Bolsonaro vai vir a MS, disposto a mudar rumos da eleição local

Foto: Em entrevista ao
jornal O Estado, ele
cita Tereza Cristina e
Rodolfo Nogueira como
fi guras para conduzir
as eleições de Campo
Grande e Dourados no
campo da direita/Reprodução
Foto: Em entrevista ao jornal O Estado, ele cita Tereza Cristina e Rodolfo Nogueira como fi guras para conduzir as eleições de Campo Grande e Dourados no campo da direita/Reprodução

Bolsonaro sinalizou apoiar Adriane Lopes, caso ela seja a melhor avaliada  

Foto: Reprodução/O Estado Online

Em entrevista ao jornal O Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, pretende formar novos candidatos em Mato Grosso do Sul e, se necessário, fortalecer alianças com partidos de centro- -direita para as disputas das eleições de 2024 e 2026.

No radar de Bolsonaro está a sucessão das prefeituras de Campo Grande e Dourados, os dois maiores colégios eleitorais, e outros municípios, como de Nioaque, onde chegou a morar quando serviu o Exército.

Bolsonaro deseja vir a Mato Grosso do Sul neste segundo semestre e acompanhar o trabalho do diretório estadual do PL, que iniciou, neste mês, o projeto de estar em 60 municípios nos próximos 15 dias, conduzido pelo deputado federal Marcos Pollon, que assumiu a presidência regional do partido. “Pretendo passar por Mato Grosso do Sul. Estarei nos dias 25 e 26 em São Paulo e 28 e 29 em Santa Catarina, serão de duas a três viagens por mês”, afirmou.

Do PL ter candidato à prefeitura de Campo Grande, Bolsonaro falou que o partido pode lançar nome se este aparecer com chance, nos meados de março de 2024, colocando em avaliação o nome do Capitão Contar (PRTB), e abrindo a possibilidade, assim, para apoiar a prefeita, Adriane Lopes, que se filiou ao PP, a convite da senadora Tereza Cristina, que foi ministra da Agricultura no seu governo.

“Não conversei com Tereza (Cristina) com profundidade. O clima esquenta a partir de março do ano que vem, que é o limite de mudar de partido. Se aparecer um candidato com alguma chance, vamos entrar na disputa, nada contra a atual prefeita (Adriane Lopes). O que temos falado com o nosso pessoal é de não fazer campanha atirando nos outros candidatos, fazer campanha mostrando seu valor. Pode até mostrar falhas ou equívocos da prefeita, mas jamais ataques gratuitos e ofensivos a pessoas que estão em partidos com o mesmo propósito nosso”, ponderou.

Recentemente, o ex-presidente recebeu o ex-deputado Capitão Contar e o deputado estadual João Henrique Catan (PL), em Brasília-DF. Bolsonaro acredita que Contar tem um grande “futuro na política” e que as suas escolhas podem ter reflexos para as eleições de 2026, com uma possível candidatura ao Governo.

Se aparecer um candidato com alguma chance, vamos entrar na disputa Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

 

“Tenho conversado com Contar sobre o que tem para ele, pela frente, vereador ou prefeito. Ele vai decidir o que acha melhor. Logicamente, se preparando para 2026, pode ter um futuro 2026 novamente, Riedel deve buscar reeleição, não conversei com o governador neste segundo turno, mas a gente vê composição de forças e achar o que é melhor apoiar. Eu desejo ao (Eduardo) Riedel boa sorte e que o Contar tenha sabedoria para escolher o melhor futuro político para ele, dentro do Estado, que isso vai nos ajudar em um todo”, afirmou.

Bolsonaro disse que se fosse dar conselho ao Capitão Contar, seria para sair candidato a vereador, em 2024. “Contar, venha a vereador ,em Campo Grande! Eu comecei como vereador. Ser vereador é muito importante, é um primeiro degrau, o segundo é de deputado. Dar um passo à retaguarda, talvez seja uma grande estratégia política”, acredita.

 

O ‘fiel’ da balança

Bolsonaro foi fiel da balança na eleição de 2022, em Mato Grosso do Sul. No debate presidencial, ao ser provocado pela senadora Soraya Thronicke (hoje no Podemos), pediu votos para o Capitão Contar, ajudando a colocá-lo no segundo turno, na disputa ao Governo. Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado se se arrepende de ter voltado atrás e pronunciado “neutro” entre Capitão Contar e Eduardo Riedel e de não saber que o gesto de apoio mudaria o rumo da eleição, em Mato Grosso do Sul.

