Covid-19: Nova variante e baixa cobertura vacinal com o imunizante bivalente são alguns dos responsáveis

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Foto: Marcos Maluf

Depois da explosão de casos e mortes por covid-19 no decorrer dos dois últimos anos, a SES (Secretaria de Estado de Saúde), faz um novo alerta. Na última semana foram registrados 236 casos e quatro novas mortes. Em todo o ano de 2023, foram 23.212 mil casos e 155 vidas perdidas. Um cenário de aumento está sendo observado em nível nacional, motivado pela chegada da nova subvariante EG.5 da Ômicron, apelidada de Eris, conforme indicado pela pesquisa semanal do boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A superintendente em vigilância da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), Veruska Lahdo, explica que os casos de covid-19 vêm aumentando pelo fato de as pessoas deixarem de concluir o ciclo de imunização. Das 182.768 pessoas, entre 5 e 11 anos, que tomaram a primeira dose da vacina, 118. 240 estão com a segunda dose atrasada. “Pessoas totalmente vacinadas têm menos probabilidade de infecção, incluindo assintomática, de adoecer de forma grave e de transmitir o vírus a outras pessoas. Completar o esquema é essencial para obter a proteção máxima contra a enfermidade”, disse.

De forma geral, os sintomas mais comuns da covid-19 são febre, tosse seca e cansaço. Podem ocorrer ainda perda de olfato e paladar, dor de cabeça, garganta inflamada, olhos vermelhos ou irritados, diarreia, entre outros. Questionado se a doença teria apresentado alguma mudança no comportamento e nos sintomas, o infectologista Julio Croda destaca que não ocorreram modificações e pontua que o aumento de casos se dá por dois fatores: “É por causa de uma nova variante e de baixa cobertura vacinal para a bivalente”, destacou.

Conforme o último boletim epidemiológico emitido pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), nos últimos 7 dias, Mato Grosso do Sul contabilizou 236 casos novos de covid-19 e outras 4 mortes, em decorrência de complicações pela doença. Com isso, o Estado soma 616.421 casos confirmados e 11.095 mortes.

Número que chama a atenção é que as quatro últimas semanas epidemiológicas mostram um avanço no número de casos confirmados. Na semana 34 (29/8) foram 87 casos, na semana 35 (5/9) outros 86 casos, na semana 36 (12/9) outros 83 casos e na semana 37 (19/9) foram 72 registros.

Os números também estão maiores, no que diz respeito às mortes, em decorrência de complicações pela doença. Após não ter nenhum registro na semana 36 (12/9), a semana passada trouxe duas novas mortes.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), desde o início da aplicação da vacina bivalente, em 14 de fevereiro, 87.723 pessoas receberam, em Campo Grande, a dose do imunizante, sendo 3.168 somente no mês de agosto, uma média de 102 doses por dia naquele mês. Ainda segundo o órgão, “a administração das doses é feita de acordo com o gerenciamento dos imunizantes.

Você sabe o que é a vacina bivalente?

A vacina bivalente promove a imunização para novas variantes do coronavírus, além da cepa original. Aplicada em dose única, essa nova vacinação é considerada mais eficaz. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a produção de dois tipos desse imunizante, feitos a partir da subvariante Ômicron e a empresa responsável pela produção da vacina é a farmacêutica multinacional Pfizer.

Tendência de alta em 6 Capitais 

Nacionalmente, a Fiocruz identificou que 6 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência a longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 37: Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Em Aracaju, Fortaleza e Salvador o sinal se dá principalmente nas crianças e pré-adolescentes (até 14 anos de idade). No Rio de Janeiro, observa-se a interrupção do crescimento nas crianças e pré-adolescentes, porém um aumento em todas as faixas etárias que envolvem a população adulta. Em São Paulo, embora o agregado aponte estabilidade, nas faixas a partir de 50 anos, se observa ligeiro aumento.

“Dada a heterogeneidade espacial da disseminação da covid-19 no país e Estados, recomenda-se que sejam feitas avaliações locais, uma vez que a situação dos grandes centros urbanos é potencialmente distinta da evolução no interior de cada Estado. A situação das grandes regiões do país serve de base para análise de situação, mas não deve ser o único indicador para a tomada de decisões locais, conforme explicitado em nota técnica elaborada pela Fiocruz”, destacou a Fundação Oswaldo Cruz.

Por Thays Schnaider e Daniella Lacerda – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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