Com terceira onda da COVID-19, retorno presencial na educação pode ser adiado

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Ministério Público quer a volta das aulas, apesar do aumento de casos

Em uma nova audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande sobre o retorno das aulas presenciais na Reme (Rede Municipal de Ensino), proposta pelo vereador Professor Juari, presidente da Comissão de Educação, a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, declarou que a data prevista para o retorno, dia 19 de julho, pode ser revista com a possibilidade da terceira onda da COVID-19 e os aumentos expressivos de casos em Campo Grande.

“Nós sabemos que precisamos retornar e estamos nos preparando para que isso aconteça no dia 19 de julho de forma segura. Entretanto, precisamos ouvir a saúde e ver a recomendação deles, ainda mais com essa possibilidade de terceira onda”, explicou.

A previsão é de que na primeira semana retornem os alunos do 6º ao 9º ano e depois, gradativamente, com os estudantes do 1º ao 5º ano, e por fim a Educação Infantil.

“Nós vamos trabalhar de forma escalonada, com 50% dos alunos do 1º ao 9º ano presencial e 50% remoto. Já na educação infantil o percentual será de 25%”, explicou a secretária.

A presidente do Conselho Municipal de Educação, Alelis de Oliveira Gomes, reiterou que o conselho tem pensado muito nas crianças e no que é pior para elas. Ficarem no meio da rua e sem alimentação ou voltar para a sala de aula?

“Saber se estamos preparados, somente com o retorno. Não temos o conhecimento do que vamos enfrentar, mas precisamos encarar esses problemas que não são poucos. Mas pelo menos na escola elas estarão seguras com os planos de biossegurança e receberão alimentação”, afirmou.

Entretanto, durante a audiência pública, que ocorreu ontem (24), o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por meio da promotora de justiça da Infância, Vera Aparecida Cardoso, se posicionou em favor do retorno, independentemente da situação da pandemia em julho, em Campo Grande.

“Não podemos recuar, as crianças não estão indo para a escola, mas vão a shoppings, parques, restaurantes. Então porque não retornar a escola, que é um dos lugares mais seguros, onde os protocolos de biossegurança são respeitados. Não há motivo para não voltar, claro que com segurança”, ressaltou.

No entanto, o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucilio de Souza Nobre, garantiu que não dá para comparar o ensino privado com o público, visto que as situações são diferentes, a começar pelo número de alunos. “Mais de 100 mil alunos e que utilizam diferentes meios de transporte, principalmente de ensino. Então, somos a favor do retorno, mas respeitando a imunização por completa e que no retorno sejam respeitados o Prosseguir e a bandeira vigente nos municípios”, assegurou.

Sobre a vacinação dos profissionais da educação, a superintendente de Vigilância em Saúde, da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Veruska Lahdo, que estava representando a secretária na audiência, informou que pelo menos 22 mil trabalhadores já foram imunizados com a segunda dose.

“Aquele profissional que, por algum motivo, não conseguiu se vacinar deve ficar atento às repescagens que o município faz com frequência para garantir a imunização. Claro que a volta tem que ocorrer de forma segura e não só com a vacinação, mas desde o ano passado estamos trabalhando junto a secretaria de educação para montagem do plano de biossegurança”, disse.

SES ainda não definiu retorno A projeção do governo do Estado é de que as aulas presenciais devem retornar no segundo semestre letivo, na segunda quinzena de julho. Segundo comunicado, as escolas estão sendo equipadas, mesmo assim a quantidade de profissionais da educação vacinados contra o novo coronavírus vai pesar muito na decisão de voltar presencialmente, pois se trata de 79 municípios, foi o que informou o superintendente de Políticas Educacionais, Hélio Daher.

“É importante salientar alguns pontos. O corpo da escola, como um todo, precisa estar amplamente vacinado para que, então, se comece a projetar um retorno presencial seguro, tanto para as crianças quanto para os profissionais da educação. Vamos lançar na próxima semana uma pesquisa para conhecer como está a vacinação dos profissionais no Estado, precisamos ter muito clara a quantidade de profissionais vacinados para então tomar uma decisão adequada e segura para todos”, pontuou.

Texto: Rafaela Alves

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