Em protesto, servidores administrativos municipais prometem greve por tempo indeterminado

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Servidores públicos administrativos protestaram na manhã de hoje (1º) em frente a prefeitura de Campo Grande. Eles pedem um aumento do bolsa-alimentação, reajuste salarial e qualificação profissional por meio do programa Profuncionario.

O presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais), vereador Marcos Tabosa diz que a greve irá durar por tempo indeterminado. “Estamos esperando que o Executivo abra a discussão. A gente quer dialogar para acabar com a greve, é o Executivo que dá o tom. A greve é legitima dos servidores. O sindicato quer construir uma saída, quem não quer construir uma saída é o Executivo municipal”.

Tabosa comentou sobre o reajuste salarial. “A reposição da inflação foi errada porque o prefeito pegou o índice de janeiro a dezembro de 2021. A nossa data base é maio. Ele dividiu em duas vezes, a primeira vai pagar em abril para receber em maio, 5,03%. A segunda que é 4,86%, não chega nem a 5,03% vai ser em janeiro de 2023. Ou seja esse é zero, porque a deflação vai engolir, já começou errado ai”.

“As reivindicações dos servidores administrativos são a incorporação do Profuncionário, que mais de 600 servidores não tem; o auxilio alimentação, porque ele deu pros outros e não dá pros administrativos da educação? A referência 14B de quem trabalha há 3 anos, 30 horas conforme decreto. Queremos 30 horas em lei. Queremos o pagamento da insalubridade, o plano de cargos e a carreiras da SAS, que está pronto mas, o Executivo não manda para Câmara e que o plano de cargos e carreiras da SESAU seja efetivado”, emenda Tabosa.

O vereador ainda diz que mesmo com a desincompatibilização do prefeito Marcos Trad entre hoje (1º) e amanhã (2) para sua candidatura ao governo do Estado, ainda é de cargo do próximo prefeito atender as demandas da greve. “O prefeito Marcos Trad vai sair da prefeitura, ele não vai levar a prefeitura de Campo Grande. A prefeitura é um CNPJ. Mudou o prefeito, o próximo é um funcionário da administração, ele pode fazer o que quiser”, espetou ele.

Veja a reportagem:

Dignidade

Tainara, representante dos servidores administrativos municipais que atua na Secretaria de Assistência Social e possui nível superior, conversou com a reportagem de O Estado Online e enfatizou as demandas das categorias e os motivos para a greve.

“Essa é uma greve de várias categorias e nós gostaríamos que todas as categorias fossem respeitadas. Mas nós enquanto SAS estamos aqui porque trabalhamos em uma Secretaria que trabalha com a garantia dos direitos da população. Então, nós estamos aqui para garantir os nossos direitos. O prefeito perguntou ontem (31), nas redes sociais dele, que greve é essa? A greve é que os servidores estão cansados de desvalorização salarial. Tem alguns funcionários que estão aqui que ganham menos que um salário mínimo. É a greve da dignidade, é a greve pela família. O pessoal da educação está tentando o Profuncionário, o aumento do auxílio-alimentação. A gente quer o mínimo de dignidade para poder trabalhar melhor para a população, porque os nossos usuários merecem um atendimento de qualidade e nós merecemos também ter qualidade de vida. Então a greve, seu prefeito, é essa”, cutucou a servidora efetiva.

A greve inclui demandas dos servidores administrativos dos ensinos fundamental, médio e superior. “Apesar da 14B ser a referência que eu represento ser de ensino superior, essa greve está mesclada. Para você ver como a insatisfação do funcionário é, desde o ensino fundamental até o ensino superior. Tem pessoas que ganham menos de um salário mínimo e funcionários do ensino superior não ganha líquido mais que R$ 3.000”, disse Tainara.

A servidora continuou: “a gente está indo por passinhos, por ser muito amplo, cada um está lutando por alguma coisa. Mas, até os guardas municipais ganharam R$ 494 de auxilio-alimentação. Os funcionários do ensino superior não tem auxilio-alimentação, não tem um reajuste descente há muito tempo. Ele deu agora a questão da inflação, 5% para pagar agora e 5% em dezembro. Em valores isso mal dá R$ 300,00. E com tudo o que a gente está gastando em termos de despesas familiares isso não cobre. A insatisfação é bem generalizada. Parece um deboche, R$ 56,00 de aumento? O que você compra com R$ 56,00 no mercado?”.

Confira a galeria abaixo:

 

 

 

 

1 thought on “Em protesto, servidores administrativos municipais prometem greve por tempo indeterminado”

  1. A greve desses servidores municipais de Campo Grande e’ justa. Há anos eles demonstram insatisfação com a questão salarial. Reivindicam Planos de Cargos, Carreiras e Remunerações- PCCRs dignos, algo que muitas categorias da PMCG já garantiram faz muito tempo. Sou servidora aposentada, também faço parte desse grupo e afirmo que e’ inaceitável a desconsideração e desrespeito da parte do prefeito Marcos Trad, em ontem ter assinado um PCCR que não conhecemos, que o nosso sindicato que nos representa foi excluído da negociação.

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