Conselho de Farmácia alerta para perigo da automedicação

Reprodução/Ministério da Saúde
Reprodução/Ministério da Saúde

O “Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos” é celebrado hoje (5). Neste ano, o presidente do CRF- -MS (Conselho Regional de Farmácia de MS), Flávio Shinzato, alertou que o Brasil vive uma epidemia do uso indevido e racional de fármacos. Potencializadas pela pandemia de coronavírus, as vendas do vermífugo ivermectina, que faz parte do ineficiente e perigoso “Kit COVID”, cresceram 857% no país entre abril de 2020 e março deste ano.

Em relação à procura pelo antimalárico hidroxicloroquina, o aumento de vendas foi de 126% no mesmo período. O levantamento faz parte do estudo realizado pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia), por meio da consultoria IQVIA. Foi identificado, ainda, o aumento das vendas de vitamina D: + 100%; azitromicina: +71%; dexametasona: +18%; e ditazoxanida: +14%.

“Esse aumento expressivo na venda de alguns medicamentos pode ser atribuído principalmente às promessas de que alguns fármacos são preventivos ou terapêuticos contra a COVID-19, o que não há comprovação científica”, afirmou Flávio. Shinzato reiterou que, até o momento, a única forma de parar com a proliferação da doença é o distanciamento social, uso de máscara e vacina para todos.

O alto consumo de medicamentos também tem causado danos à saúde da população. No período de março a agosto de 2020, a hidroxicloroquina foi responsável por quase 80% das notificações de reações adversas em pacientes com COVID-19 registradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Danos ambientais

O Brasil é um dos dez principais mercados de medicamentos no mundo e responsável por gerar de 10.000 a 20.000 toneladas de lixo no mercado farmacêutico. No Estado, a Lei Estadual nº 5.180, de 2018, torna compulsória a coleta de medicamentos vencidos em todas as farmácias e drogarias e obriga tais locais a manterem recipientes para coleta ou descarte de fármacos. Texto: Mariana Moreira (Com assessoria).

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