Empresa Aena assume aeroporto da Capital em outubro com desafio de tornar o local seguro

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Foto: Marcos Maluf

População reclama de insegurança e taxistas pedem regularização de transporte de passageiros 

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) publicou a Ordem de Serviço que dá eficácia ao contrato de concessão firmado entre a Aena e a agência em março deste ano. Com isso, começa então o processo de transição da gestão dos aeroportos do bloco SP/MS/PA/MG, que inclui Congonhas – o segundo maior do país, em número de passageiros –, e a companhia dá início aos planos de melhorias, dos novos equipamentos de infraestrutura da rede. A expectativa é de que a Aena já inicie a operação das novas unidades em outubro. Vale destacar que o bloco contempla os aeroportos de Uberlândia-MG, Uberaba-MG, Montes Claros- -MG, Campo Grande-MS, Ponta Porã-MS, Corumbá-MS, Carajás-PA, Santarém-PA, Altamira-PA e Marabá-PA.

Conforme já anunciado pelo jornal O Estado, em abril deste ano, a falta de segurança por parte dos usuários do aeroporto de Campo Grande é uma das principais queixas, principalmente no que diz respeito à área de estacionamento. Além disso, a empresa deverá assumir as obras de revitalização do local, que ainda não foram finalizadas e buscar uma solução para o impasse vivenciado pelos taxistas que alegam estarem perdendo corridas para motoristas irregulares.

Os aeroportos do bloco foram arrematados por R$ 2,45 bilhões na sétima rodada de concessões aeroportuárias em agosto de 2022. Um pouco menos de 50% desse valor seria pago com a apresentação de precatórios, mas, diante da perspectiva de definição das regras para o uso desses recursos, apenas em alguns meses, a concessionária fez uma opção pela quitação em dinheiro, com o propósito de manter o cronograma planejado de investimentos no Brasil e de dar andamento aos processos necessários para assumir a gestão dos aeroportos. Com isso, a operadora deve se consolidar como a maior operadora aeroportuária do Brasil (em aeroportos) e do mundo (em passageiros).

Com a proximidade da mudança de gestão, a Aena abriu processo de seleção para contratação de novos profissionais para preencher as vagas dos 11 novos aeroportos que começam a ser administrados pela companhia até o final deste ano. O recrutamento acontece por meio da consultoria Manpower e os currículos devem ser cadastrados digitalmente no campo “Trabalhe Conosco” no site da Aena Brasil (site: aenabrasil.solides.jobs/). Informações sobre as oportunidades também são divulgadas no LinkedIn (www.linkedin.com/ company/aena-brasil/). Ter experiência no setor aéreo e residir nas cidades dos aeroportos são diferenciais importantes para quem quiser concorrer às novas vagas.

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Foto: Marcos Maluf

‘Motoristas clandestinos’ provocam perda de 70% na movimentação

Taxistas do aeroporto de Campo Grande não sabem mais a quem recorrer, pois, segundo eles, motoristas clandestinos tomaram conta do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Para os profissionais, o problema não é recente e já se alastra há quatros anos, enquanto isso, eles contabilizam diminuição de 70% na movimentação nos últimos meses, com a presença de carros irregulares.

Os condutores se passam por motoristas de aplicativo. No entanto, eles cobram, por corrida, valores que chegam a ser até quatro vezes maiores do que o usual.

Taxisista há mais de 15 anos, Zenilda Barbosa, de 59 anos, explica que está cada dia mais difícil voltar com o sustento para casa. “Pagamos impostos caros. Só para conseguir circular com o carro na cidade é
pago o valor de R$ 700 à prefeitura, além do alvará, fora os valores da Agetran.”

A trabalhadora continua dizendo que já procurou a Prefeitura de Campo Grande duas vezes, mas sem sucesso. “Meu questionamento é: como esses motoristas clandestinos conseguem trabalhar por toda a cidade, sem serem punidos? São em torno de 15 a 20 motoristas, eles não são taxistas, não pagam impostos à prefeitura, não usam placa vermelha e nem taxímetro”, concluiu.

Gabriel Valente, de 62 anos, trabalha há quatro anos no aeroporto como taxista. Ele revela que viu o movimento cair em 70%. “Antes, era uma corria atrás da outra, principalmente no horário entre às 22h à meia-noite. Hoje, é uma corrida por noite”, desabafou.

Por Michelly Perez e Thays Schneider – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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