Projeção é de aumento de 40% no fluxo de pessoas até o final do ano
O dólar voltou a dar sinais de queda nesta semana, ficando abaixo dos R$ 5. Consequentemente, o comércio que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul já se mostra animado para os próximos meses, já visando a chegada da Black Friday e o fluxo de turistas.
O secretário da Câmara de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços de Pedro Juan Caballero, Tomás Julián Medina González, acredita que a queda do dólar deve se manter até o final do ano.
De acordo com ele, o movimento no comércio local já aumentou 30% em relação ao ano passado. “Pensamos que daqui até o fim do ano, falta praticamente cinco meses. Com essas variáveis, poderíamos ter um aumento de até 40% na média com relação ao ano de 2022”, coloca o secretário.
Com cenário otimista para os próximos meses do ano, Tomás comenta sobre a esperança de recuperar a estabilidade econômica. “Não há mais nenhuma restrição sanitária. As universidades estão trabalhando normalmente, todas as atividades estão se normalizando e tudo isso está colaborando para equilibrar as coisas, no comércio fronteiriço. Os indicadores são favoráveis. O real está valorizado, a tendência do dólar é a queda, tivemos boa produção agrícola no Brasil e no Paraguai”, ressaltou.
O gerente geral de um dos hotéis de Ponta Porã, localizado a 313 km da Capital, Gustavo Tizzatto, afirma que para o setor, o dólar tem impacto direto e que a demanda de visitantes, sobretudo de cidades vizinhas, aumentam de maneira exponencial.
“Além do atrativo, por si só, de visitar outro país e comprar aquele produto sonhado por um preço mais atraente, o dólar mais baixo torna essa possibilidade mais próxima de uma gama maior de pessoas. Assim, temos nossa cidade vizinha, Pedro Juan Caballero, com um fluxo maior e impactando diretamente em Ponta Porã, movimentando os hotéis, bares, restaurantes e diversos outros comércios de toda a localidade. Nossa expectativa é super positiva e estamos prontos para receber os turistas de todas as regiões”, pontuou o gerente.
No entanto, Tizzatto ressaltou que o setor ainda está em processo de recuperação. “Ainda estamos em processo de recuperação do período de pandemia, com relação às tarifas. Estamos conseguindo, gradativamente, chegar ao patamar de três anos atrás. Se este fluxo de pessoas se consolidar, será muito importante para que os empreendimentos voltem a se reequilibrar, visto que nosso setor sofreu drasticamente durante esse período (pandemia)”, avaliou.
O consultor em comércio exterior, Aldo Barrigosse, afirma estar otimista diante do cenário. “Tenho uma grande expectativa quanto ao presidente eleito do Paraguai, que tem um currículo voltado para gestão, foi diretor do Fundo Monetário Internacional e sinaliza uma aproximação junto ao Brasil. Esse direcionamento estratégico poderá trazer maior comércio entre o Brasil e o Paraguai. O Brasil forte é igual comércio forte de fronteira. Podemos ter um segundo semestre com maiores investimentos e, consequentemente, maiores valores movimentados, com possibilidade de queda de juros. A queda trará mais confiança ao consumo e ao investimento”, disparou.
Reflexo
O economista Eugênio Pavão afirma que a queda do dólar significa o aumento da confiança na política econômica. “Com o governo americano, esse processo leva à alta do real, tornando as importações mais baratas. Ele estimula a aquisição de produto estrangeiro e, geograficamente, estimula o comércio na fronteira de MS com o Paraguai”, explicou.
O professor do curso de economia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Enrique Duarte Romero, também atribui à valorização do real ao que chama de “seriedade da política econômica adotada pelo país”. “Equilíbrio macroeconômico e perspectiva positiva ajudam na valorização da moeda nacional. Isso possibilita um aumento das compras no Paraguai por parte dos brasileiros”, afirma o professor.
Como explica Romero, o valor da moeda nacional é reflexo de uma série de medidas adotadas pelo Brasil. A competitividade no custo de produção, por exemplo, auxilia na valorização, o que leva ao aumento de venda e exportação de mais produtos a custos menores, aumentando o valor da moeda local.
