Em MS, 14 crianças até nove anos, perderam a vida por complicações provocadas pela COVID
Por Rafaela Alves – Jornal O Estado
Em dois anos de pandemia, 2020 e 2021, a COVID-19 matou mais crianças de 6 meses a 3 anos que outras 14 doenças evitáveis por vacinas na última década no Brasil. Os dados foram levantados pelo Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a Unifase, a partir do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade).
Segundo a pesquisa, o coronavírus matou três vezes que a soma de todas as mortes nessa faixa etária de 2012 a 2021 por doenças preveníveis por vacinas. Segundo a Fiocruz, para a análise, os pesquisadores Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini consideraram a Lista Brasileira de Mortes Evitáveis para menores de cinco anos.
Nos anos de 2012 a 2021, o país registrou 144 mortes de crianças de seis meses a três anos como resultado de doenças dessa lista, apesar de algumas delas não terem causado nenhuma morte infantil, como é o caso da poliomielite.
A lista formulada por especialistas, inclui 14 doenças com desfecho fatal prevenível por imunização: neurotuberculose, tuberculose miliar, tétano neonatal, tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, rubéola, hepatite B, caxumba, rubéola congênita, hepatite viral congênita e meningite meningocócica do tipo B.
Já a Covid-19, em dois anos, matou 539 crianças nessa faixa etária. Crianças de seis meses a três anos representam cerca de duas em cada cinco menores de cinco anos que morreram nos dois primeiros anos da pandemia. Em Mato Grosso do Sul, 14 crianças perderam a vida em 2020 e 2021, entretanto o grupo envolve crianças com faixa etária até os nove anos, conforme os dados disponíveis no “Painel Mais”.
Segundo o infectologista, Júlio Croda, a comparação foi correta, justamente por que foi feito com outras doenças imunopreveníveis. Ele ainda assegurou que a população das crianças menores de cinco anos é a que tem maior risco de hospitalização e óbito depois dos idosos.
“É um número absurdo e é por isso que é importante que os pais entendam que o risco é menor do que o idoso, mas continua sim um risco extremamente elevado nessa população, que é uma população jovem, que não tem comorbidade, quando comparado as outras doenças, e que a gente continua vacinando, justamente pra prevenir a hospitalização e o óbito”, disse em entrevista ao O Estado.
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