Em alta, Síndromes Respiratórias acendem o alerta para volta do uso de máscaras

Arquivo/Marcos Maluf
Arquivo/Marcos Maluf

Volta às aulas e Carnaval causam pico de doenças respiratórias e máscaras já são recomendadas com a aproximação de shows

Com mais de uma morte registrada por dia no Estado por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), especialistas reforçam a importância do uso de máscaras para proteção das pessoas do grupo de risco. Até agora, segundo o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 54 pessoas já morreram por alguma doença respiratória e 577 precisaram ser internadas.

O alerta para maiores cuidados também veio da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que nesta semana soltou o boletim Infogripe, que coloca Mato Grosso do Sul entre os sete estados do Brasil com crescimento das Síndromes de longa duração, pois se mantém na tendência de crescente desde o começo do ano, nunca em queda.

E não é só covid-19, das mortes registradas aqui, 84,5% dos agentes identificados é o SARS-CoV-2, a covid-19, mas também foram encontrados rinovírus, H3N2, H1N1 e até vírus não identificados que causam óbitos.

Para a infectologista e pesquisadora Ana Lúcia Lyrio, é esperado o aumento dos casos nesta época do ano por acontecer, ao mesmo tempo, o Carnaval e a volta às aulas. Cabe destacar, que em abril está prevista mais uma edição da Expogrande 2024, que promete uma grande mobilização de pessoas. “Essas aglomerações o vírus que está circulando dispara, porque as pessoas ficam mais próximas e jogo a taxa de contaminação lá em cima. Pessoas que estão no grupo de risco e não têm condições [imunológicas] para ter infecções, o recomendado é usar máscaras em lugares com aglomeração”, reforça.

Reconhecida pelo trabalho desenvolvido na Secovid (Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19), a secretária municipal de Saúde, doutora Rosana Leite, lamenta que as pessoas ainda não tenham consciência dos cuidados necessários para a proteção dos mais próximos.

“A recomendação é para todos que tenham sintomas gripais, até leves, usem máscaras para proteger as outras pessoas. Mas um exemplo é a pessoa diagnosticada com covid: se após cinco dias de isolamento ela não apresentar mais sintomas, está liberada para as atividades normais, mas com uso de máscaras por dez dias. O problema é que isso nunca é respeitado”, exemplifica a secretária.

O boletim estadual mostra que a faixa etária das vítimas de SRAG no Estado é, em sua maioria, de pessoas com mais de 80 anos e entre 40 e 49 anos. Crianças correspondem a 7,4% dos casos e não há registros de vítimas na casa dos 10 aos 19.

“Você pode ser uma pessoa saudável, mas pode levar o vírus para o pai de 70 anos que mora na mesma casa, para as crianças. Hoje em dia a covid está igual a influenza, só que é importante lembrar que a influenza mata e mata muito idoso”, reforçou Rosana.

Mudanças no comércio

Como forma de prevenção, a biomédica esteta, Vitória Alves, de 22 anos, preferiu seguir a recomendação dos especialistas e pedir o uso de máscaras em seu estabelecimento. Além de acompanhar as notícias, os sinais da alta dos doenças respiratórios apareceram na sua agenda de atendimentos.

“Percebi a necessidade quando comecei a acompanhar que os casos haviam tido aumento e também quando as clientes começaram a remarcar ou desmarcar por estarem com sintomas, precisando fazer teste do covid”, compartilha a empreendedora.

Vitória acredita que todo cuidado é importante, pois “estamos expostas o dia todo e as clientes também, temos um fluxo alto de pessoas passando aqui todos os dias, então quanto mais cuidado melhor para nossa saúde e bem estar”, concluiu.

Em entrevista ao Jornal O Estado, Adelaido Vila, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas),destaca que ainda não existe uma determinação geral para o comércio, contudo, alerta que se os casos continuarem a subir, não descarta que seja necessário adotar com a recomendação. “Temos que evitar a volta de uma pandemia”, cita.

Nas unidades hospitalares o uso já é recomendado, principalmente para quem apresenta algum sintoma. Exemplo disso, é a Santa Casa de Campo Grande, onde o uso é orientado tanto por visitantes, como para pacientes.

O Hospital Universitário também mantém a recomendação para o uso do equipamento de proteção individual. Em vários pontos da unidade, placas confirmam a orientação para o uso, até mesmo, fornecem as máscaras para aqueles que chegam sem o item. Além disso, os enfermeiros, técnicos de enfermagem e recepcionistas sempre recomendam o uso.

Por Kamila Alcântara.

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