Destaque para diálogo e, por ser de continuidade, cumpre promessas
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), em seu primeiro mandato à frente do Executivo estadual, chega ao período de 100 dias de gestão. Ao se eleger na disputa no segundo turno, o mandatário do Estado conseguiu fazer com que seu antecessor, Reinaldo Azambuja, confirmasse o seu candidato na disputa, fato nunca antes registrado em Mato Grosso do Sul. Logo nos primeiros dias de governo, Eduardo Riedel já participou de reunião com o presidente também eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que, juntamente com outros governadores do país, foi discutir os atos de vandalismo ocorridos em Brasília, no dia 8 de janeiro.
A seguir, uma nova reunião com Lula acontecia, em que Riedel levou ao presidente as demandas do Estado de Mato Grosso do Sul, que se referiam a rodovias, logística, ferrovia, infraestrutura e uma das propostas tinha a Rota Bioceânica como primordial. Um trajeto que vai elevar o status de MS na logística produtiva do país, pois por aqui será o trajeto da produção nacional rumo à Ásia e Europa, pelo porto do Chile.
Outra situação debatida em Brasília foi a questão do tributo dos combustíveis, em queo governador Eduardo Riedel, para garantir que a população não fosse ainda mais onerada, decidiu manter a alíquota da gasolina nos 17%.
Na questão política, o governador conseguiu novos aliados para sua base, na Assembleia Legislativa, e elegeu a Mesa Diretora de acordo com as propostas ainda levadas em campanha. Com isso, praticamente tem um legislativo sem oposição e que ajuda na discussão e aprovação de projetos importantes para o Estado.
Em reunião com sua equipe de secretários, Eduardo Riedel cobrou efetividade, propostas e que eles levem em conta a melhoria da qualidade de vida da população sul-mato-grossense. Mais recentemente, o chefe do Executivo estadual teve em suas mãos os problemas naturais, que ocorreram nessa época de início de verão, com fortes temporais, alagamentos, rios transbordando e deixando cidades em verdadeira calamidade. Riedel sobrevoou as cidades atingidas e se reuniu com prefeitos, para traçar planos e soluções. Período eleitoral Ainda durante o período eleitoral, o governador Eduardo Riedel citou a importância dos 100 primeiros dias para uma gestão e destacou que o período era essencial para consolidar os trabalhos a serem feitos pelos próximos 4 anos.
Durante entrevista, Riedel comentou sobre os lançamentos de obras e programas para registrar os 100 dias de seu mandato. O governador afirmou que o período foi essencial para estruturar o governo e colocar as secretarias “nos eixos”.
“É reforçar um pouco daquela estratégia que eu falei em campanha eleitoral, mostrar o rumo de Mato Grosso do Sul, já com situações concretas, realizadas e em desenvolvimento, para que a gente possa reforçar nosso compromisso com MS. É claro que isso foi só o começo, mas foi de extrema importância, para dar rumo aos próximos anos. Teremos muito serviço pela frente, mas consideramos uma fase positiva para o Estado na atualidade”, afirmou ele.
O jornal O Estado também ouviu integrantes da política estadual, para traçar suas visões e análises sobre os primeiros cem dias de governo. Embora admitam ser um período curto, avaliam como majoritariamente positivo.
Gerson Claro (PP)
Ao jornal O Estado, o presidente da Alems (Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul), deputado estadual Gerson Claro (PP), avaliou os 100 dias de governo. “Na realidade, é um governo de continuidade. Ele ainda não estabeleceu novos projetos, mas os avanços que aconteceram nos projetos que estavam em andamento dão conta de que o Estado está em pleno vapor. Tivemos concessão, lançamento de obras, tivemos reunião com os prefeitos dos municípios, reunião com os parlamentares, os projetos que passaram por aqui todos foram votados, então, são 100 dias que ele organizou a casa, fez uma restruturação e o Estado continua nesse impulso desenvolvimentista”, afirmou.
Questionado sobre as decisões do governo, se têm tido o alcance esperado dos parlamentares e da população, na visão de Gerson ainda é cedo para opinar com clareza. “É muito cedo para fazer uma avaliação própria, mas, até agora, como governo de continuidade e como governo do qual ele foi secretário, está indo bem. O que veio de novo, todos os deputados conhecendo, o reflexo é a aprovação dos projetos aqui, na Assembleia”, acrescentou.