No entanto, o especialista deixa claro que o equilíbrio é essencial. “Como temos uma folga cambial enorme, essa valorização está na medida certa. A valorização muito alta também prejudica, principalmente as exportações. A palavra-chave na economia é equilíbrio”, ponderou Enrique.
Histórico do dólar
O dólar iniciou o ano em alta. No dia 2 de janeiro, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 5,35, uma elevação de 1,51%. Até o momento, de janeiro a julho, contabiliza 68 aumentos.
Desde o começo do ano, somente em janeiro e julho que o dólar permaneceu por quatro dias em elevação.
Por outro lado, a primeira queda ocorreu logo no dia 5 de janeiro, quando saiu de R$ 5,45 do dia anterior e voltou para R$ 5,35 (1,85%). Ao todo, já foram 73 retrações.
Em março, a moeda chegou a manter queda por seis dias seguidos; depois em maio e junho, foram cinco dias consecutivos de queda.
Projeção é de aumento de 40% no fluxo de pessoas até o final do an
O dólar voltou a dar sinais de queda nesta semana, ficando abaixo dos R$ 5. Consequentemente, o comércio que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul já se mostra animado para os próximos meses, já visando a chegada da Black Friday e o fluxo de turistas.
O secretário da Câmara de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços de Pedro Juan Caballero, Tomás Julián Medina González, acredita que a queda do dólar deve se manter até o final do ano.
De acordo com ele, o movimento no comércio local já aumentou 30% em relação ao ano passado. “Pensamos que daqui até o fim do ano, falta praticamente cinco meses. Com essas variáveis, poderíamos ter um aumento de até 40% na média com relação ao ano de 2022”, coloca o secretário.
Com cenário otimista para os próximos meses do ano, Tomás comenta sobre a esperança de recuperar a estabilidade econômica. “Não há mais nenhuma restrição sanitária. As universidades estão trabalhando normalmente, todas as atividades estão se normalizando e tudo isso está colaborando para equilibrar as coisas, no comércio fronteiriço. Os indicadores são favoráveis. O real está valorizado, a tendência do dólar é a queda, tivemos boa produção agrícola no Brasil e no Paraguai”, ressaltou.
O gerente geral de um dos hotéis de Ponta Porã, localizado a 313 km da Capital, Gustavo Tizzatto, afirma que para o setor, o dólar tem impacto direto e que a demanda de visitantes, sobretudo de cidades vizinhas, aumentam de maneira exponencial.
“Além do atrativo, por si só, de visitar outro país e comprar aquele produto sonhado por um preço mais atraente, o dólar mais baixo torna essa possibilidade mais próxima de uma gama maior de pessoas. Assim, temos nossa cidade vizinha, Pedro Juan Caballero, com um fluxo maior e impactando diretamente em Ponta Porã, movimentando os hotéis, bares, restaurantes e diversos outros comércios de toda a localidade. Nossa expectativa é super positiva e estamos prontos para receber os turistas de todas as regiões”, pontuou o gerente.
No entanto, Tizzatto ressaltou que o setor ainda está em processo de recuperação. “Ainda estamos em processo de recuperação do período de pandemia, com relação às tarifas. Estamos conseguindo, gradativamente, chegar ao patamar de três anos atrás. Se este fluxo de pessoas se consolidar, será muito importante para que os empreendimentos voltem a se reequilibrar, visto que nosso setor sofreu drasticamente durante esse período (pandemia)”, avaliou.
O consultor em comércio exterior, Aldo Barrigosse, afirma estar otimista diante do cenário. “Tenho uma grande expectativa quanto ao presidente eleito do Paraguai, que tem um currículo voltado para gestão, foi diretor do Fundo Monetário Internacional e sinaliza uma aproximação junto ao Brasil. Esse direcionamento estratégico poderá trazer maior comércio entre o Brasil e o Paraguai. O Brasil forte é igual comércio forte de fronteira. Podemos ter um segundo semestre com maiores investimentos e, consequentemente, maiores valores movimentados, com possibilidade de queda de juros. A queda trará mais confiança ao consumo e ao investimento”, disparou.
