China relata 1.300 mortes de vírus não computadas em Wuhan

A cidade chinesa em que o coronavírus (Covid-19) teve origem, Wuhan, teve quase 1.300 pessoas que morreram da doença e não foram incluídas na contagem de mortes por causa de lapsos, disse a mídia estatal nesta sexta-feira (17), mas Pequim refutou acusações de acobertamento.

Wuhan acrescentou mais 1.290 fatalidades às 2.579 contadas anteriormente até quinta-feira, refletindo relatos incorretos, atrasos e omissões, de acordo com a força-tarefa do governo local encarregada de controlar o vírus.

A revisão ocorre depois da especulação generalizada de que o número de mortes em Wuhan é consideravelmente maior do que o relatado.

Os rumores sobre mais vítimas foram atiçados por imagens de longas filas de familiares esperando para receber as cinzas de parentes cremados e relatos de milhares de urnas armazenadas em uma funerária esperando para serem preenchidas.

“No estágio inicial, devido à capacidade hospitalar limitada e à falta de pessoal médico, algumas instituições médicas não se conectaram a sistemas locais de controle e prevenção de doenças de forma oportuna, o que resultou no atraso do relato de casos confirmados e em algumas falhas na contagem precisa dos pacientes”, disse uma autoridade não identificada de Wuhan, segundo citações da mídia oficial.

A suspeita de que a China não tem sido transparente a respeito do surto aumentou nos últimos dias à medida que o número de mortes crescia em muitos países, incluindo os Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, expressou na quarta-feira seu ceticismo a respeito da cifra chinesa anteriormente declarada de cerca de 3 mil óbitos.

“Será que vocês realmente acreditam nestes números neste país vasto chamado China, e que eles têm um certo número de casos e um certo número de mortes; alguém realmente acredita nisso?”, questionou ele.

Algumas autoridades de Wuhan admitiram que pessoas podem ter morrido sem ser contadas nos primeiros dias caóticos do surto, antes de os exames se tornarem amplamente disponíveis.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Reuters)

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