Para os próximos meses, o presidente da Alems diz estar otimista com relação à gestão de MS. “Nós esperamos um governo próspero, moderno, desenvolvimentista, um Estado verde. Na última terça-feira (4), nós tivemos uma reunião com um grupo de empresários do Paraná, uma novidade de mais de R$ 170 milhões de investimentos, no município de Sidrolândia, investimentos que estão acontecendo, empresas que estão buscando o Estado, pela situação que nos encontramos, atualmente. Nós estamos bastante otimistas com a realidade de Mato Grosso do Sul, hoje.”
Marcio Fernandes (MDB)
Para o líder do G10, deputado estadual Marcio Fernandes (MDB), o período foi positivo, tendo em vista que o Estado vem “caminhando” bem. “Foram dias positivos. O governador tem demonstrado, na prática, sua competência de ser um bom gestor. O Estado já vinha caminhando bem, com crescimento, geração de emprego, ele deu continuidade nisso.”
Ainda conforme o deputado, muitos dos projetos listados em campanha eleitoral estão vindo à tona, já no início do mandato. “As obras estão andando, tem muitos investimentos em infraestrutura. Na última terça-feira (4), tivemos uma reunião de lideranças com ele e já foi sinalizado o aumento das emendas parlamentares aos deputados estaduais, ele já vai autorizá-las. Acredito que ele esteja no caminho certo. Na minha visão, ele será um excelente governador”, afirmou.
“Acredito que os próximos meses será de melhorias para o Estado. MS está crescendo muito e ele tem o controle da gestão na mão, ele conhece a máquina e acho que não terá problema nenhum nisso. O Estado ainda vai crescer muito, nos próximos anos”, finaliza.
Rafael Tavares (PRTB)
Na visão do deputado estadual Rafael Tavares (PRTB), representando a oposição, os 100 dias de governo representaram infidelidade com os compromissos de Eduardo Riedel para com a direita. “Minha aviação sobre o governo do PSDB não me surpreende. Se aproximaram do PT, abriram espaço no governo para um lado ideológico que não havia sido ‘combinado’ na eleição, o que, para mim, é uma decepção, bem como para todos os conservadores também, os de direita e para todos que acreditaram que o governo do
Eduardo Riedel seria um governo alinhado com as pautas da direita.” Para Tavares, as decisões do governo não têm tido o alcance esperado. “Não houve redução na máquina pública, não houve incentivo ao livre mercado, até agora, e não houve redução de tributos. São pautas que defendemos e que esperamos que o governo retorne essas ideias que foram prometidas, ainda em campanha eleitoral”, disse ele.
“Acho que o cenário nacional é péssimo, por conta do governo do PT, e acho que isso vai afetar Mato Grosso do Sul de alguma forma. Mas, se não houver uma agenda de reformas, na questão de redução de impostos, no alinhamento com as pautas de livre mercado e nas promessas de campanha em relação à defesa do conservadorismo da direita, que foram prometidos pelo PSDB, eu acredito que MS vai caminhar junto com o PT, em nível nacional e a esquerda está vencendo em todos os cenários no Brasil, atualmente”, destacou, sobre os próximos meses
Pedro Kemp (PT)
Em um olhar apurado, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) também avaliou o período como de muito trabalho. “Os 100 dias foram positivos para MS. Nós já tivemos algumas reuniões, no decorrer desse tempo, para discutir demandas que achamos importantes, inclusive foram discutidas durante a campanha eleitoral. No segundo turno, nós assumimos
esse compromisso de apoiar a eleição do Riedel, desde que ele assumisse alguns compromissos. Principalmente no meu caso, que atuo muito na área da educação, nós tínhamos uma pauta e ele assinou um documento e agora nós já estamos discutindo com a Secretaria de Educação o encaminhamento dessas pautas”, salientou.
Para Kemp, até o momento, Eduardo Riedel se mostrou acessível, algo positivo para os parlamentares. “Ele tem recebido os deputados para discutir os problemas que recebemos aqui, na Assembleia. Nós já tivemos um aumento das emendas parlamentares de R$ 1,5 milhão para R$ 2 milhões por deputado, e tudo está caminhando de forma tranquila, o governo está aberto a nos ouvir e colher nossas sugestões e espero que continue assim.” “Acredito que teremos uma série de projetos para discutir com o governador e esperamos que ele continue com essa abertura, para fazermos esses encaminhamentos”, acrescentou.
André Puccinelli (MDB)
O ex-governador André Puccinelli (MDB) também foi questionado sobre os 100 dias de governo Riedel. Econômico nas palavras, mas objetivo no pensamento, Puccinelli comentou: “Um governo [de Eduardo Riedel] de continuidade. Espero que cada vez possa estar melhorando a contraprestação de serviços à população”.
Por Brenda Leitte e Alberto Gonçalves – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
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