Secretário municipal de Saúde destaca a necessidade de ampliar cuidado contra a doença
As unidades de saúde superlotadas e a alta constante no número de casos prováveis e confirmados para a dengue fizeram com que Campo Grande emitisse ontem (29), o decreto de situação de epidemia pela doença. Em entrevista, o médico Sandro Trindade Benites, titular da Secretaria Municipal de Saúde, destacou que o cenário também está sendo observado em outras regiões do Estado e que, por isso, é importante redobrar os cuidados contra a doença.
“Em Campo Grande, assim como no Estado, estamos vivenciando uma epidemia por dois vírus, o da dengue, com mais de 4 mil casos suspeitos e com a epidemia do vírus sincicial respiratório, que tem afetado principalmente crianças”, destacou.
Cabe destacar que a preocupação sobre o avanço da doença e, principalmente, sobre os casos onde os pacientes apresentam sintomas mais graves não é recente, já que em janeiro deste ano a prefeitura chegou a emitir uma nota, informando sobre os riscos trazidos pelo período de chuvas e calor intenso, que exigem cuidados redobrados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, o aumento no número de casos de dengue, zika e chikungunya, sobretudo em suas formas graves.
Contudo, o secretário de Saúde frisou que é preciso redobrar a atenção, principalmente dentro dos lares, com a limpeza de locais que podem servir para armazenar os focos do mosquito. Levantamento da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Secretaria Municipal de Saúde revela que 80% dos focos do mosquito ainda são encontrados dentro das residências.
Em Campo Grande, apenas nos três meses deste ano, mais de 2 mil casos de dengue já foram confirmados e 4 mil ainda estão em investigação. Conforme o boletim municipal, de janeiro a dezembro de 2022, foram registrados 8.321 casos confirmados de dengue e sete óbitos provocados pela doença, em Campo Grande. Neste mesmo período, foram 73 casos notificados e 1 confirmado de zika, 194 notificados e 30 confirmados de chikungunya.
Centro de Emergência
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) realizou a primeira reunião COE (Centro de Operações de Emergência), para enfrentamento das arboviroses (dengue, zika e chikungunya), com objetivo de auxiliar na definição de diretrizes de vigilância para prevenção, controle, acompanhamento e avaliação de ações desenvolvidas pela saúde estadual.
Na semana passada, técnicos do Ministério da Saúde estiveram no Estado, para auxiliar nas ações de enfrentamento ao Aedes aegypti, principalmente na região de fronteira.
O COE das Arboviroses foi criado para auxiliar os 79 municípios em ações de enfrentamento às arboviroses no Estado. Ele é composto por servidores e colaboradores da SES, envolvidos na atuação em situações de emergências de saúde, sejam elas de importância nacional, estadual ou municipal de enfrentamento.
O número de casos prováveis da doença em Mato Grosso do Sul alcançou a marca de 20.154 até ontem (29).
Por Michelly Perez – Jornal O Estado de MS.
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