Déficit público caminha para R$ 500 bilhões, diz secretário

O Brasil deve fechar o ano de 2020 com um déficit primário de R$ 500 bilhões, de acordo com o que o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta terça-feira (7). O volume de recursos que o governo terá de injetar para combater a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) vai colocar o déficit muito acima do resultado negativo de 2019, que foi de R$ 61 bilhões.

“O buraco fiscal no ano passado foi em torno de R$ 61 bilhões e, este ano, estamos caminhando tranquilamente para algo em torno de R$ 450, R$ 500 bilhões de buraco fiscal”, disse Mansueto Almeida durante videoconferência organizada pelos jornais Valor Econômico e O Globo.

O secretário afirmou que o momento é de cuidar da saúde das pessoas e que também é preciso garantir renda para os trabalhadores mais vulneráveis, como os informais, que perderam por causa da pandemia. Para ele, as medidas adotadas até o momento pelo governo estão bem preparadas para os próximos três meses.

“É preciso proteger e dar renda a pessoas vulneráveis, pessoas que não estão podendo trabalhar neste momento e não por culpa delas”, disse Mansueto. “Se for preciso [adotar medidas emergenciais para] mais de três meses, a gente vai ter que sentar à mesa para ver o que fazer”.

Questionado sobre a ajuda emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais e a beneficiários do Bolsa Família, o secretário disse que os recursos ainda não chegaram devido à “dificuldade de entrega”. Segundo ele, outros países, além do Brasil, estão tendo dificuldades para executar as medidas aprovadas, devido à rapidez da crise.

Ele também citou a decisão do governo federal de recompor os fundos de Participação de Estados e Municípios (FPE e FPM). A estimativa é que sejam repassados R$ 16 bilhões para recompor as perdas causadas pela redução na arrecadação. O secretário afirmou que talvez a medida não seja suficiente, mas que o governo está estudando outras soluções para que os entes federados tenham capacidade de investimento após o fim da pandemia.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Agência Brasil)

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