Em nove dias de julho, Campo Grande soma mais de 7 mil atendimentos infantis nas unidades

Fotos: Nilson Figueiredo
Fotos: Nilson Figueiredo

Após repercussão, 25 profissionais são destinados para cumprir escala noturna em cinco unidades

Após a divulgação do remanejamento de profissionais especializados no atendimento pediátrico para apenas duas unidades de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital, durante a noite, pela falta de profissionais para o fechamento de escalas, o responsável pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Sandro Benites, afirmou, ao jornal O Estado, que o serviço seguirá mantido em cinco unidades no período noturno e que a prefeitura já iniciou as tratativas para a contratação de mais profissionais da área, para reduzir a demanda. Somente entre os dias 1º a 9 de julho, foram contabilizados 7.029 atendimentos pediátricos, nas dez unidades de urgência e emergência. “Até o momento, não mudou nada. Como a gente não tem pediatra suficiente para fechar todas as escalas nas dez unidades básicas e para evitar que a mãe fique indo em várias unidades, por exemplo, nós não conseguimos fechar escala no Tiradentes, então vamos

fortalecer uma unidade próxima. Hoje, temos pediatra suficientes todas as noites em cinco UPAs, a única que não tem é a Santa Mônica, pela falta de profissionais”, explica Sandro. Ele afirma, ainda, que a solução encontrada pela secretaria é a de fazer uma readequação, em algumas UPAs, como Universitário, Coronel Antonino, Leblon, que vão ter esse atendimento 24h por dia e 7 dias por semana. Com isso, quem procurar por atendimento durante a noite poderá se dirigir a até cinco unidades, que somam um efetivo médio de 25 pediatras. “Além disso, estamos abrindo um processo para selecionar novos pediatras, porque queremos ter, em Campo Grande, uma unidade, como já houve há um tempo atrás, chamado Cempe, que era o Centro de Especialidades Pediátricas, em que as pessoas costumavam ir e sabiam que ia ter pediatra 24h. Em nenhum momento isso passou pela nossa cabeça, e eu tenho certeza de que nenhum gestor anterior retirará os pediatras das UPAs, isso é um absurdo”, disse Benites.

De acordo com a escala disponibilizada no site da Prefeitura de Campo Grande, somente ontem (10), os atendimentos infantis estavam disponíveis com pediatras nas UPAs Universitário e Coronel Antonino, em todos os períodos do dia. Já no período noturno, os plantões aconteceriam nas UPAs Coronel Antonino, Universitário, Moreninha, Leblon, CRSs Nova Bahia e Tiradentes. Vale lembrar que, em relação aos CRSs, a escala do período noturno de pediatras do centro regional dos bairros Tiradentes e Nova Bahia teria sido finalizada devido à falta de interesse por parte dos profissionais em atender nos plantões e pela baixa procura de atendimentos.

Pais e médicos contrários à mudança Como já noticiado pelo jornal O Estado, na semana passada, pais de crianças mostraram a sua indignação ao terem de “peregrinar” por diferentes bairros de Campo Grande, em busca de atendimento especializado para os filhos. Além disso, na última quarta-feira (5), o SinMed/ MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) promoveu uma reunião entre os médicos lotados na rede municipal de saúde e diferentes representantes para debater sobre a questão da readequação de plantões.

Na ocasião, a categoria se posicionou contrária à proposta apresentada pela Sesau, tendo em vista que o formato de trabalho interfere diretamente no bom atendimento, penalizando, de forma significativa, a população, com a diminuição do acesso à saúde.

Segundo os gestores, as readequações seriam adotadas tanto para a área clínica quanto para a pediátrica, sendo que esta última sofreria um impacto maior. 

As causas da mudança, segundo o SinMed/MS, apontadas pela Prefeitura de Campo Grande, seria que a adequação se faz necessária pois atingiram o limite prudencial nos gastos, no entanto, o presidente do SinMed/MS, Marcelo Santana, afirmou que existem outras formas de cortar gastos.

 

[Camila Farias e Michelly Perez– O ESTADO DE MS]
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