Mato Grosso do Sul tem registrado, nos últimos meses, um aumento de casos de doenças respiratórias. Além da COVID-19 outros vírus circulam na sociedade comprometendo principalmente a saúde de crianças e idosos. Com a chegada do inverno, a incidência dessas doenças respiratórias acende um alerta, já que a principal complicação é a pneumonia, que pode levar à morte.
As vacinas pneumocócicas ajudam a proteger contra infecções bacterianas que incluem infecções do ouvido, sinusite, pneumonia, infecções da corrente sanguínea e meningite. Há dois tipos de vacinas pneumocócicas disponíveis na rede pública, a vacina pneumocócica 13 valente, que protege contra 13 tipos de bactérias pneumocócicas (pneumococos), e a pneumocócica 23 valente protege contra 23 tipos de pneumococos.
Em nota a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a rede pública de saúde possui as duas vacinas para aplicação. “São elas a pneumocócica 10-valente – aplicando-se uma dose aos 2 meses e outra aos 4, com refeço aos 12 meses de idade – e a pneumocócica 23-valente – destinada exclusivamente para idosos e população indígena a partir dos 5 anos, sendo de dose única. Estas são aplicadas nas unidades de saúde, assim como as demais vacinas oferecidas pela rede pública”, informou em nota.
O pesquisador da Fiocruz Mato Grosso do Sul e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, infectologista Julio Croda, explicou em entre vista ao jornal O Estado que a vacina pneumocócica protege contra a forma mais grave da doença.
“Ela não protege contra infecção, protege contra a forma grave da doença, a bactéria Streptococcus pneumoniae, a otite, meningite e sepse”, aponta. A Secretaria de Saúde de MS liberou ontem (17) a aplicação da segunda dose de reforço (quarta dose), em pessoas a partir de 40 anos e imunossuprimidos.
Imunização estagnada contra influenza
A sete dias do fim do prazo, que se encerra na próxima sexta-feira (24), a campanha de imunização contra a influenza registra cobertura vacinal de 48,2% em todo o Estado de Mato Grosso do Sul. Índice considerado muito baixo por especialistas, já que a meta do Ministério da Saúde é uma cobertura de 90%.
A meta dos 90% não foi alcançada por nenhum dos grupos prioritários, que são formados por: crianças, gestantes, idosos, indígenas, professores, puérperas e trabalhadores de saúde. Conforme o último levantamento divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), entre as crianças, a cobertura vacinal registrada até o momento é de 39,1%. Entre as gestantes, 31,9%. Já o grupo formado pelas puérperas tem cobertura vacinal de 33,3%.
O público-alvo que mais se vacinou até o momento é formado pelos trabalhadores em saúde (58,2%), povos indígenas (56,7%) e idosos (50,9%). Já o grupo dos professores tem cobertura vacinal de 47,1%. Mesmo assim, os índices são considerados baixos para todos os grupos.
Quantos aos municípios que atingiram ou superaram a meta de cobertura estão: Aral Moreira (112%), Santa Rita do Pardo (100,9%), Novo Horizonte do Sul (98,1%) e Sete Quedas (90,5%).
Com menor eficiência: Corguinho (16%), Água Clara (27,1%) e Ponta Porã (28,7%).