“Com as informações de que os dois (candidatos) estariam me apoiando no segundo turno, eu não entrei firme na campanha do Contar. Tenho certa amizade com ele, já esteve me visitando aqui (em Brasília) e já estive com ele, em Mato Grosso do Sul. Gosto muito dele. É um capitão do Exército. É novato na política brasileira, me parece alguém com grande futuro. Eu fiquei neutro naquela ocasião e acabou ganhando a eleição o Riedel. E a Tereza apoiou Riedel, sabemos muito bem disso. O primeiro suplente da Tereza é o Tenente Portela, que foi meu soldado, lá em Nioaque. Tenho conversado com Capitão Contar sobre seu futuro político”, analisou.

 

‘Aliança PL e PP é a mais certa de acontecer’ em Dourados

Sobre a disputa da Prefeitura de Dourados, que envolve a candidatura à reeleição do prefeito Alan Guedes (PP), Bolsonaro sinalizou uma aliança entre PL e PP, que será sacramentada pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), que curiosamente foi eleito sendo chamado de…

 

‘Gordinho do Bolsonaro’ 

O deputado, que está em seu primeiro mandato, recebeu elogios de Bolsonaro, principalmente pelos posicionamentos que têm mantido na Câmara Federal. “PL e PP é uma aliança mais certa a existir em muitos municípios do Brasil”, disse. “O gordinho mora em meu coração, o conheci em 2017. Estive em Dourados, tenho ele em meu coração, é um bom escudeiro na Câmara dos Deputados e a palavra do Rodolfo (Nogueira) em Dourados tem uma força grande”, avisou.

Em Nioaque, cidade onde serviu o Exército, de 1979 a 1981, Bolsonaro pregou a união dos possíveis candidatos da direita para derrotar a esquerda. “Na ‘grande’ Nioaque, nós podemos ter um candidato bom, se o PP também tiver, e se disputarmos, a ideia é conversar para que um dos candidatos desista, para não entregar (a prefeitura) na mão da esquerda, já que lá não tem segundo turno, para não entregarmos a cidade de Nioaque na mão da esquerda, este é o sentimento em todos os municípios do país.”, detalhou.

‘Tereza jamais aceitaria o PP ter um cargo no atual governo’ 

A aproximação do PP à base do governo Lula não ameaça a confiança do ex-presidente Bolsonaro depositada na senadora Tereza Cristina. O ex- -ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP) confessou ter uma boa relação com Lula, mas deixou claro ao apontar que continuará sendo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não aceitando cargos no governo do petista.

“O PP, por intermédio do seu presidente Ciro (Nogueira), continua conosco. O Cid, mesmo, emitiu uma nota, dizendo que não aceitaria um ministério do PT, se isso, porventura, viesse acontecer, seria iniciativa do parlamentar que o indicou para o cargo. O que eu vejo com PP e acontece com os demais partidos é ter uns ou outros apoiando a reforma tributária. Eu vou na linha do Ciro e, pelo que eu sei da Tereza (Cristina), ela jamais aceitaria que o partido tenha um cargo, neste atual governo”, cravou.

Bolsonaro revelou, ao jornal O Estado, o desejo de apoiar Tereza Cristina à presidência. Durante a pergunta sobre o que projeta de futuro político para a esposa, Michelle Bolsonaro, o ex-presidente informou que seu desejo é que a mulher seja candidata ao Senado em 2026, deixando aberta a possibilidade de lançar a candidatura de Tereza Cristina. Bolsonaro enxerga na senadora uma pessoa mais preparada para bater de frente com Lula.

Em junho, Ciro Nogueira, em visita a Campo Grande, havia lançado a possibilidade de Tereza ser a candidata do partido. A ministra Tereza Cristina nos acompanhou no governo e tem experiência suficiente para a presidência, já a Michelle, eu aconselhei iniciar na política como pré-candidata ao Senado, em 2026. Ela tem feito inúmeras viagens arrastando milhares de mulheres, incentivando as mulheres a entrarem na política não para cumprir legenda, mas em nome da política e com propósitos” , defendeu o ex-presidente.

“O que eu tenho falado é que 2026 tem que passar primeiro por 2024. Para ver qual é a força do meu partido e do partido da Tereza. Esperar os resultados das urnas. Logicamente, há este casamento entre nós, de vislumbrar uma grande possibilidade para 2026. Tereza Cristina demonstrou sua competência à frente do Ministério, é uma pessoa fantástica, pode avaliar a pessoa do campo e da agricultura familiar, que não reclamam do trabalho dela”, disse.

“Ela se mostrou ser uma pessoa competente e poderá disputar em 2026, não perderia nada com isso. O mandato é de oito anos, caso tivesse insucesso, voltaria a ser senadora”, completou.

