De asfalto a Casa do Papai Noel, vereadores sempre apontaram irregularidades nas licitações

Foto: Reprodução
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Enelvo Felini Júnior (PSDB), disse que a prefeita Vanda Camilo (PP) nunca fez questão de dar esclarecimentos ao Legislativo

Após anos de tentativa e três fases da Operação Tromper, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), foi protocolada a Comissão Parlamentar de Inquérito contra a prefeita Vanda Camilo (PP), de Sidrolândia. Para quem trabalhou na fiscalização do Executivo, a aprovação por 12 votos a um é uma vitória.

O Estado conversou com o vereador Enelvo Felini Júnior, do PSDB, que protocolou o pedido da CPI, na semana passada. Ele disse que são incontáveis as denúncias de fraudes em licitações enviadas ao Ministério Público.

“Eu fiz diversas denúncias e apresentei requerimentos na tribuna solicitando informações de licitações fraudulentas, mas o Executivo nunca respondeu. Essas investigações iniciaram devido às diversas denúncias que foram feitas ao Ministério Público Estadual quanto às fraudes nas licitações. Eu, como vereador, denunciei algumas dessas licitações, como a da GC AR, que é do cascalho, a do lava jato, chaveiro e até da Casa do Papai Noel”, destaca o vereador.

Até a votação da manhã de ontem (23), apenas ele e mais quatro vereadores formavam oposição a Vanda. “Eu acredito que a população está esperando uma resposta do legislativo municipal, considerando que o nosso município vem padecendo com essa má gestão. Eu cresci em Sidrolândia, meu pai foi prefeito duas vezes e até então nós nunca havíamos presenciado tantas ilegalidades, má administração dos recursos públicos e corrupção”, garante Júnior.

Durante a entrevista, o vereador exemplificou dois dos vários requerimentos enviados ao Executivo e nunca respondidos: o asfalto não concluído na Rua Nioaque e o investimento de R$ 207,7 mil para instalação da Casa do Papai Noel, ambos em 2022.

Outro ponto questionado pelo vereador é sobre a mudança no destino de votação do genro da prefeita e investigado Claudinho Serra. “Ele era secretário de finanças do município, ele já tinha transferido o título para Sidrolândia, aí ele já era eleitor de Sidrolândia, assumiu a pasta de secretário e depois que começou as operações, ele conseguiu uma vaga de suplente em Campo Grande de vereador, então tem alguma coisa que a gente precisa investigar e analisar essa questão”, destaca.

A comissão terá 90 dias para analisar os fatos e fundamentos e o plenário ira deliberar pelo afastamento.

Tromper: Deflagrada no começo de abril, a terceira fase da Tromper identificou contratos que chegam ao montante de R$15 milhões. Conforme consta no Processo Criminal do Gaeco, com 232 páginas, foram denunciadas 12 pessoas ligadas à Prefeitura de Sidrolândia, que agiam sob o comando do vereador em Campo Grande e genro da prefeita, Claudio Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB).

 

Por Kamila Alcântara

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