Atravessar na faixa de pedestres pode ser uma aventura perigosa em Campo Grande

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Por Silvio Ferreira, Jornal O Estado de MS

Motoristas não respeitam sinalizações de faixas de pedestres onde não existem semáforos

Em Campo Grande, vias como Afonso Pena, as ruas do entorno da praça Belmar Fidalgo e até mesmo a 14 de Julho, existem faixas de pedestres no meio das quadras, onde não existem semáforos para disciplinar o fluxo de veículos e pedestres. Onde há semáforos, deve prevalecer o controle do fluxo de veículos e pedestres determinado pelo equipamento, mas naqueles em que as faixas de pedestres não contam com o dispositivo, verifica-se que ainda não foi possível se impôr a cultura de priorizar a segurança de pedestres.

Em muitos países do exterior, a prioridade no trânsito é a segurança do pedestre. Isso talvez explique porque, em cidades como Brasília-DF, em que os moradores convivem com um grande número de estrangeiros que trabalham em embaixadas de outros países, seja comum condutores reduzirem a velocidade e pararem ao notarem uma pessoa se aproximando de uma faixa de pedestre com a intenção de atravessar em segurança.

Mas em Campo Grande, apesar desse costume estar se disseminando, ainda há um grande número de condutores que não entendem, ou simplesmente não respeitam a necessidade de priorizar a integridade física de pedestres.

Na manhã de sábado (16), o jornal O Estado flagrou travessias – muitas vezes, nervosas – de pedestres que não sentem nenhuma segurança ao atravessar a faixa de pedestres no início da avenida Cônsul Assaf Trad, no bairro Coronel Antonino, na confluência com as avenidas Capital, e Mascarenhas de Moraes.

A pedagoga Vera Eunice Dias Freire, 48, desabafa que já desistiu de dar sinal porque as pessoas não param. “E quando param, como aconteceu agora, os que vêm atrás ficam buzinando, incomodados porque os motoristas da frente pararam para os pedestres. Agora, eu já estava no chegando à outra calçada quando o motorista na última da faixa [de rolagem] não parou. Isso é sério. A gente corre perigo”, comenta, indignada.

O borracheiro, Osvaldo Pedro da Silva, conseguiu atravessar a via, mas com o braço bem estendido em sinal de “pare” para os condutores – como faria um guarda de trânsito – assim que pisou na faixa de pedestres. E com os veículos ainda a uma distância considerável, já que a placa que sinaliza a faixa de pedestres no local, por si só, não é suficiente para fazer os veículos reduzirem a velocidade.

O entregador, Lauro Gerônimo dos Santos, distribui panfletos de publicidade no local, cita que não há segurança. “Eu fico no outro lado da pista da Cônsul Assaf Trad, no sentido bairro-centro. Aqui, a faixa de pedestre conta com semáforo, mas na outra pista, no sentido centro-bairro, não tem semáforo. E eu vejo todos os dias as pessoas tomando sustos ali, porque muitos motoristas simplesmente não param, mesmo quando os pedestres fazem sinal para atravessar.” E complementa. “Não sei como não testemunhei nenhum atropelamento no local ainda”.

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