Foram quase 4 mil denúncias no ano, o maior número desde a criação do Disque 100. Governo já resgatou mais de 65 mil trabalhadores em três décadas.
O Brasil registrou, em 2024, o maior número de denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão desde que o Disque 100 foi criado, em 2011. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, foram 3.959 denúncias no ano, um aumento de 15,4% em relação a 2023.
Os dados mostram que o país vem batendo recordes sucessivos desde 2021. Naquele ano, foram registradas 1.918 denúncias, seguidas por 2.084 em 2022 e 3.430 em 2023. Antes dessa sequência, o maior número de denúncias havia sido em 2013, com 1.743 casos.
Entre as quase 4 mil denúncias recebidas em 2024, aproximadamente 3.045 foram formalizadas. As vítimas incluem idosos, crianças, adolescentes, mulheres e pessoas com deficiência. Em 2025, até o momento, já foram feitas 262 denúncias.
Resgate das vítimas
Segundo a pasta, cerca de 65,6 mil pessoas foram resgatadas de situações de trabalho análogo à escravidão nos últimos 30 anos, em mais de 8,4 mil operações de fiscalização realizadas pelo Governo Federal. O levantamento considera os resultados desde 1995, quando o Brasil reconheceu oficialmente a existência de formas contemporâneas de escravidão.
Desde 2003, mais de R$ 155 milhões foram pagos em verbas trabalhistas e rescisórias às vítimas. O valor total pode ser ainda maior, já que o seguro-desemprego para trabalhadores resgatados só foi implementado naquele ano.
O combate ao trabalho escravo no Brasil é conduzido pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, coordenado pelo Ministério do Trabalho, e por unidades regionais do órgão nos estados.
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