Bolsonaro chama Portela de um dos seus soldados e fiel confidente 

O suplente de Senado em Mato Grosso do Sul, Tenente Portela (PL), é considerado um dos “soldados” do Bolsonaro na política. O ex-presidente foi quem incentivou Portela a se candidatar, na eleição de 2022, formando a chapa de suplência de Tereza Cristina. A amizade, que dura 30 anos, lhe tornou o fiel confidente. Passa por Portela os apoios e alianças a serem tomadas por Bolsonaro, em MS.

“Conheci o Portela com 19 anos. Ele morou em Nioaque e eu também. Juntos, plantamos 30 kg de arroz, ralamos muito para perder pouco. Ele seguiu carreira militar e eu também, homem de coração muito bom. Lealdade é sinônimo do Portela, assim como eu, também, ao Portela, é questão de abrir o jogo. Ele me dá um retrato do que é a política no Estado, não tem a experiência política que eu gostaria que tivesse, mas terá, quando tiver cargo político. “ relevou Bolsonaro. O ex-presidente chegou a mencionar que se ele fosse eleito e Tereza voltasse a ter cargo na Presidência, seu amigo Portela teria sido senador.

Foto: Flávia Pollon, Bruno Arce e Laureano Secundo realizaram entrevista com Bolsonaro/Nilson Figueiredo

 

PING-PONG 

Bolsonaro fala o que pensa das figuras políticas de MS 

Senador Nelsinho Trad (PSD) 

“Foi nosso aliado em Brasília, votando quase tudo o que o nosso governo mandava para lá, porque nossa proposta não visava fazer maldade com a população. Ele foi nota 10 aqui, em Brasília.”

 Senadora Soraya Thronicke (União Brasil) 

“Não quero falar, dispenso comentários. Mas sobre lealdade, ela se elegeu com o meu nome, me acompanhou em algumas viagens, mas depois mostrou muita agressividade durante a campanha.”

Ex-ministro Luiz Henrique Mandetta 

“Se embebedou com o poder e de ministro da Saúde passou a ser garoto-propaganda da grande emissora de TV (Rede Globo). Eu sempre falei para ele que os médicos tinham que ter autonomia nos tratamentos. E ele trabalhou dentro do parlamento para colocar a prova do Revalida com ponto-final dentro do país.”

 Ex-ministra Tereza Cristina ( PP) 

“Ela ampliou o comércio dentro do país, juntamente com ela desburocratizamos muitos negócios. Posse de arma de fogo nas propriedades rurais, tantas outras coisas que ela colaborou. Uma vez, ela pediu para revogar um decreto no Amazonas, mas eu ia ser atacado pelo pessoal do meio ambiente, pessoal xiita que tem consideração com ONGs e não com o país e assinei o decreto, revogando que não podia plantar cana, a intenção era permitir que combustíveis mais baratos pudessem ser feitos.

Deputado Marcos Pollon (PL)

 “Conheci ele agora, na política. Tem conversado comigo, vejo como uma pessoa serena, com um ótimo futuro pela frente.”

 Deputado Rodolfo Nogueira (PL) 

“Parabéns a quem colocou o Rodolfo aqui, na Câmara. Está ‘adotado’ como meu filho, meu gordinho querido. Indo ao Estado não tem como não ir a Dourados.”

 Deputado Dr. Luiz Ovando (PP)

“O posicionamento dele, na pandemia, foi fantástico. Ele sabe tudo sobre autonomia médica. Ele não teve medo de ser politicamente correto.” 

Deputado João Henrique Catan (PP)

 “Conheço pelas mídias sociais. Voz peculiar, sabe bem o que está falando. Vem tendo destaque em comissões, em Brasília.”

 Ex-deputado Capitão Contar (PRTB)

“Confio nele, temos conversado, mas ele precisa ter paciência para o objetivo ser atingido. O grande problema de muitos novos políticos é querer atingir seus objetivos com rapidez, colhendo mangas verdes. Vejo que o Contar tem tudo para crescer no Estado, juntamente com a nova safra de políticos.” 

Governador Eduardo Riedel (PSDB)

 “Não dá para acompanhar tudo, mas ainda é cedo para fazer uma análise política, por ele estar a apenas seis meses à frente do Estado, mas desejo sorte.”

 

Confira a Entrevista completa com o ex-presidente:

 

 

SERVIÇO:

A entrevista com o expresidente Jair Bolsonaro está na íntegra nas plataformas do jornal O Estado.  No site https://oestadoonline. com.brna página do Facebook https://www.facebook.com/OEstadoOnlineMS e nos perfis do Instagram @oestadoonlinems e @ oestadoplay e @oestadoplaycortes, no Twitter @oestadoms, no TikTok e Kwai @oestadoplay e o @ estadoplaycortes, e no Spotify: O Estado Play. 

Por – Juliana Brum e Bruno Arce

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