Calor aumenta busca de instalações e manutenção de ares-condicionados

Fotos: Nlson Figueiredo
Fotos: Nlson Figueiredo

Em residências e carros, falta de atenção preventiva sobrecarrega setor

Com temperaturas que ultrapassam os 35ºC em todo o Estado, a utilização do ar- -condicionado passou de artigo de luxo para item de necessidade básica para quem deseja ter qualidade de vida. Na Capital, tanto nas residências quanto nos carros, a instalação e a manutenção do ar aumentou drasticamente. Nos estabelecimentos verificados, os números ficam entre 60% e 70% maiores, em resultado do calor. Mas, uma queixa comum por parte dos profissionais é a sobrecarga que acontece por falta do cuidado preventivo.

Segundo o vice-presidente da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar- -Condicionado, Ventilação e Aquecimento), Rodrigo Men, os brasileiros não possuem o hábito de fazer manutenções preventivas em seus equipamentos. Com isso, a falta de higienização do ar- -condicionado, por exemplo, abre espaço para o surgimento de doenças. “Se feita a higienização do aparelho, é evitado o acúmulo de fungos, bactérias e outros itens que incomodam e prejudicam o ser humano. Recomendo, até mesmo, que além da higienização, o próprio usuário lave os filtros dos condicionadores quinzenalmente”, instrui. 

O proprietário da ADR instalações, Adriano Antonio dos Santos, 38, pontua que as pessoas só deixam para se preocupar com o aparelho de ar-condicionado de última hora. No entanto, é essencial que haja a manutenção, pois a sobrecarga de trabalho aumenta consideravelmente com as altas temperaturas e nem sempre é possível atender a clientela com a agilidade necessária. “Ninguém estava esperando um calor tão grande como esse. Em um dia normal, o aparelho está gelando beleza, legal. Mas, o que acontece? A pessoa já faz um ano que não faz uma manutenção ou uma limpeza. Aí vem o calorzão, a pessoa joga no 18º C, o ar não dá conta. Mas, não é nem tanto que o ar não está dando conta, é falta de manutenção mesmo”, destaca o profissional. 

Hoje, os serviços que a ADR Instalações mais executam, com relação aos ares- -condicionados, são as limpezas, manutenções em geral e recarga de gás. Com as altas temperaturas, a demanda de atendimento no local para instalações, especificamente, aumentaram em média 60%, sendo feito pelo menos de dois a seis atendimentos ao dia. Uma das problemáticas também é a falta de paciência de quem deseja receber o atendimento. “As pessoas acabam deixando e pensam que está bom e é só chama a gente para mexer quando não está gelando. Quando coloca na temperatura e continua suando lá dentro, aí procura o técnico. ‘Tem que ser para ontem, para agora, para hoje, eu preciso, não posso ficar no calor, estou ficando em casa e não consigo dormir’”, pontua o técnico. 

 

Calor sobre rodas 

Na empresa JF Ar-Condicionado Automotivo, o movimento aumentou drasticamente em decorrência do calor. Dos 10 a 15 atendimentos que eram feitos por dia, o número escalou para 40 e até mesmo 50 atendimentos por dia. Em visita, a reportagem do jornal O Estado verificou uma fila de carros estacionados do lado de fora do estabelecimento, todos esperando pela instalação e manutenção do ar. 

O proprietário da empresa JF Ar-Condicionado Automotivo, Jackson de Paula Freitas, 36, explica que a onda de calor fez com que os números subissem de maneira inesperada, até mesmo por isso foi necessário um aumento de pessoal, para atender a demanda. Conforme explica, a grande problemática para os profissionais da área é que as pessoas só os procuram para fazer manutenção em último caso e isso sobrecarrega os profissionais. “O problema agora são os horários, quase não temos horário para atender. Fazemos de tudo para atender todo mundo, mas, infelizmente, o pessoal só procura porque estragou, não procura por causa preventiva”, argumenta.

Conforme apurado no local, o aumento na manutenção apresenta uma média de 70% e a instalação, pelo menos, 10%. Conforme Freitas, após a pandemia de covid-19, os preços da instalação de ares- -condicionados mudou e hoje, as pessoas estão usando outras estratégias para sanar o calor. “A gente mexe com linha leve e pesada, mas o aumento maior é das linhas média e leve. De instalação, a procura é grande, mas após a pandemia, os preços aumentaram demais ao valor agregado do ar-condicionado. O pessoal tá preferindo trocar de carro do que adicionar o ar, porque quase não está compensando. Antes da pandemia era de 3 a 5 mil reais. Na pandemia, esse valor explodiu e hoje se mantém de 5 mil a sem limite de valor, porque depende do modelo e do ano”, esclarece.  

 

Oportunidade de contratação

Para se candidatar à vaga de assistente técnico na JF ArCondicionado Automotivo, é necessário ter disponibilidade de horário e vontade de trabalhar. A ideia é que o funcionário em questão comece na vaga como ajudante, até se especializar ao nível de técnico, conforme explica o proprietário. 

 

Por – Julisandy Ferreira

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