Enquanto famílias prezam por segurança, prefeitura faz muro de 1,2 metro em escola

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Reportagem flagrou funcionários construindo o muro na última semana. Foto: Marcos Maluf

Ano letivo de 2023 teve mãe de aluno esfaqueada e ameaças nas redes sociais

O ano letivo de 2023 foi marcado pelo medo sobre a falta de segurança em algumas escolas da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande. Em 18 de maio do ano passado, um adolescente de 15 anos, ex-aluno da Escola Municipal Bernardo Franco Bais, localizada na Avenida Calógeras, esfaqueou a mãe de um aluno, no momento em que ela deixou o filho no interior da unidade no início da tarde. Após o ocorrido uma série de novas ameaças a alunos foi divulgada pelas redes sociais, com isso, além da preocupação sobre a falta de vagas para as crianças, famílias da capital estão receosas, quanto as medidas de proteção que serão adotadas neste ano.

No Bairro Jardim Imá, moradores e vizinhos próximos da Emei Clotilde Chaia questionam a obra de construção do muro de proteção da unidade, principalmente levando em conta que a obra prevê uma altura de 1,2 metro o que para as mães não será seguro suficiente. Anteriormente, o local era protegido por uma tela, o que também não se mostrava eficaz segundo as famílias. O motorista e pai de uma aluna matriculada na EMEI, Leonardo Victorio, de 32 anos, compartilhou com a reportagem o sentimento de insegurança em relação à altura do muro que está sendo construído ao redor da escola.

“Essa semana teve reunião na escola, e percebi que parte do muro ainda não estava concluído. Fato que me bateu uma insegurança, pois qualquer pessoa mal intencionada poderia ter acesso ao pátio da escola. Para a gente que tem filhos na escola, acredito, que esse muro deveria ser maior”, sugere.

Por outro lado, vizinhos questionam se a altura não será alterada, assim como já é em outras unidades. “Acho que vão subir o muro, pelo menos igual tem em outras escolas”, cita um deles.

Contudo, a equipe do jornal O Estado conversou na última semana, com o responsável pela empreiteira, Draiton Barbosa de Souza, para garantir a segurança dos alunos nas voltas às aulas, muro está sendo ampliado em um metro e vinte mais aplicação de telas e concertina. “Os serviços que estão inclusos na licitação, é o muro, calçada, colocar tela que já tinha anteriormente, pintura completa da creche, acessibilidade e reparos nas telhas. Faltam alguns detalhes que dependem do clima, se não chover vamos conseguir terminar a obra a tempo”, comentou. Vale lembrar, que a previsão do tempo indica que as chuvas e tempestades devem permanecer no estado durante esta semana e o início das aulas está previsto para o dia 15 de fevereiro, podendo ser prorrogado conforme informações repassadas por servidores municipais ao jornal O Estado.

Relembre o caso 

O ato de violência que marcou o ano letivo de 2023 aconteceu após o jovem, que portava quatro facas e uma machadinha de pequeno porte, adentrar na portaria da unidade e ir em direção a vítima que foi atingida com uma facada nas costas. Logo após a ação, ele foi contido pelo agente de segurança patrimonial que trabalha na unidade e por um professor. A vítima foi socorrida por equipes da URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado) e levada para a Santa Casa da capital.

O Professor de Badminton, William Silva relembrou para o jornal O Estado, os minutos de terror que vivenciou ao lado do agente patrimonial durante e logo após a agressão. Juntos, eles realizaram a imobilização do ex- -aluno e os primeiros socorros à vítima até a chegada da equipe da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

“Ele estava com duas facas na mão e eu estava conversando com a mãe, quando ele deu uma facada nela nas costas, quando o agente o viu, já estava tentando entrar no parque onde estavam as crianças. Então nós seguramos ele e o desarmamos. Eu acho que ele estava mirando a coordenação. Ele não falou nada, perguntei por que ele fez isso, mas ele não falou nada. Eu não pensei em nada, na hora eu só agi, fiquei em choque”, destacou.

O adolescente foi apreendido em flagrante por prática de ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio. Ele foi encaminhado para a DEAIJ (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). Com ele, todos os objetos que estavam em sua mochila, bem como a faca utilizada na ação também foram entregues para a autoridade policial. Na ocasião, a defesa informou que entraria com pedido para que a medida fosse revogada.

Por Michelly Perez e Suzy Jarde.

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