Após laboratório ser vendido, transplantes serão retomados

Laboratório
Foto: Valentin Manieri

Com isso, os procedimentos devem ser retomados nos próximos dias

Por Camila Farias

O impasse na contratação de laboratório responsável por exames de compatibilidade para transplantes chegou ao fim. O laboratório Biomolecular, que prestava serviço para o município de Campo Grande, foi vendido para o HLAGYN (Laboratório de Imunologia de Transplantes de Goiás) e assinou ontem (12) o novo contrato de prestação de serviços com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), que a partir de agora será a responsável pelos exames de Mato Grosso do Sul. A partir da publicação da assinatura do contrato, que deve ser feita na manhã de hoje (13), os transplantes já podem ser retomados.

Em entrevista a O Estado, Zuleica Garcia, uma das responsáveis pelo laboratório Biomolecular, disse que a venda do local foi a única saída possível para que o laboratório não parasse de operar no Estado. “Não tivemos alternativa a não ser a venda, pois é muito difícil começar tudo do zero e o laboratório é bem estruturado para a realização dos exames e não poderia ficar parado”, declarou.

O serviço ficou a cargo do Estado, após o setor municipal decidir que não seria mais responsável e a partir disso não realizar a renovação do contrato com o laboratório. A Santa Casa de Campo Grande chegou a informar que, com os procedimentos zerados em agosto, mais de 20 órgãos teriam sido perdidos. A Secretaria de Estado de Saúde e o secretário de Saúde, Flávio Britto, enfatizam que até o momento não entendem o motivo de Campo Grande ter tomado essa decisão. “Depois de longos 15 anos simplesmente resolveram ‘olha não quero mais, não vamos renovar o contrato’. Um contrato que ele é pago na sua integralidade pelo governo federal, pelo FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensação).”

Ele destacou ainda que o Estado entende que é obrigação de Campo Grande, assim como é obrigação de outras capitais e de outros locais que têm a gestão plena da sua saúde, mas que isso não será mais levado em consideração. “Nós fizemos o que precisava ser feito, iniciamos um processo de inelegibilidade, que é um processo em que você escolhe quem vai contratar e o preço de referência, obviamente é o preço que é pago pelo governo federal. Mato Grosso do Sul também não vai colocar recursos nesse processo”, completou Britto.

Como o jornal O Estado já havia noticiado anteriormente, esse processo de inelegibilidade teria levado a SES até um laboratório em Goiás e, em meio às tratativas para tentar retomar os transplantes, uma das sócias administrativas do laboratório Biomolecular demonstrou interesse em assinar o contrato e assim o fez na data de ontem (12). O contrato foi assinado com a Secretaria de Estado de Saúde por um valor de uma tabela. Então a partir da publicação começa a valer sobre o comando da Secretaria de Estado de Saúde.

Transferência de pacientes

Ele explica ainda que foi crucial para a decisão entender que temos uma fila de espera ativa em torno de 150 pessoas e que, na semana retrasada, foi necessário levar um paciente de Ponta Porã para Curitiba a fim de que lá ele procedesse então para o transplante. Outra ocasião aconteceu também quando houve uma morte encefálica, na qual foi preciso também despachar via aérea, via Governo do Estado, para o Paraná.

“Foi uma corrida contra o tempo, pois a pessoa que necessita fazer um transplante, ela não tem tempo para esperar e é uma felicidade poder dizer que conseguimos resolver essa questão aqui no Estado”, finalizou Flávio.

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