparação com 2016 (94 mil).

Ângela Maria Costa, doutora em educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em entrevista ao jornal O Estado comenta que mesmo com os números aparentemente positivos o ensino fundamental e médio não tem atrativos para os alunos, a prova disso é a má colocação nos processos seletivos como o próprio Enem. ” O ensino médio é a última etapa da educação básica e nossos alunos estão se saindo péssimos nas avaliações isso é o reflexo do que foi ensinado durante toda a vida escolar do aluno”, comenta.

Ângela Maria continua dizendo que durante a pandemia boa parte dos alunos tiveram que procurar emprego e parte deles não retornaram para as salas de aulas.

Sobre a educação básica a doutora em educação afirma que começa desde pequeno na creche, a educação infantil a partir dos quatro anos é obrigatória. ” Deveria ser de qualidade não para ensinar apenas a criança ler e escrever, são maioria escolas despreparadas pegando crianças de quatro anos e colocando um lápis na mão e uma cartilha para ler isso está errado. Isso mostra a ignorância na educação. A criança apreender brincando “, finalizou.

famílias peregrinam por vagas na Defensoria

No último dia 19 de março, a Defensoria atendeu mais de 200 famílias em busca de vagas escolares. O mutirão foi organizado pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca), coordenado pela defensora pública Debora Maria de Souza Paulino.

“No total foram atendidas 234 famílias. A especificidade desta ação foi que, muitos dos atendimentos eram referentes a crianças que não foram contempladas com nenhuma vaga em unidades de ensino. Contudo, casos de crianças separadas dos irmãos ou de matrículas longes das residências continuam recorrentes”, detalhou a coordenadora.

 

Futuro da educação

Ângela Maria Costa, doutora em educação ressalta sobre o futuro da educação é necessário investimento nos professores não basta apenas concluir uma faculdade é necessário uma formação continuada de forma permanente. ” Não é só aluno fazer um curso de pedagogia sair e pronto tem que continuar estudando. É importante ainda ter um concurso público para. Não existe educação de qualidade sem qualificação dos professores”, finalizou.

Por Thays Schneider 

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