Em uma semana, casos de dengue crescem em mais de 200% em MS

Marcos Maluf
Marcos Maluf

Estimativa do Ministério da Saúde aponta que o número de infectados no país pode atingir os 5 milhões neste ano

Desde o fim do ano passado com as altas temperaturas e chuvas intensas, que especialistas chamavam atenção para dengue e os números de casos previstos para este ano. Em Mato Grosso do Sul a doença já começa a registrar um aumento expressivo, isso porque, conforme o boletim epidemiológico desta semana, divulgado nesta quarta-feira (24) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), aponta um crescimento de 239% no número de casos confirmados em uma semana, saltando de 43 para 146 infectados. 

O município de Chapadão do Sul, distante 332 km da Capital, lidera o número de casos. Campo Grande teve 4 casos positivos para dengue até o momento. Em relação a mortes, Estado ainda não registrou nenhuma. Entretanto, o Ministério da Saúde já alertou para a possibilidade da região Centro-Oeste enfrentar um cenário epidêmico da doença. Nas regiões Sudeste, principalmente em Minas Gerais e Espírito Santo, e Sul, com ênfase no Paraná, há risco considerável de epidemia da doença.

A nível nacional, segundo estimativas da pasta federal, o Brasil pode atingir até 5 milhões de casos de dengue neste ano. Além do resultado de uma combinação de fatores, como calor intenso, grande volume de chuvas, existe ainda o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4. No Estado, ainda tendo como referência o boletim desta semana, foram notificados apenas os sorotipos 1 e 2. Mas, segundo a superintendente em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Mato Grosso do Sul), Veruska Lahdo, a circulação do sorotipo 3 é uma preocupação, tendo em vista que a última epidemia por dengue tipo 3 ocorreu em 2007. “Sempre existe o risco, principalmente com o retorno de circulação do sorotipo 3 da dengue em alguns Estados e que há mais de 15 anos não circula no país”, garante. 

No Brasil, nos primeiros 15 dias do ano já foram registrados quase 56 mil casos, uma incidência de 27,5 diagnósticos a cada 100 mil habitantes. Em 2023, nesse mesmo período, haviam sido computados 26.801 casos, um aumento de 108%. Um levantamento divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no fim do ano passado apontou que o Brasil lidera o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 dos 5 milhões de casos registrados em 2023. O maior número de mortes causadas pela dengue foi registrado no ano passado, com 1.079 óbitos confirmados até o mês de dezembro. Inclusive, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes também pode ser recorde em 2024. 

Evolução

Vacina contra a dengue  

Mato Grosso do Sul tem uma vantagem em relação ao restante do país, diante da ação inédita que está ocorrendo em Dourados com a vacinação em massa da população, graças a um acordo entre a prefeitura e a farmacêutica Takeda. Segundo a prefeitura, mais de 12 mil pessoas já foram imunizadas, das 150 mil previstas. 

Para a vacinação nacional, uma primeira remessa do imunizante já chegou no país no dia 20 de janeiro, com cerca de 750 mil doses. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas. Mais doses do imunizante serão repassadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) ao longo de 2024, totalizando 5,2 milhões.

Neste primeiro ano, as vacinas serão destinadas a municípios com mais de 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão nos últimos 10 anos. O público-alvo será crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas, para as quais o imunizante ainda não foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.

Por Rafaela Alves 

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