“Ele teve uma companheira que o ajudou a levantar” diz viúva do artista Levi Batista que deixou seu legado na arte pantaneira

Foto: Marcos Maluf
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A esposa do falecido artista plástico renomado em Campo Grande Levi Batista, 60, abriu as portas e o coração para O Estado Online nesta terça-feira (5), para contar a história que viveu nos últimos 35 anos ao lado dele e as fases difíceis que passaram juntos.

Sonia Regina Brito do Nascimento, 55, falou que Levi tinha muita ansiedade e que a melhor terapia dele era ensinar a arte para outras pessoas. “Ele sempre teve vontade de ensinar sua arte aos filhos, mas a filha não teve muita paciência de aprender seus gestos, mas a neta está seguindo seu legado. Ela já faz pinturas no papel a mão livre e, agora, meu filho adotivo e sobrinho de Levi faz pintura lisa.”

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Sonia relembra que viveu 35 anos com o artista. Ele veio de Fátima do Sul e ela veio de Corumbá para Campo Grande, onde se conheceram em 1986. “Tivemos uma filha com 5 meses de relacionamento, que daqui um tempo vai completar 34 anos de idade, no dia 17 de setembro.”

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Batista deixou a fé como seu legado, segundo a viúva. “Ele falava que a fé é o fundamento daquilo que a gente não vê ou espera. Então eu sempre tenho falado, a vida é cheio de altos e baixos, mas ele venceu. Ele foi ao ‘fundo do poço’, mas teve uma companheira que o ajudou a levantar.”

“Quando a mãe dele faleceu, teve um tempo que ficou nas drogas e saiu dessa vida depois do evangelismo. Com 26 anos eu conheci ele, eu nunca usei drogas, mas me coloquei no lugar de outra pessoa. Tínhamos alicerces de sofrimento e nos reerguemos juntos.”

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Ela conta que o artista via o próprio quarto como refúgio. onde ele se sentia bem e em paz. E por isso ele realizou um reduto de arte nas paredes. Além disso, nos fundos da residência existe uma fonte e o estúdio de rádio, pois Levi tinha um antigo sonho de criar uma rádio comunitário gospel.

Responsável pela arquitetura e execução das obras da praça pantaneira, no centro de Campo Grande, morreu neste fim de semana após uma parada cardíaca e e estava há cerca de um mês internado na Santa Casa de Campo Grande, porque sofria de crises de embolia pulmonar e tinha doença de chagas.

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Sonia disse que maioria de suas obras são referente aos animais do pantanal, o tuiuiú, a arara-azul e onça pintada. Ela mostrou que Levi transformou a casa onde moravam, no Aero Rancho, na rua Clevelândia, numa espécie de museu com os animais típicos da região, pinturas, quadros e artesanatos.

“Pretendo deixar do jeito que está, pois é uma coisa que com o tempo a ferida vai fechando, mas a lembrança boa é a melhor que fica”, diz Sonia durante a entrevista. Acesse também: Moradores do Parque Dallas ganham novo acesso pela av. Três Barras e se livram de engarrafamentos

Com informações do repórter Willian Leite com Marcos Maluf

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