Com denúncias em alta, registro de boletins de ocorrência de maus-tratos caem 20%

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Mato Grosso do Sul teve uma redução de 20%, neste ano, nos registros de boletins de ocorrência de maus-tratos contra animais, porém, a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), em Campo Grande, percebeu um aumento significativo das denúncias deste crime na unidade. Só que 70% das queixas não procedem.  

Segundo a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Púbica), entre janeiro e maio de 2020 foram 157 registros no Estado, 102 deles foram só em Campo Grande. Já em relação ao mesmo período deste ano, foram 126 boletins de ocorrência, sendo 74 na capital.

O delegado titular da Decat, Maércio Alves Barbosa, confirmou essa queda, mas explicou que a delegacia percebeu o aumento das queixas neste ano. “As pessoas estão vendo que nos últimos anos a delegacia se tornou mais ativa em combate aos maus-tratos e estão denunciando mais”, explicou.  

Cada denúncia exige trabalho da polícia, já que uma equipe se desloca para verificar a procedência da reclamação. “Consequentemente a demanda e o serviço policial também aumentaram. Para todas as denúncias que chegam é disparada uma equipe de investigação para ir até o local”, disse. 

Porém, ele ressaltou que a maioria das denúncias não procedem. Segundo os dados da delegacia, 70% delas são falsas. “Muitos desses casos são frutos de uma interpretação equivocada do denunciante. Não é que a pessoa haja com má fé, querendo fazer trote ou prejudicar, mas faz uma interpretação errada da situação e a maioria não é procedente”, assegurou. 

Mesmo assim, o delegado não desestimula as denúncias, porque os 30% dos casos que são reais acabam em prisões em flagrante e resgate de animais que estão em situações deploráveis. O mais recente foi no bairro Jardim Jacy, em Campo Grande, na última quarta-feira (23), onde duas mulheres viviam em meio a galinhas, galos, cachorros, gatos e muita sujeira. Uma delas acabou presa e a casa em que elas moravam, que estava condenada, precisou ser derrubada. 

Na maioria das vezes os agentes encontram os animais em situações críticas. “Animais amarrados em locais sem proteção, sem abrigo, animais doentes, com bichos e carrapatos. Temos o caso de um animal que foi mantido amarrado com um bicho no olho, que comeu o olho dele e ele ficou cego”, esclareceu o delegado.

Maltratar animais tem penalidades, quando envolvem cães e gatos a pena prevista é de dois a cinco anos, em caso de prisão em flagrante não há direito a fiança. Quando um animal é resgatado, ele é encaminhado para o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) para passar por exames e, se necessário, fica até a recuperação. Em seguida, em alguns casos, é encaminhado para uma ONG (Organização Não Governamental) ou para um lar temporário.  

Serviço 

As denúncias para a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) podem ser feitas pelo e-mail denuncias. [email protected] ou na própria delegacia localizada na rua Sete de Setembro, nº 2.421, no Centro de Campo Grande. 

(Mariana Ostemberg)

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