Dizendo ter anticorpos, Bolsonaro afirma que não vai tomar vacina

Bolsonaro
Reprodução/AFP

Após prometer ser o ‘último’ a se imunizar, presidente muda de ideia

Depois de prometer várias vezes que tomaria vacina contra COVID-19 depois que todos os brasileiros fossem imunizados, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que decidiu não vacinar contra a doença. A declaração foi dada em entrevista à rádio Jovem Pan na noite de terça-feira, quando o presidente alegou, conforme tem repetido, que tem anticorpos contra a COVID-19, porque já contraiu o novo coronavírus, o que tornaria a vacinação desnecessária.

“No tocante à vacina, eu decidi não tomar mais a vacina. Eu estou vendo novos estudos, eu estou com o meu, a minha imunização está lá em cima, IGG está 991. Para que eu vou tomar uma vacina? Seria a mesma coisa que você jogar na loteria R$10 para ganhar R$2. Não tem cabimento isso daí”, disse o presidente à rádio. Aos 66 anos, Bolsonaro faz parte do grupo de risco para COVID-19. Mesmo assim, ele é o princípio crítico no país da obrigatoriedade de receber a vacina e segue defendendo cloroquina e outros medicamentos que são ineficazes, conforme a ciência, contra a doença.

No mês passado, por não estar vacinado, o presidente teve restrições na viagem a Nova York para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) e chegou até a comer pizza na calçada de um restaurante. Ao passar este feriadão no litoral paulista, Bolsonaro reclamou, em entrevista, que desistiu de ir ver o jogo Santos x Grêmio pelo Brasileirão, porque soube que teria de apresentar comprovante de vacina para entrar na Vila Belmiro, conforme exigência do município para liberar o jogo com público.

Repercussão

 A recusa do presidente em se vacinar repercutiu na imprensa nacional. A maioria dos jornais lembrou que especialistas recomendam a imunização mesmo para quem já teve COVID, pois as vacinas produzem imunização mais duradoura do que a resultante de infecção natural pela doença. Os cientistas também afirmam que a vacinação deve ser estimulada para que atinja toda a sociedade e seja mais eficiente. Quem se vacina, explicam, também está protegendo as demais pessoas, pois os imunizantes ajudam a reduzir a circulação do vírus. As pesquisas apontam que uma vacinação efetiva deve atingir mais de 80% da população.  (Redação)

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