No dia de ontem (28), a diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a possibilidade de comercialização de autotestes de COVID-19. Até então, a testagem só poderia ser aplicada pelos profissionais de saúde ou trabalhadores de farmácias capacitados. Com a aprovação de agora, fica uma pergunta no ar: como é que funcionam?
Os autotestes nada mais são do que um procedimento “orientativo”, de modo a indicar ao paciente testado que pode ou não estar infectado com o coronavírus. Contudo, o diagnóstico 100% efetivo só pode ser realizado por um profissional de saúde, por meio do exame RT-PCR.
Para a Anvisa, o autoteste serve como uma “triagem”, para permitir o autoisolamento precoce – só assim a cadeia de transmissão do vírus pode ser quebrada o mais rápido possível. Mas importante ressaltar que o autoteste não se resume apenas à coleta. No exame, o indivíduo realiza todo o procedimento, desde a coleta até a interpretação dos resultados.
A agência confirma que o resultado de autoteste não valerá como documento oficial. A ressalva é que há no mercado diferentes exames laboratoriais, bem mais precisos, a serem feitos em posto de saúde, hospital, farmácia ou outra unidade de saúde autorizada.
Em que momento utilizar?
Os autotestes são indicados para aplicação já nos primeiros sintomas de COVID-19. Entretanto, o recomendado é realizar a testagem entre o 1º e 7° dia. Também pode-se utilizar o procedimento quando houver contato com alguém que teve resultado positivo para o vírus. Nesse caso, o autoteste já está “apto” a partir do 5º dia.
Onde comprar e quanto fica?
O autoteste de COVID-19 ainda não pode ser comprado. A Anvisa já confirmou que apenas farmácias e estabelecimentos de saúde licenciados a comercializar dispositivos médicos serão as autorizadas. O Ministério da Saúde não anunciou uma política pública de disponibilização gratuita de autotestes. Em relação aos preços, também não há estimativa, pelo menos neste primeiro momento.
Para início da venda, os fabricantes terão de entrar com um pedido de registro à agência. As instruções para uso, guarda e descarte desse tipo de exame devem ser bastante claras à população. Será preciso usar ilustrações para exemplificar as formas de aplicação e a interpretação dos resultados – se positivo, negativo ou até mesmo inconclusivo.
Ainda, os fabricantes deverão ter um canal de atendimento para orientar seus consumidores e tirar dúvidas. Os atendentes devem ser capacitados para responder a demanda sobre o uso do produto e orientar o cidadão sobre os procedimentos a partir dos resultados.
Veio o resultado negativo. Estou liberado?
Como o autoteste possui limitações na sua eficácia, a Anvisa orienta que se não houver sintomas, a pessoa deve manter as medidas de prevenção. Se os sintomas aparecerem, no entanto, ela deve realizar um novo autoteste ou um exame de diagnóstico.
Em relação a possíveis efeitos adversos, como no caso de reações, a pessoa deve comunicá-la imediatamente pelo serviço de atendimento ao consumidor do fabricante ou por meio de uma notificação diretamente no site da Anvisa. Para esses casos, há o Vigipós (Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária).
(Fonte: Agência Brasil)