Aumento na taxa de juros pressiona consumo

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Selic a 12,75% é a maior desde 2017

Por Izabela Cavalcanti

O aumento da taxa Selic – juros básicos da economia –, para 12,75%, cada vez mais tem freado o poder de compra do consumidor. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, divulgada no fim da tarde de ontem (4), resultou na elevação de 1 ponto percentual, sendo o maior patamar desde fevereiro de 2017, quando foi registrado 13%.

Segundo o economista e estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, quando o juro aumenta, a tendência é de que as pessoas comprem menos. “Tem uma tendência a comprar menos com essas taxas mais altas, o que faz com que a inflação fique menor daqui a um tempo. Tem um incentivo maior a deixar o dinheiro parado, do que fazer a economia gerar. Quando a economia está mais esfriada, a inflação vai mais para baixo”, explicou. Em três anos, o consumidor perdeu 21% do poder de compra, de acordo com informações do economista Guilherme Moreira, e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em entrevista ao “Estadão Conteúdo”, em fevereiro.

Inflação

O Banco Central tem como um dos principais objetivos manter a inflação no nível estabelecido, que é de 3,5% ao ano, para 2022. Com isso, a ideia é elevar a taxa Selic para conseguir fazer esse controle. No entanto, quando a Selic está em alta, fica mais caro fazer empréstimos e financiamentos, por exemplo, o que diminui a circulação do dinheiro no país e limita a pressão sobre a inflação. Mesmo assim, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) continua apresentando reajustes significativos. Em março, Campo Grande teve a quarta maior inflação, entre 16 capitais brasileiras, variando 1,73%. O acumulado dos últimos 12 meses é de 12,02% na Capital. Somente neste ano, o aumento ficou em 3,44%. No Brasil, o acumulado em 12 meses fica em 11,30%.

O economista da corretora de investimentos completa dizendo que existem outros pontos que dependem para a inflação diminuir. Neste caso, os combustíveis e até mesmo a guerra entre a Rússia e a Ucrânia podem contribuir para a demora da retração do índice. Na semana passada, o mercado projetou aumento dos preços ao consumidor para 7,89%, até o fim do ano.

Reprodução/Jornal O Estado MS

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