Enquanto aguardam revitalização, monumentos amargam prejuízos do tempo

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Há espera de recursos, na Capital projetos aguardam data para sair do papel

Quem passa pelas ruas e avenidas de Campo Grande já se deparou com monumentos cujas obras estão paralisadas há muito tempo. Para alguns, o atraso na entrega dos projetos já levou até mesmo as esperanças de um dia conseguir contemplar e recordar as lembranças que fazem parte da história da ‘Capital Morena’. A equipe do Jornal O Estado acompanhou a situação de cinco locais que ainda estão longe de receber uma ‘nova cara’.

Ao mesmo tempo em que é abrigo para moradores de rua, também é agredido pelas marcas da idade, a Rotunda de Campo Grande segue à espera de projeto de revitalização que possa liberar o uso do espaço para a população, localizada na rua 14 de Julho e área de 102,4 metros de diâmetro. Enquanto as obras não chegam, a Prefeitura diz que tem feito estudos de viabilidade para o uso do local, que pode vir a ser um parque cultural ou tecnológico.

Além da dificuldade na captação de recursos necessários, o titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fioresi, lembra que intervenções no espaço devem atender regras específicas por se tratar de uma área histórica, deixando tudo ainda mais demorado. “Aquela área é tombada pelo patrimônio histórico e precisa de um cuidado diferenciado, tanto no projeto quanto na execução”, explica.

proposta de requalificação

No fim de 2018, a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) apresentou proposta de requalificação que previa a construção de áreas para eventos e exposições, biblioteca e espaço de convivência com acessibilidade, sala de aula de dança e espaço de teatro que permitisse a interação entre palco e plateia.

Em janeiro de 2019, a proposta recebeu o selo “Mais Turismo”, do Governo Federal, concedido a iniciativas que fomentam o desenvolvimento local e regional. Ainda assim, a revitalização não ganhou força e ficou apenas no papel.

Atualmente o cenário encontrado no local é bem diferente do que se planejou. Com restos de lixo e mato espalhados pela área, a construção ainda tem como adversário a ação do tempo, que a cada ano castiga mais a construção erguida entre os anos de 1941 e 1943

Logo ao lado da Rotunda, na Feira Central, a execução de projeto para a construção de um novo espaço já está em andamento e deve entrar em fase de licitação ainda esse ano. Ao todo, o cronograma prevê investimento de R$ 70 milhões com obras que serão feitas por etapas.

Segundo o chefe da Sectur, Max Freitas, para a primeira fase já estão garantidos R$ 17 milhões das emendas de deputados federais e senadores, além de R$ 5 milhões em sinalização do Governo do Estado. “Após a aprovação do Projeto a Prefeitura ainda vai acrescentar o valor da contrapartida, que é obrigatória”, explica.

Nova feira

Responsável por colocar a construção em prática, Rudi Fioresi afirma que a construção da nova Feira deve começar já no ano que vem. “O local onde hoje é a feira será o estacionamento. Na parte de trás vamos começar a fazer as obras para mudar as instalações”, pontua.

Em Campo Grande, outros pontos também aguardam por revitalização e são considerados ‘problema’ para moradores da região onde estão instalados. Um deles é o prédio onde funcionaria o Centro de Belas Artes, no Bairro Cabreúva. Abandonado, o local que começou a ser construído em 1991, está deteriorado, tomado de lixo e abriga usuários de droga.

Depois de fazer vistoria na área, grupo de vereadores passou a cogitar abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar os motivos de o prédio não ter sido concluído e terminar abandonado.

Entre reuniões, projetos e tentativas de destravar obras, a antiga rodoviária é outro “elefante branco” que se arrasta na cidade desde 2009, quando foi desativada. 

Em dezembro de 2019, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) chegou a assinar convênio com a Caixa Econômica Federal para a liberação de R$ 15,6 milhões em emenda federal para obras na área. A intenção da Prefeitura era de que o serviço de revitalização começasse em 2020, no entanto, com a chegada da pandemia, o desenvolvimento e execução do projeto ficaram travados.

adaptação

Na época, o Município divulgou que adaptaria 4.538 metros quadrados da antiga plataforma de embarque e desembarque do para alocar várias repartições municipais, com espaço para a Guarda Municipal , Central do IPTU, setor de posturas da Semadur, área de atendimento da Agência Municipal de Habitação e dos beneficiários dos programas da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Na lista de espera, o Aquário do Pantanal, em plena Avenida Afonso Pena, segue aguardando conclusão após inúmeras retomadas e paralisações da obra, que começou a ser construída em 2011. Em março deste ano, a construtora venceu licitação de R$ 19,6 milhões para concluir a obra que também estava parada desde novembro de 2009.

O projeto custará mais de R$ 200 milhões, mais que o dobro do valor previsto no início da construção, que era de R$ 76 milhões. Conforme o Seinfra, das 12 frentes de serviço, duas já foram concluídas (de Substituição dos Vidros e Conclusão da Cobertura Metálica); sete estão em execução (Conclusão da Monocapa, Impermeabilização dos tanques, Cenografia, PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho), Climatização, Estrutura Metálica da Passarela e Construção Civil) e três estão com licitação em andamento (Sistema de Suporte à Vida, Elétrica e Automação).

texto de  Clayton Neves, jornal impresso o Estado MS

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