Com menos taxas para empresas, pagamento no pix não supera máquina de cartão

Pix não substitui
máquina de cartão
em restaurantes de
Campo Grande (Fotos: Cayo Cruz)
Pix não substitui máquina de cartão em restaurantes de Campo Grande (Fotos: Cayo Cruz)

Empresários argumentam que pela agilidade e rapidez, cartões ainda são preferidos do público

Na Capital, os proprietários e responsáveis por restaurantes localizados na avenida Bom Pastor, avaliam a mudança na forma de pagamento do pix em detrimento ao uso da máquina de cartão, que representa na atualidade, a melhor opção para os empresários, com menos taxas para aqueles que recebem uma alta quantia em valores diariamente. De acordo com dados divulgados pela Folha de São Paulo, os pagamentos via pix hoje representam 15% dos pagamentos nos foodservices — negócios que envolvem bares, restaurantes, cafés e lanchonetes.

Junto com os pagamentos em dinheiro, as transações à vista somam 25% das receitas dos comerciantes, que tentam estimular o pix como forma de reduzir o peso de bancos e empresas de pagamento, que cobram juros para fazer a antecipação dos pagamentos realizados no débito ou crédito.

De acordo com o levantamento da consultora Gallunion feito para a ANR (Associação Nacional de Restaurantes) e Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), o uso de cartões corresponde a 60% da média do faturamento dos estabelecimentos Enquanto os vouchers de alimentação e refeição, que já foram mais representativos anos atrás, hoje compõem apenas 12% dos meios utilizados nos restaurantes no Brasil.

O caixa no Restaurante Vitrine Grill, localizado na Bom Pastor, Gabriel Martins, 20, avalia que os pagamentos entre pix e cartão ainda variam bastante. No início do mês, por exemplo, período em que as pessoas recebem, os pagamentos por pix são mais comuns.

Gabriel Martins, 20 (Fotos: Cayo Cruz)

“Quando recebe salário, algumas pessoas tendem a pagar um pouco mais no dinheiro, ou pagar um pouco mais no débito via pix. Mais para o final do mês, acho que o pessoal começa a utilizar um pouco mais o crédito”, observa.

Segundo Martins, ele percebe que tem havido uma mudança no sentido da facilidade. Isto porque muitas pessoas saem de casa sem a carteira ou o cartão e aí lembra do pix como uma maneira fácil de fazer os pagamentos através do celular. “A gente percebe que faz uns meses que começou a ter um aumento dessa parte de pagamento via pix. Mas, ainda assim, o famoso cartão é insubstituível, a pessoa ainda prefere, porque é só você aproximar e inserir, é mais fácil e mais prático”, pontua ele sobre as facilidades de pagamento do cartão frente.

Ainda conforme aponta Martins, para o empresário, sem dúvida, o pix é a melhor opção. Não somente avaliada uma questão de cobrança das taxas, o profissional explica que existem uma série de alterações de acordo com a forma de pagamento. “Eu acho que a maioria dos empresários tentam achar uma empresa, um banco, que tem essa menor taxa, mas hoje em dia é quase que meio padronizado. O pix não tem taxa, então para nós é um recebimento instantâneo que aparece na hora, na conta”, explica sobre as vantagens do sistema.

A chefe de Salão do Minimo’s, que também funciona como o restaurante Tempero Bom no período do almoço, Iara Alves, 22, explica que no local, a líder ainda é a maquininha por uma questão de agilidade. Com um alto fluxo de clientes durante o dia e a noite, sendo uma média de 500 pessoas somente no almoço, Alves argumenta que a rapidez se torna essencial na hora de acertar a conta.

“O pessoal gosta mais de pagar no cartão, porque o nosso Pix é QR Code e nós utilizamos a maquininha de qualquer forma. Às vezes dá muito erro essa questão do Pix, e demora, então o pessoal prefere pagar no débito, que é mais rápido, por uma questão de praticidade”, esclareceu.

No restaurante que abriu há cerca de um mês na Avenida Bom Pastor, a proprietária do Delícias Pantaneiras, Nayara Cardoso, 31, explica que o pix tem sido uma opção muito utilizada pela clientela, que até prefere a opção e mostram uma consciência com relação aos juros cobrados pela máquina, questionando no caixa se o estabelecimento prefere o débito ou pix.

“A nossa taxa de débito não é tão alta, mas assim, a de crédito é bem elevada. Então, a gente acaba preferindo sim o pix. A taxa cobrada na maquininha, a gente já embute no valor cobrado da refeição. A gente tem o controle do quanto é cobrado de juros de maquininha mensalmente. Já estamos pensando numa promoção legal para fazer com que induza as pessoas a pagar mais no pix”.

Conforme avalia, a substituição de outros métodos de pagamentos pelo pix, é na verdade, uma maneira da Receita Federal acompanhar as movimentações financeiras da população, sobretudo das pessoas que utilizavam dos valores em dinheiro para sonegar impostos. “O pix é uma ferramenta do Estado, porque se ele está caindo na sua conta, uma hora ele vai ser cobrado e a cobrança vai ser alta e você tem que pagar de imposto de qualquer jeito”, diz.

Visão de especialista

O sócio da 2A Contabilidade e Assessoria, Adriel Henrique S. Fagundes, 43, explica que na dinâmica da organização contábil, a sistemática segue a mesma. Afinal, muda apenas a forma de recebimento, que deverá constar em documento fiscal, que deve seguir em todos os casos a norma vigente.

“A entrada de recursos por meio do pix será registrada de acordo com as normas fiscais e princípios contábeis aplicáveis, garantindo a adequada demonstração da situação financeira da empresa. Para o empresário, a adoção do pix como modalidade de pagamento oferece a vantagem evidente da diminuição das despesas associadas às taxas das maquininhas de cartão”, esclarece o especialista.

Já o mestre em economia, Lucas Mikael, explica que a adoção pelos restaurantes pode ser vista como uma prática vantajosa em alguns aspectos, mas também apresenta desafios e considerações importantes a serem feitas. Um dos principais atrativos do pix para os restaurantes é a redução de custos, porque elimina taxas de transação e mensalidades das maquininhas de cartão, o que faz com que os estabelecimentos possam economizar significativamente em suas operações financeiras.

“Com transferências instantâneas, os restaurantes podem otimizar seus processos de pagamento, evitando esperas prolongadas e agilizando o fluxo de caixa. A simplicidade e facilidade de seu uso são vantagens importantes. Tanto clientes quanto estabelecimentos podem realizar transações de forma rápida e prática, melhorando a experiência do cliente e aumentando a eficiência operacional”, finalizou.

Por Julisandy Ferreira 

 

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