Dos feminicídios cometidos em MS, 56% foram com arma branca ‘faca’

Foto: Reprodução
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas a quem possui armas de fogo. Durante uma live, na segunda-feira (14), o presidente disse que “quem anda armado é um covarde”. Segundo ele, a política conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ampliou o acesso da população a armas de fogo. O “Brasil não era assim” e as coisas mudaram depois que apareceu alguém querendo armar o povo”, afirmou

No entanto, em Mato Grosso do Sul, a arma branca (faca) foi o instrumento utilizado em nove dos 16 assassinatos de mulheres, registrados neste ano, o que corresponde a 56% dos casos. Em segundo lugar está o uso de arma de fogo, que vitimou quatro mulheres.

Apesar dessas estatísticas, o Estado teve redução de -36% nos casos, de janeiro a julho deste ano, sendo considerado o menor já registrado nos últimos sete anos. Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), 16 mulheres foram vítimas de feminicídios e, no mesmo período do ano passado, foram 25 casos. 

passado, foram 25 casos. Na Capital, houve redução nos registros de -16,7%, neste ano. De acordo com a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa, de modo geral, quase 100% dos crimes são cometidos utilizando arma branca.

“Os crimes de feminicídio são conhecidos como crimes de ódio. Percebemos claramente, a partir das ações criminosas praticadas pelos autores, a raiva do autor em relação àquela mulher. No momento da perícia, os vários golpes de faca no corpo da vítima demonstram essa violência de gênero exacerbada e nítida no modus operandi, em relação à ação de matar. É notável o sofrimento da vítima nos momentos antes de falecer”.

 

Relembre os casos

A primeira vítima foi Claudineia Brito da Silva, 49, em 13 de janeiro de 2023. Ela foi esfaqueada pelo marido. Neste dia também, Aparecida França Freitas, 37, foi encontrada morta no Córrego do Baile, em Nova Andradina. Já no dia 24 de janeiro, a venezuelana Celeste Josefina Gonzales Misel, 23, foi morta a facadas, em Sidrolândia. 

Em fevereiro, Iva de Souza, 48, foi encontrada morta em Ivinhema, golpeada com canivete pelo ex-marido. Outra vítima foi Albina Freitas Ribas Luiz Gonçalves, 49, morta em 28 de fevereiro, com golpes de faca, em Campo Grande. Em março, Daniele Alves Veloso, 28, foi morta a facadas, em Ribas do Rio Pardo. No dia 8 de abril, Janete Batista Malheiro Lelis, 44, foi morta a facadas, em Novo Horizonte do Sul. 

Na madrugada do dia 30 de abril, Karolina Silva Pereira, 22, foi baleada pelo ex-namorado, com um tiro na cabeça, na Capital. Já no dia 26 de maio, Neiva Gomes Soares, 45, foi assassinada, em Corumbá. No dia 29 de junho, Brenda Possidonio de Oliveira, 25, foi morta com uma facada no pescoço. No primeiro dia de julho, Natali Gabrieli da Silva Souza, 18, foi morta a facadas pelo companheiro, em Campo Grande. 

Em 23 de julho, Adriana Pereira, 36 anos, foi morta com cinco disparos feitos à queima-roupa, em Anastácio. No dia 25 de julho, Maurilia Sartori Marques, 27, morreu 13 dias após ser baleada na cabeça, em Nova Andradina. Já no dia 30 de julho, Valéria Carrilho, 30 anos, morreu após ter o corpo queimado em um incêndio provocado pelo ex-marido. Em agosto, Dantiele Vilalba, 29 e Diane Pires, 37, foram assassinadas.

 

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