Reflexo
O economista Eugênio Pavão afirma que a queda do dólar significa o aumento da confiança na política econômica. “Com o governo americano, esse processo leva à alta do real, tornando as importações mais baratas. Ele estimula a aquisição de produto estrangeiro e, geograficamente, estimula o comércio na fronteira de MS com o Paraguai”, explicou.
O professor do curso de economia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Enrique Duarte Romero, também atribui à valorização do real ao que chama de “seriedade da política econômica adotada pelo país”. “Equilíbrio macroeconômico e perspectiva positiva ajudam na valorização da moeda nacional. Isso possibilita um aumento das compras no Paraguai por parte dos brasileiros”, afirma o professor.
Como explica Romero, o valor da moeda nacional é reflexo de uma série de medidas adotadas pelo Brasil. A competitividade no custo de produção, por exemplo, auxilia na valorização, o que leva ao aumento de venda e exportação de mais produtos a custos menores, aumentando o valor da moeda local.
No entanto, o especialista deixa claro que o equilíbrio é essencial. “Como temos uma folga cambial enorme, essa valorização está na medida certa. A valorização muito alta também prejudica, principalmente as exportações. A palavra-chave na economia é equilíbrio”, ponderou Enrique.
Histórico do dólar
O dólar iniciou o ano em alta. No dia 2 de janeiro, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 5,35, uma elevação de 1,51%. Até o momento, de janeiro a julho, contabiliza 68 aumentos.
Desde o começo do ano, somente em janeiro e julho que o dólar permaneceu por quatro dias em elevação.
Por outro lado, a primeira queda ocorreu logo no dia 5 de janeiro, quando saiu de R$ 5,45 do dia anterior e voltou para R$ 5,35 (1,85%). Ao todo, já foram 73 retrações.
Em março, a moeda chegou a manter queda por seis dias seguidos; depois em maio e junho, foram cinco dias consecutivos de queda.
Fronteira do futuro
No dia 2 de junho, em Ponta Porã, o governador Eduardo Riedel participou da assinatura das ordens de serviço para urbanização e revitalização da Linha Internacional, entre Brasil e Paraguai. A execução do projeto Fronteira do Futuro é financiada pelo Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata) com investimento de R$ 85 milhões. Deste total, R$ 30 milhões é contrapartida do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Seilog.
A obra emblemática vai beneficiar diretamente o turismo de compras e tornar o município um destino ainda mais atrativo.
A urbanização e revitalização da Linha Internacional – obra executada pela Prefeitura de Ponta Porã –, que separa Ponta Porã de Pedro Juan Caballero (Paraguai), é considerada uma obra emblemática.
Chamado de Polígono da Linha Internacional, o projeto inclui obras urbanísticas e de infraestrutura numa extensão de 5,7 km, além da instalação de equipamentos, como pista de caminhada, ciclovia e quadras de esportes, bem como um amplo estacionamento e espaços para a cultura e convivência.
A obra deve valorizar e elevar o significado turístico e comercial da Linha Internacional, atraindo moradores e visitantes para o espaço que une as duas cidades, além de trazer mais segurança e acessibilidade.
Dólar tem queda e encerra sessão a R$ 4,72
O dólar comercial encerrou a sessão de quarta-feira (26) em queda de 0,459%, cotado a R$ 4,728, o menor valor desde 20 de abril de 2022, quando a moeda foi comercializada a R$ 4,620.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sessão em valorização de 0,45%, aos 122.560,38 pontos, maior índice desde 9 de agosto de 2021, quando atingiu 123.019,38 pontos.
A moeda norteamericana caiu frente ao real após decisão da agência de classificação de risco Fitch, de elevar a nota de crédito soberano do Brasil. Fitch elevou o rating do país a “BB”, contra “BB-” de antes, com perspectiva estável, e atribuiu a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado.
Investidores também digeriam a decisão do Fed (Federal Reserve) de elevar em 0,25 ponto percentual na taxa de juros nos EUA, que chegou a seu nível mais alto desde 2001, para combater a inflação acima da meta. A decisão já era amplamente esperada e deixou a porta aberta para outra alta.
Por – Julisandy Ferreira
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