Em Campo Grande, há 68 km de linhas de ônibus sem asfalto

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Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS

E, desde o mês passado, a prefeitura está elaborando uma nova tarifa para os usuários  

De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), atualmente Campo Grande conta com 68 quilômetros de linhas de ônibus não pavimentadas em alguns bairros, como Jardim Noroeste, Cristo Redentor, Rouxinóis, Indubrasil, Leon Denizart Conte e Lagoa Park. Ao todo, em média, 66 linhas passam por essas regiões e fazem a interligação dos bairros.

A reportagem do jornal O Estado percorreu algumas ruas dos bairros Cristo Redentor e Jardim Noroeste em um dia de chuva, onde encontramos diversos moradores e usuários do transporte coletivo embarcando e desembarcando em pontos de ônibus sem cobertura, em meio ao mato e no barro, fato que dificulta até mesmo a passagem dos veículos por ali.

Na Avenida Teresa Garces Pain, localizada no bairro Cristo Redentor, apenas uma pequena parte da via tem asfalto, sendo que os ônibus passam pela via do começo ao fim. A comerciante Cristiane Lopes, 43 anos, mora no bairro há 13 anos e disse que, quando comprou o terreno, o asfalto estava prometido para o ano seguinte. 

“Na frente do meu depósito tem um ponto de ônibus que até tinha cobertura, mas a prefeitura retirou há uns três anos sem dar nenhuma justificativa e para ajudar as pessoas, em dias de chuva, eu acordo bem cedo e abro a grade que protege o meu comércio para as pessoas poderem se proteger da chuva”, disse. 

O presidente do bairro, Diógenes Frank, afirmou que, além da avenida sem asfalto, a Rua Francisco Galvão também é rota de ônibus e tem mais de um quilômetro sem asfalto e pontos sem cobertura. “Nós já encaminhamos ofício para a Agetran, já fizemos reuniões com o presidente da agência e eles sempre adiam a solução do problema, falam que vai vir um fiscal medir e analisar e nós seguimos esperando”, salientou.

Responsável pelo bairro há quatro anos, Diógenes disse ainda que, mesmo que a prefeitura não tivesse recursos para asfaltar todo o bairro, que priorizasse ao menos as linhas de ônibus e colocasse cobertura nos pontos. “As pessoas sofrem muito em dias de chuva e também nos dias de sol quente, porque as temperaturas em Campo Grande são altas. A situação aqui é triste!”, lamentou. 

No Jardim Noroeste a situação se repete. Uma jovem moradora da região, que desembarcava do coletivo enquanto nossa equipe passava por lá, afirmou que a situação é tão crítica que, em dias de muita chuva, abre-se uma cratera na rua e os ônibus ficam impossibilitados de passar. “Quando isso acontece, o ônibus desvia a rota e nós temos de atravessar a cratera no barro, correndo risco de cair”, disse Ingrid Rodrigues.

Retorno

Entramos em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), solicitando um posicionamento sobre as condições das vias do bairro Cristo Redentor, e ainda uma explicação sobre a retirada do ponto de ônibus da Avenida Teresa Garces Pain, mas até o fechamento desta edição não obtivemos retorno. Da mesma maneira, a Prefeitura de Campo Grande também foi comunicada dos demais problemas encontrados nos bairros citados mas não se posicionou.

Por Suelen Morales  – Jornal O Estado do MS

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