Casal acusado de matar filha de dois anos tem prisão preventiva decretada

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O juiz Carlos Alberto Garcete decretou a prisão preventiva de Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva, acusados de terem agredido até a morte a filha de dois anos e sete meses na noite da última quinta-feira (26). A decisão foi oficializada na manhã deste sábado (28), após audiência de custódia, em Campo Grande.

Na manhã da última sexta-feira (27), o casal havia sido preso em flagrante e levado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) para prestar depoimento à polícia.

Após investigações que deram uma prova da materialidade e indícios de autoria do crime, o juiz converteu a “prisão em flagrante” em “prisão preventiva”.

A justificativa dada pelo juiz é de que a prisão preventiva do casal é “imprescindível” para garantir a ordem pública e para garantir a integridade da investigação. “Destaca-se, conforme noticiado nos autos, que a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 04h de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova. Se solto, certamente de tudo fará para dificultar ou desfigurar as demais provas”, descreve trecho do documento assinado por Garcete.

O documento também reforça que a prisão preventiva é justificada devido a gravidade do crime e a “insensibilidade moral do agente”, que geraram indignação na sociedade sul-mato-grossense.

Investigações

Por volta das 16h, da última sexta-feira (27), equipes da Depca (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente), junto a Polícia Científica da Polícia Civil, foram até a casa onde a menina de 2 anos de idade foi morta espancada pelo padrasto.

Conforme apuração, duas viaturas chegaram à casa onde a família residia, na Rua Sabino José da Costa, da Vila Nasser, em Campo Grande. Durante varredura na casa, foram recolhidos diversos pertences da família, entre eles, 2 HDs, 2 CPU e documentos, que passarão por perícia.

Uma das pessoas que acompanhou a movimentação de perto foi o proprietário da casa, um senhor de 78 que alugava a casa para o casal a 7 meses. Em entrevista, ele disse à reportagem que não sabia das violências sofridas pela menina. “Só fiquei sabendo pela TV, na hora nem percebi que era uma das minhas casas, até que o pessoal começou a me ligar falando que a polícia estava em frente a casa, cheguei aqui e fiquei sabendo de todo esse horror”, contou.

Segundo ele, a mãe da menina, Stephanie de Jesus Dada Silva, de 24 anos, era trabalhadora e pagava o aluguel em dia. “Nunca imaginei que isso aconteceria aqui”, disse.

Já o padrasto da menina, Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, acusado de cometer as agressões, tinha um comportamento estranho, não trabalhava e mal saia de casa, argumentou o idoso.

Entenda o caso

Na noite da última quinta-feira (26), uma menina de dois anos, foi levada pela mãe e padrasto morta para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino. A principal suspeita é de que tenha sido assassinada por espancamento cometido pelo padrasto, pois o corpo da criança, de acordo com a equipe médica, já apresentava rigidez cadavérica. Os dois foram presos em flagrante.

O caso deixou a equipe médica em estado de choque, pois ao receber a vítima, eles perceberam que no corpo da menina, haviam várias lesões nas costas, braços, joelho, olho e inchaço no ombro esquerdo, além disso, a barriga dela estava muito inchada. Também foi constatado sinais de estupro.

Ao O Estado Online, o delegado Pedro Henrique Cunha, plantonista de Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, confirmou que esteve na casa do casal e o padrasto confirmou que teria espancado a menina, mas que isso tinha acontecido há dois dias. “A mãe confirmou que o padrasto agredia a criança com tapas e socos para, segundo eles, corrigir. Representamos pela prisão preventiva dos dois que, inclusive, já tem passagens registradas por maus-tratos. Pedimos também exame de corpo delito no corpo da criança para apurar, suposto, caso de estupro de vulnerável”, disse o delegado.

O pai biológico da criança já havia registrado boletim de ocorrência por maus-tratos em 2021 e 2022, por perceber que a filha vinha sendo maltratada, de acordo com Cunha.

O caso foi registrado como homicídio qualificado por motivo fútil e será distribuído para a DEPCA (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente) que segue as investigações.

Serviço:

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.

Com informações da repórter Marielly Barros, João Gabriel Vilalba e Marcos Maluf

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