O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgou ontem (28) a prévia dos dados populacionais com base nas informações coletadas até o dia 25 de dezembro. O estudo já indicou que atualmente, Mato Grosso do Sul conta com 2.833.742 habitantes, o que representa um crescimento populacional de 1,6% na comparação com a estimativa 2020 – no Brasil, a população estimada chegou a 213,3 milhões de habitantes. O número de habitantes é utilizado oficialmente para o cálculo do Fundo Nacional de Participação dos Municípios e para determinar o tamanho das representações políticas.
Segundo o Instituto, o Estado neste ano obteve a 7ª menor população entre as Unidades da Federação. A população do Brasil é estimada em 207.750.291 habitantes. Quando se analisam os dados de Mato Grosso do Sul também foi possível obter que o destaque dos cinco maiores municípios são: Campo Grande (942.140 habitantes), Dourados (261.019), Três Lagoas (132.651), Corumbá (94.874) e Ponta Porã (90.756 pessoas). Por outro lado, os cinco menores são: Rio Negro (4.691), Alcinópolis (4.670), Taquarussu (3.634), Figueirão (3.520) e Jateí (3.315).
Além disso, quando comparados com os resultados da região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul lidera o ranking com a menor taxa populacional, ao contrário de de Goiás que lista com a maior população (6.950.976), assim como Mato Grosso (3.784.239 pessoas) e Distrito Federal (2.923.369 moradores)
“O Estado vem mostrando uma tendência de a partir de 2013 crescer a taxas maiores do que a média nacional, fruto de um processo de imigrações onde acumula um crescimento de 2011 a 2021 de 14,6% da população estimada enquanto no Brasil, sendo esses valores para o mesmo período, chegando a 10,88%. É o chamado bônus demográfico, que contribui para o crescimento econômico com mais população e mais demandas de produtos e serviços, aumentando o mercado interno regional”, destaca o documento elaborado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Cabe lembrar que inicialmente, a coleta de dados para o Censo Demográfico 2022 que começou no dia 1º de agosto, seria encerrada no dia 31 de outubro, porém, após problemas com a falta de recenseadores, a pesquisa foi prorrogada até dezembro e a meta ainda não foi atingida. Diante disso, o trabalho continuará no mês de janeiro de 2023 para que 100% da população seja recenseada. Até o momento, 87% da população sul-mato- -grossense foi entrevistada.
No documento, o IBGE explicou que a divulgação tem como objetivo cumprir a lei que determina ao instituto fornecer, anualmente, o cálculo da população de cada um dos 5.570 municípios do país para o TCU (Tribunal de Contas da União). Seguindo um modelo estatístico, o IBGE entrega um resultado prévio do ano de 2022 a partir dos 83,9% da população recenseada.
De acordo com o coordenador de divulgação do Censo no Estado, Fernando Gallina, o maior desafio foi a falta de pessoal. “Em nenhum momento, o IBGE conseguiu manter a quantidade de recenseadores necessários. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, nós precisávamos de 2500 pessoas e o máximo que atingimos foi 1500, e é claro que isso atrasou o processo”, afirmou Gallina.
Conforme o diretor de pesquisas, Cimar Azeredo, a pandemia também atrapalhou o planejamento anterior. “Este também foi o primeiro censo com rede social e tivemos de combater as fake news. Além disso, tivemos problemas no pagamento dos recenseadores e outro fator foi as inúmeras Medidas Provisórias”, elencou Azeredo.
Para a historiadora Maria Madalena Dib Mereb, especialista em desenvolvimento local, apesar de relativamente pequeno, os cinco municípios que mais cresceram estão relacionados ao agronegócio. “Os resultados mantêm a característica de que Mato Grosso do Sul é um estado agro-pastoril, o que não requer uma população ou uma mão de obra maior”, afirmou.
Maria, que também é presidente do IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul), acrescentou ainda que outro fator que pode ter colaborado é o aumento das atividades industriais. “Essa população cresce na medida em que a gente tem um enriquecimento de atividades industriais, tendo em vista que é por meio das indústrias empregos são gerados”, explicou.
Por Tamires Santana – Jornal O Estado do MS.
Confira mais a edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.