Com aumento da automedicação, alerta fica para o risco do uso indiscriminado de remédios

Medicamentos
Foto: Divulgação

Cinco de maio é nacionalmente conhecido como o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, a data tem o objetivo de alertar a população quanto aos riscos à saúde causados pela automedicação.

Desde o início da pandemia de COVID-19 a procura por remédios têm se intensificado em todo o Brasil, conforme o CFF (Conselho Federal de Farmácia), em 2020, a venda de medicamentos como a hidroxicloroquina (antimalárico), a ivermectina (vermífugo) e a nitazoxanida (antiparasitário), subiu expressivamente, baseados na crença de que previniam ou curavam a COVID.

A automedicação já virou hábito para os brasileiros. Dados do Conselho Federal de Medicina apontam que 77% da população faz uso de medicamentos sem qualquer orientação médica.

Entre os usos mais comuns está o de produtos naturais como chás e ervas que vendem um estilo de vida mais saudável e formas de emagrecimento rápidas e milagrosas. O CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), alerta que chás medicinais ou fitoterápicos só devem ser adquiridos em locais licenciados e devem ser registrados na Anvisa.

“Muitos acreditam que não precisam consultar um farmacêutico ou profissional de saúde para fazer a utilização de um produto só porque ele é considerado natural. O nosso alerta é: só porque é natural não quer dizer que não faça mal”, explica a conselheira regional, Daniely Proença.

Com automedicação surge um outro problema de saúde pública, a intoxicação medicamentosa.

Assessor técnico do CFR, Adam Macedo explica que muitas plantas possuem substâncias tóxicas, que podem ocasionar graves danos à saúde.

“O problema está no uso inadequado, têm pessoas que fazem o uso de misturas em garrafas e as plantas medicinais não são isentas de riscos. A maioria têm baixa toxicidade, mas o uso indiscriminado pode desencadear vários problemas”, ressalta.

Presidente do CRF/MS, Flávio Shinzato destaca que um dos fatores que contribuiu para o aumento das intoxicações no país é a facilidade em adquirir remédios.

“A intoxicação geralmente ocorre pela facilidade de compra, mas também acontece pela alteração dos medicamentos disponíveis e pelo uso errado, principalmente em crianças e idosos, por isso remédios devem ser armazenados de forma adequada para evitar incidentes”, explicou.

Dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) indicam que 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser atribuídas à automedicação, 23% dos casos de intoxicação infantil estão ligados à ingestão acidental de medicamentos armazenados em casa de forma incorreta.

Flávio Shinzato alerta que mesmo os medicamentos popularmente conhecidos como dipirona e paracetamol, podem gerar problemas de saúde se usados de forma errada.

“Em quantidades erradas esses remédios podem se tornar veneno, imagine dez comprimidos de paracetamol em uma criança ou um hipertensivo errado em um idoso? Tudo isso pode gerar intoxicação e deve ser evitado”, esclarece.

Com informações da CFF.

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