Em MS, há pelo menos dois casos de desaparecidos sem elucidação

Desaparecido
Foto: Wanderson Lara

Conforme a Sejusp, nesta primeira quinzena de 2023, 20 ocorrências já foram registradas 

Em Mato Grosso do Sul há, pelo menos, dois casos de desaparecimento sem elucidação. O mais antigo completou um ano recentemente, no último dia 9 de janeiro: o desaparecimento da trilheira Tânia Bonamigo, 62 anos. O caso ainda é um mistério, tanto para a polícia quanto para a família, isso porque, desde o ocorrido em janeiro de 2022, não existe nenhuma pista que pudesse levar à elucidação do caso. Tânia desapareceu ao participar de uma trilha próxima da cachoeira Los Pagos, em São Gabriel do Oeste, a 137 km da Capital. 

O Corpo de Bombeiros, passou 30 dias na mata realizando buscas e não foi encontrado nenhum vestígio por menor que seja, nem pedaços de roupas, sapatos, nem mesmo um fio de cabelo da mulher foi encontrado nos arredores da trilha. O inquérito foi baseado em informações dadas por testemunhas, o que dificultou a ação da polícia por não ter nenhuma formatação concreta. 

O jornal O Estado conversou com Rosane Bonamigo, irmã de Tânia, que informou que até hoje não existe nenhuma notícia do que aconteceu com ela e que a irmã era uma pessoa acostumada a praticar esportes e principalmente fazer as trilhas. “Ela faz muita falta, era uma pessoa que somava muito, não só em casa com a família, mas por onde passava. Era mãe de três filhos e tinha quatro netos. Era apaixonada pelas crianças”, disse. 

Ao ser questionada a respeito da investigação, Rosane disse que não falaria sobre o caso, somente que a família ficou muito triste com o encerramento das buscas, mas que as investigações, por parte da delegacia do município, continuam. 

Capital

Outro caso que ainda não foi solucionado é o do senhor Aluísio Pereira da Cruz, 88 anos, que desapareceu no dia 5 de novembro por volta das 20h, no Jardim Paulista, na Capital. De acordo com a filha, Ivani Pereira, ele havia sido diagnosticado com Alzheimer e Parkinson há alguns meses e inicialmente a versão dos fatos seria de que ele teria saído de casa e não retornado, mas o que intriga a família é que ele  não apareceu em nenhuma das câmeras da vizinhança. 

“Foi uma situação muito estranha, eu e o meu irmão mais novo estávamos revezando os cuidados tanto dele quanto da nossa mãe e nesse dia o meu irmão medicou os dois e deixou eles deitados para dormir e saiu perto, quando ele voltou, meu pai tinha levantado e saído, depois disso não vimos mais ele. Meu irmão fez o Boletim de Ocorrência no dia seguinte, mas não tivemos nenhuma pista desde então”, afirmou Ivani. 

Mesmo após dois meses do desaparecimento e sem nenhuma notícia, familiares ainda seguem na esperança de saber o paradeiro de Aluísio, assim a família, amigos e vizinhos passaram a espalhar cartazes por toda a cidade, além disso, no dia 8 de janeiro, eles se reuniram em um mutirão para realizar buscas pelo idoso. 

Ivani destaca ainda que seu irmão vai ao menos uma vez por semana na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), que é a responsável pelos casos de pessoas desaparecidas, para saber de notícias, mas até o momento sem sucesso.

Ocorrências

De acordo com os dados divulgados pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), na primeira quinzena de janeiro de 2023, já foram registrados 20 desaparecimentos, sendo que 11 casos são da Capital. Ao todo, no ano passado, foram 502 ocorrências de desaparecimento registradas e em 2021, 375. 

Na plataforma não existe campo de especificação para casos elucidados ou não solucionados. Entretanto, há disponível também o número de pessoas localizadas, que inclusive é bem maior. De 1 a 16 de janeiro, 56 pessoas foram localizadas em Mato Grosso do Sul, 29 em Campo Grande. O jornal O Estado entrou em contato com a PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) para falar sobre as ocorrências e, em específico, sobre os dois casos citados. No entanto, o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Carlos Delano, está de férias e só ele tem autorização para dar entrevista sobre o assunto. 

Por Camila Farias   – Jornal O Estado do MS.

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