Boa demanda por parte dos frigoríficos sustenta os preços do boi no Brasil

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Foto:Reprodução/Sistema Famasul

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 885,022 milhões em setembro 

A notícia é positiva para o mercado brasileiro de boi gordo, que registrou uma semana de preços firmes. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a semana foi pautada por uma queda de braço entre a indústria frigorífica e os pecuaristas, com as negociações seguindo em patamares mais altos em alguns Estados, como Mato Grosso do Sul e São Paulo.

O cenário pode ser explicado pelas escalas de abate que seguem pouco confortáveis, o que mantém uma necessidade constante de compras por parte das indústrias nos Estados.

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo foi de R$ 240,00, alta de 2,13% frente aos R$ 235,00 praticados no fechamento da semana passada. Em Dourados (MS), a arroba foi cotada em R$ 235,00 na modalidade a prazo, avanço de 4,44% frente aos R$ 225,00 praticados na última semana.

Em Cuiabá (MT), a arroba subiu 3,06% ao longo da semana, de R$ 196,00 para R$ 202,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 230,00 por arroba, um acréscimo de 4,55% frente ao fechamento da semana passada, quando foi negociada a R$ 220,00. Em Goiânia (GO), foi
cotada a R$ 225,00, frente aos R$ 220,00 na última semana.

Preços seguem elevados no mercado atacadista

Iglesias ressalta que o mercado atacadista voltou a apresentar alta de preços durante a semana e o ambiente de negócios sugere a continuidade desse movimento durante a primeira quinzena do mês, período pautado pelo maior apelo ao consumo. O analista afirma que é importante salientar que a carne de frango detém a preferência da parcela da população de menor renda.

O quarto do traseiro seguiu precificado a R$ 17,90 por quilo, um avanço de 1,70% frente aos R$ 17,60 por quilo da semana passada. O quarto do dianteiro foi cotado a R$ 14,10 por quilo, subindo 0,71% frente aos R$ 14,00 por quilo praticados no fechamento da última semana.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 885,022 milhões em setembro (20 dias úteis), com média diária de US$ 44,251 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 195,071 mil toneladas, com média diária de 9,753 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.536,90.

Em relação a setembro de 2022, houve baixa de 27,3% no valor médio diário da exportação, ganho de 0,9% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 24,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Embarques intensos reforçam valorização 

As vendas externas de carne bovina in natura estão em ritmo mais intenso nas últimas semanas – em setembro, o volume embarcado ficou próximo de 200 mil toneladas.

Segundo pesquisadores do Cepea/Esalq-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia AplicadaCepea/ Esalq-USP), esse cenário reforçou o movimento de recuperação nos preços internos da arroba do boi gordo, que já vinha sendo observado ao longo do último mês, devido à diminuição na oferta de animais para abate.

Assim, no acumulado de setembro, o indicador do boi gordo Cepea/B3 (Estado de São Paulo) avançou expressivos 18,2%, encerrando o mês a R$ 236,15 – vale lembrar que, em agosto, o indicador havia acumulado forte baixa, também de 18%.

Quanto às vendas externas, em setembro, dados da Secex mostram que o Brasil exportou 195,07 mil toneladas de carne bovina in natura, alta de 5,24% na comparação com agosto/23, mas 3,9% abaixo do volume de setembro do ano passado. No entanto, o desempenho observado no mês passado foi o segundo melhor para um mês de setembro, atrás apenas do observado justamente no ano passado (203,02 mil toneladas foram escoadas). (Com informações Safras & Mercado)

Por – Michelly Perez

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