Bases avançadas são instaladas para diminuir o tempo de resposta no combate a incêndios

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

[Texto: Inez Nazira, Jornal O Estado de MS]

Somente neste ano, Pantanal de MS já soma aumento de 1.366% no número de focos, aponta o INPE

Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul iniciaram ontem (2), as atividades de educação ambiental e prevenção aos incêndios florestais nas comunidades tradicionais, propriedades rurais e parques estaduais, essas são medidas de prevenção contra os incêndios florestais. Além disso, como forma de qualificar o atendimento na região pantaneira, serão implantadas bases avançadas para diminuir o tempo resposta no combate as queimadas.

Números de focos de incêndios conforme o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no mês de março deste ano já foram 1.366% maiores que no mesmo mês do ano passado no Bioma Pantanal de Mato Grosso do Sul. A cifra que em 2023 contabilizou 12 registros de incêndios, em março deste ano já alcançou a marca de 176 casos.

O aumento também é significativo quando se analisam os dados do comparativo do primeiro trimestre. Os três primeiros meses deste ano, somam a marca de 559 focos (Janeiro foi o mês com a maior incidência sendo 310 focos, seguido por 73 em fevereiro e 176 em março deste ano). Por outro lado, no primeiro trimestre do ano passado foram totalizadas 42 queimadas (21 em janeiro, 9 em fevereiro e 12 em março), o que indica para um crescimento de 1.231% neste ano.

A instalação das bases é um feito inédito no Estado. As unidades serão colocadas em pontos estratégicos do Pantanal, lugares que facilitará o acesso das equipes até as áreas de incêndios. A ideia principal é diminuir o tempo resposta, no qual o Corpo de Bombeiros estavam levando uma média de até 7 horas de deslocamento por embarcação, as vezes mais de um dia para percorrer as estradas, o que dificultava a ação de combate. A diretora de proteção ambiental do grupo de Bombeiros Militares, Tatiane de Oliveira, revela que inicialmente serão estabelecidas duas bases e, posteriormente, poderá ser expandida para até 13 unidades no Estado.

“As primeiras bases vão ficar nas margens do Rio Paraguai e do Rio São Lourenço, divisa com o Mato Grosso, porque a gente observou que em alguns momentos durante o período de estiagem, os incêndios que vêm do Mato Grosso acabam entrando por aquela região do norte, com a divisa do estado e a gente quer evitar essa progressão para dentro do nosso estado. Essa é uma novidade deste ano. Entendemos que precisamos diminuir esse tempo resposta. Nesse momento, nós estamos com seis equipes, com quatro profissionais cada uma, esse pessoal vai a campo e teremos mais uma equipe de 15 militares que vão ficar dando suporte logístico e de gerenciamento, que é o SCI (Sistema de Comando de Incidentes), estabelecido tanto aqui, em Campo Grande, quanto em Corumbá”,
explica.

Outra medida adotada para a prevenção, são as atividades educacionais com a comunidade, que são realizadas anualmente. O objetivo é levar ensinamentos sobre educação ambiental, orientação com relação aos instrumentos do manejo integrado do fogo, conservação de aceiros, limpeza de cabeceiras de pontes, os materiais e equipamentos mínimos necessários para o combate a incêndio que as propriedades rurais podem ter e também tem uma capacitação para essa população sobre o combate a incêndio florestal, com as técnicas utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.

“O Corpo de Bombeiros aqui no estado trabalha a temática do combate a incêndio da produção ambiental o ano todo. Então, não só na atividade do combate propriamente dito, mas a gente principalmente dá uma ênfase às atividades de prevenção. Esse ano, antecipamos essa ação, comumente a gente começa em maio/junho, começamos em abril e duplicamos o número das equipes que vão a campo fazendo essas atividades de prevenção junto às comunidades locais, comunidades ribeirinhas e nas propriedades rurais”, cita Tatiane de Oliveira.

Influência climática

As mudanças climáticas que o Brasil está enfrentando influenciam diretamente na intensidade na produção e alastramentos dos focos de incêndios no Estado. A equipe do Corpo de Bombeiros observa diariamente a situação da região pantaneira e, em parceria com o CEMTEC (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), as condições climáticas e as consequências das possíveis mudanças.

“O CEMTEC fez uma previsão que este ano devemos enfrentar condições climáticas severas, como temos enfrentado nos últimos cinco anos. Então, nós reestruturamos as técnicas e táticas para evitar grandes incêndios “.

Outros investimentos e bons resultados

Com as medidas preventivas, o Estado se tornou referência para o Brasil e outros países. “A cada ano a gente vê que os resultados são positivos aqui em Mato Grosso do Sul. A gente entende que os incêndios acontecem todos os anos, mas estamos conseguindo controlar a medida que o tempo passa. Somos referências norte-americanas e europeias. O estado tem dado uma resposta muito efetiva quando acontece os incêndios”, destaca a diretora.

Nos últimos anos, o Corpo de Bombeiros tem recebido vários investimentos do governo estadual, com isso as equipes vêm se destacando nas ações. Parte do montante, será destinado para a construção das novas bases avançadas, que contará com mais efetivos, equipamentos e viaturas. Outra parte do capital está sendo aplicado em tecnologia, como drones.

“O governo do Estado investiu em aeronaves de combate a incêndio, recentemente adquirimos dez drones, que são equipamentos fundamentais, porque a gente consegue visualizar em tempo real como está a progressão. Fora que nós estabelecemos também, um núcleo de geoprocessamento, que auxilia a monitorar”, finaliza.

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *