Dólar crava novo recorde histórico acima de R$ 5,50

Pela primeira vez na história, o dólar encerrou a sessão desta quinta-feira (23), sendo cotado a R$ 5,50 e pelo segundo dia seguido bateu o recorde. Em contrapartida o principal índice da Bolsa Brasileira, o Ibovespa, fechou o dia no vermelho, tendo queda significativa de 1,26%.

Após ter fechado na véspera com o maior nível em quase três semanas, nesta quinta-feira, o Ibovespa caiu 1,26%, a 79.673,39 pontos. O giro financeiro da sessão somou R$ 24,7 bilhões.

No começo da sessão, o Índice chegou a ‘flertar’ com os 82 mil pontos, mas foi perdendo força, mirando os mercados externos.

 “A bolsa perdeu mais de mil pontos em segundos”, disse Henrique Esteter, analista de research e equity sales na Guide Investimentos.

O mercado também observou dados econômicos do exterior. Cerca de 4,4 milhões de pessoas solicitaram auxílio-desemprego nos Estados Unidos, número pouco acima da previsão de pesquisa da Reuters, mas que mostra uma desaceleração no movimento.

A moeda norte-americana à vista fechou em forte alta de 2,19%, o que representa R$ 5,5278 na venda, novo recorde histórico nominal e na maior valorização percentual desde o fim de março.

O real liderou com folga as perdas entre as principais moedas nesta sessão e tomou do rand sul-africano o nada honroso posto de divisa com pior desempenho global no ano, com queda de 27,41% (alta de 37,75% do dólar).

A reação foi imediata em todo os mercados. O dólar saltou de 5,46 reais para perto de 5,50 reais. O juro longo disparou quase 20 pontos-base. E “a Bolsa perde mais de mil pontos em segundos”, disse Henrique Esteter, analista de research e equity sales na Guide Investimentos.

Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 1,67%, a 5,5555 reais, às 17h22.

As incertezas políticas retroalimentam temores de que o governo não consiga retomar a agenda de reformas, especialmente depois do aumento de gastos decorrentes da pandemia do coronavírus.

Nas contas do UBS, o dólar poderia chegar a 7,35 reais ao fim de 2021 no pior dos cenários. “Acreditamos que o caminho final adotado pelo real dependerá crucialmente de o Brasil poder voltar e fortalecer seus esforços de reforma após o auge da atual pandemia”, disseram os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos em nota.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Reuters)

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