Quase um mês após a chegada de doses, adesão à vacina continua abaixo de 60% entre índios
Com a cobertura vacinal contra a COVID-19 em indígenas aldeados abaixo de 60% na primeira dose, o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) em Mato Grosso do Sul não descarta que vacinas sejam devolvidas ao governo do Estado para que sejam aplicadas em outros grupos.
O coordenador do DSEI, coronel Joe Saccenti Júnior, explica que a situação pode se confirmar caso a população indígena continue apresentando resistência em receber o imunizante. Segundo ele, em 90% das residências visitadas por técnicos do órgão, os índios afirmaram que não querem receber doses da vacina, por enquanto.
“Eu, particularmente, não vejo problema [em devolver as doses]. Até porque o tempo vai passando, e, quando a gente chegar a um nível de cobertura de 75%, a distribuição das vacinas estará equilibrada e não há problema nenhum em fazermos o que chamamos de banco de vacinas, onde os quantitativos se unificam. Eventualmente, isso poderá acontecer lá na frente, dentro de um prazo razoável”, ponderou Saccenti Júnior.
Os indígenas que moram em aldeias integram o grupo prioritário de vacinação contra a COVID-19, de acordo com o Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde. Por isso foram separadas 97 mil doses já no primeiro lote de vacinas recebidas pelo governo estadual.
À época, Mato Grosso do Sul recebeu 158,7 mil doses da vacina CoronaVac. O governo federal chegou a anunciar que o quantitativo para o Estado era maior do que o enviado para outras unidades da Federação com maior densidade populacional justamente por conta da comunidade indígena. Com pouco mais de 80 mil indígenas, Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população de índios do país.
população de índios do país. Coordenador do DSEI-MS, o coronel não especificou quanto tempo seria considerado razoável para fazer a redistribuição das vacinas destinadas aos indígenas às demais parcelas da população. No entanto, afirmou que o comportamento da sociedade vai determinar quando isso poderá acontecer.
“Na hora em que as autoridades sanitárias entenderem que chegamos em um percentual X [de vacinados] e esse quantitativo com base na sequência histórica é razoável, pronto. A partir dali, unificamos tudo”, explicou Saccenti Júnior.
(Confira mais na página A4 da versão digital do jornal O Estado)
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