Em meio a alta de casos em MS, Campo Grande intensifica ações de combate a dengue

Dengue
Foto: Divulgação/Dengue

Mato Grosso do Sul registrou um aumento significativo nos casos de dengue nas últimas duas semanas, o que acendeu um alerta das autoridades de saúde do Estado. Em Campo Grande a incidência casos por densidade populacional está em 5,8, o que é considerado baixo, contudo a CCEV/Sesau (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Secretaria Municipal de Saúde) intensificou o trabalho de combate ao Aedes aegypti a fim de evitar a proliferação do mosquito.

A ação foi iniciada ontem (26) em imóveis onde casos de dengue foram notificados no Jardim Noroeste e integra a Operação Mosquito Zero. Popularmente conhecido como fumacê portátil, a estratégia é utilizada para controle do mosquito Aedes aegypti na forma adulta (alado), por meio do uso do com o uso do Ultra Baixo Volume (UBV).

Considerada uma importante ferramenta de controle de arboviroses, o fumacê portátil permite que o agente trabalhe de maneira mais efetiva em pontos específicos, além de facilitar de acesso e locomoção.

Ao todo, 15 imóveis localizados próximos a locais onde de notificação de dengue foram inspecionados. Conforme a Sesau, além da aplicação do inseticida, é feita a vistoria do imóvel e orientação aos moradores sobre as medidas de prevenção. Vale ressaltar que a UBV é um método complementar, ou seja, é necessário que o trabalho de manejo continue a ser realizado.

Dados epidemiológicos

Desde o início de 2023 o Estado contabilizou 1.826 casos prováveis e 489 confirmações de dengue. Apesar do aumento nas confirmações, o percentual de casos prováveis teve uma leve queda em sete dias, passando de 834 para 720.

Na Capital, entre 01 a 23 de janeiro foram contabilizadas 335 notificações e 22 casos confirmados de dengue. Em 2022, foram confirmados 8.225 casos e sete óbitos, em todo Estado foram 23 mortes provocadas pela doença.

Conforme o LiRaa divulgado neste mês, cinco áreas de Campo Grande foram classificadas com risco para infestação do Aedes aegypti: Vida Nova, Seminário, Coophavilla, Silvia Regina, Cidade Morena e Batistão. Outras 40 áreas estão em alerta e 25 apresentam índices satisfatórios.

Dentre os municípios de MS com maior incidência de casos por densidade populacional estão Bodoquena (765,5), Bonito (748,1), Caracol (727,9), Batayporã (625,6), Miranda (450,0), Jaraguari (412,9) e Guia Lopes da Laguna (335,9). Em Campo Grande, maior cidade do Estado, foram registrados 53 casos prováveis, uma incidência de 5,8.

Cuidados

O atual período de chuvas exige cuidados redobrados para prevenir a disseminação do mosquito Aedes aegypti, que também é transmissor da zika e chikungunya.

Para evitar a proliferação do mosquito a secretaria de saúde recomenda a limpeza diária dos locais utilizados para o armazenamento de água e vasilhas usadas como bebedouros para animais domésticos; recipientes para armazenamento de água devem ser fechados com as tampas originais ou com uma tela de trama pequena, ou tecidos de tramas fechadas, assim, evitando o acesso do mosquito; caixas d’água também devem passar por limpeza regularmente, além de estarem adequadamente fechadas.

Reservatórios de eletrodomésticos como geladeiras e climatizadores devem passar por uma vigilância frequente. A Sesau orienta sempre verificar se a geladeira tem um coletor de água do degelo automático (localizada na parte de trás, perto do motor). Caso tenha, é necessário limpar com água e sabão a bandeja onde a água é acumulada, pelo menos uma vez por semana. No caso de climatizadores ou aparelhos de ar-condicionado, é necessário retirar o compartimento, esvaziá-lo e lavá-lo.

Ralos limpos e com aplicação de tela evitam o surgimento de criadouros. Além disso, é importante saber que a água com larvas não deve ser derramada em ralos ou na pia – lugares que podem gerar acúmulo –, e sim na terra ou no cimento quente.

A atenção também deve ser redobrada com as piscinas, pois se trata de um dos lugares favoritos do Aedes. Piscinas e fontes devem ser limpas e tratadas com o auxílio de produtos químicos específicos.

Outro modo de prevenir criadouros do mosquito é o descarte adequado de objetos e levar o lixo para fora de casa somente no dia da coleta, por exemplo. Recipientes e sacos plásticos, garrafas, latas, sucatas, ferro-velho, entulhos em construção; tudo isso pode ser foco de Aedes. Furar o fundo das latas e, se possível, amassar; tampar latas de tinta e deixá-las em local adequado; enviar sacos plásticos para reciclagem; amassar copos descartáveis; e manter garrafas com tampas ou viradas para baixo são algumas medidas que podem ajudar a eliminar o acúmulo de água.

Sintomas

Para identificar a Dengue é preciso atentar-se aos sintomas, entre os principais estão:

Dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdômen;
Vômitos persistentes;
Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdio);
Sangramento de mucosas;
Letargia ou irritabilidade;
Hipotensão postural (é a diminuição súbita da pressão arterial ao se
levantar de uma posição deitada ou sentada, principalmente quando de
maneira brusca);
Hepatomegalia maior do que 2 cm;
Aumento progressivo do hematócrito.

Operação Mosquito Zero

Na última semana, a Prefeitura de Campo Grande deu início a 4ª etapa da campanha de
combate ao Aedes aegypti – Operação Mosquito Zero. Os trabalhos estão concentrados na Região Urbana do Prosa.

Dados do balanço parcial da CCEV apontam que entre 18 a 25 de janeiro foram inspecionados 2.511 imóveis, recolhidos 3.013 depósitos e identificados e eliminados 148 focos do Aedes aegypti.

Nas três etapas anteriores foram inspecionados 25.817 imóveis, 14.725 depósitos recolhidos e 819 focos eliminados, nas regiões Segredo, Anhanduizinho e Bandeira. A previsão é de que a campanha Operação Mosquito Zero se estenda até o final do mês de fevereiro e contemple as sete regiões urbanas da Capital.

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Leia também:

Em três semanas, Mato Grosso do Sul contabiliza 489 casos de dengue

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *